Light, night and phone with woman in bedroom for social media app, insomnia and networking. Communi

Como dormir melhor: 3 passos

Descubra como dormir melhor na era digital e compreenda as nuances do sono na neurodiversidade. A Braine desvenda os mitos da produtividade, o impacto das telas e desafia você a reconectar-se com o poder do sono.

Dormir bem é revolucionário em um mundo que exige vigília constante. E eu sei que isso parece uma frase de efeito, mas é a pura verdade.

Em uma era onde a hiperconectividade e a produtividade incessante ditam o ritmo, o sono deixou de ser apenas uma necessidade biológica para se tornar uma questão política, cultural e, acima de tudo, de saúde mental.

Mas, e se eu te disser que para algumas pessoas – as mentes neurodivergentes – essa batalha pelo descanso é ainda mais complexa e incompreendida?

Na Braine, não aceitamos verdades prontas nem soluções de prateleira, somos movidos por uma curiosidade incansável e pela coragem de questionar o que parece “normal”. Se você busca como dormir melhor, precisa ir além do óbvio.

Autistas, TDAHs, pessoas com dislexia e outras neurodivergências frequentemente vivem em um universo paralelo de padrões de sono. Seus cérebros, por operarem de forma única, processam estímulos, emoções e informações de maneiras que podem dificultar a entrega ao descanso reparador.

Esse texto é um convite para redesenhar a forma como vemos o sono como uma pausa na produtividade, para entendermos ele como um pilar fundamental para uma vida plena e genuinamente inclusiva. Vamos desvendar juntos os segredos de como dormir melhor em um mundo que raramente dorme.

Por que o sono é essencial?

Existem inúmeros fatores que auxiliam a como dormir melhor.
Existem inúmeros fatores que auxiliam a como dormir melhor.

O sono é uma necessidade fisiológica inegociável, um pilar que sustenta cada aspecto da nossa existência. O artigo “MANUTENÇÃO DA HOMEOSTASE E DO FUNCIONAMENTO BIOLÓGICO: Implicações do dormir e do sono no cotidiano das pessoas” Psicologia e Saúde em Debate: Manutenção da Homeostase e do Funcionamento Biológico é categórico ao afirmar que o sono é crucial para a homeostase corporal, o equilíbrio interno que permite ao nosso organismo funcionar em sua plenitude.

Mas como o sono age no nosso corpo e mente?

Ele é um sistema de reorganização informacional, uma espécie de faxina cerebral. Durante o sono, nosso cérebro se dedica a tarefas vitais que seriam impossíveis durante a vigília:

  • Consolidação da Memória: O artigo “Impacto da privação de sono sobre cérebro, comportamento e emoções” Medigraphic: Impacto da privação de sono sobre cérebro, comportamento e emoções destaca que o sono, especialmente o sono de ondas lentas profundo (NREM N3) e a fase REM, é fundamental para a formação de memórias de longo prazo e a otimização da memória. É durante esses ciclos que as informações aprendidas durante o dia são “arquivadas”, liberando espaço para novos aprendizados.
  • Regulação Emocional: Já reparou como ficamos mais irritados e emocionalmente instáveis quando não dormimos bem? O sono atua como um regulador de nossas emoções. Ele processa as experiências emocionais do dia, ajudando a mitigar o impacto do estresse e da ansiedade. A privação do sono, ao contrário, exacerba distúrbios de humor, como raiva, depressão e ansiedade, conforme o mesmo artigo da Medigraphic.
  • Plasticidade Neural e “Limpeza” Cerebral: É durante o sono que ocorre a plasticidade sináptica, a capacidade do cérebro de se adaptar e criar novas conexões. Além disso, o sistema glinfático, uma espécie de sistema de “limpeza” cerebral, trabalha ativamente durante o sono para remover resíduos tóxicos, como a proteína beta-amiloide, cujo acúmulo está associado a doenças neurodegenerativas como o Alzheimer Medigraphic: Impacto da privação de sono sobre cérebro, comportamento e emoções. Ou seja, como dormir melhor não é só sobre se sentir bem no dia seguinte, é sobre proteger o seu cérebro a longo prazo.

Normalmente, uma noite de sono saudável possui de cinco a seis grandes ciclos que alternam entre as fases NREM (sono leve e profundo) e REM (sono dos sonhos, com grande atividade cerebral). A média para um adulto saudável é de aproximadamente sete a oito horas de sono por dia.

Quem dorme menos do que precisa desenvolve privação de sono, e as consequências são diretas para a qualidade de vida e a produtividade.

A insônia Invisível da neurodiversidade

Senior woman insomnia
Para muitas mentes neurodivergentes, a insônia é uma batalha diária, intrínseca à sua própria forma de ser e de processar o mundo.

Enquanto a maioria das pessoas pode lutar para como dormir melhor devido ao estresse ou maus hábitos, para muitas mentes neurodivergentes, a insônia é uma batalha diária, intrínseca à sua própria forma de ser e de processar o mundo. Não é incomum que autistas, TDAHs e pessoas com ansiedade ou depressão (comorbidades frequentes na neurodiversidade) apresentem uma prevalência significativamente maior de distúrbios do sono.

Segundo o estudo do Observatório Autista, dados mostram que entre 40% e 80% dos indivíduos autistas enfrentam algum tipo de distúrbio do sono. Isso é uma realidade que afeta a qualidade de vida de milhões de famílias. As causas são complexas e multifatoriais, mas podem ser agrupadas em alguns pontos:

  • Hiperalerta e dificuldade de desligar a mente: Imagine um cérebro que está constantemente “ligado”, processando informações com uma intensidade que a maioria de nós não consegue conceber. Para muitos autistas e TDAHs, o cérebro tem dificuldade em “desacelerar” e “desligar” à noite. O pensamento pode ser rumiante, as ideias podem ser aceleradas, e a mente simplesmente não encontra a chave para o repouso.
  • Regulação Sensorial e o Ambiente do Sono: Para o cérebro neurodivergente, o ambiente do quarto pode ser uma tortura sensorial. Sons que para a maioria são imperceptíveis (o zumbido da geladeira, o tic-tac do relógio, o barulho do vizinho), texturas de lençóis que arranham, ou a intensidade mínima de uma luz podem ser estímulos avassaladores que impedem o relaxamento e o sono profundo.
  • Padrões Circadianos Alterados: Muitos estudos indicam que indivíduos autistas podem ter padrões circadianos (o “relógio biológico”) atípicos, com alterações na produção de melatonina, o hormônio do sono. Isso significa que seus corpos podem simplesmente não receber o sinal químico para dormir na hora certa, dificultando ainda mais como dormir melhor.
  • A ansiedade e depressão como companheiras de insônia: O artigo “SAÚDE MENTAL DE AUTISTAS ADULTAS DE DIAGNÓSTICO TARDIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA PSICÓLOGA AUTISTA E UMA PROFESSORA AUTISTA” Pepsic: Saúde Mental de Autistas Adultas de Diagnóstico Tardio revela o sofrimento mental de indivíduos neurodivergentes que viveram sem diagnóstico. A ansiedade e a depressão, que frequentemente acompanham a neurodivergência não compreendida, são inimigas vorazes do sono, criando um ciclo vicioso de mente agitada e corpo exausto. A história de Charlene no artigo da Pepsic, com sua exaustão e ideação suicida, nos leva a crer que tudo isso está diretamento ligado a uma privação crônica de sono agravada por seu sofrimento não diagnosticado. Ela não sabia como dormir melhor porque não se conhecia.
Leia Também  Quanto antes melhor: O poder da intervenção precoce

A insônia na neurodiversidade é um sintoma de um cérebro que opera em um ritmo diferente, em um mundo que não foi desenhado para ele.

Como dormir melhor em um sistema que não descansa?

Workaholic
Se você trabalha enquanto eles dormem, seu corpo está pedindo socorro.

O culto ao “sempre ligado”, ao “trabalhe enquanto eles dormem”, à otimização de cada minuto, despreza o descanso como se fosse um sinal de fraqueza. Aqueles que não conseguem manter esse ritmo frenético, especialmente os neurodivergentes, são frequentemente taxados de preguiçosos ou desinteressados.

Para um cérebro neurodivergente, que gasta uma energia imensa para processar estímulos sociais, sensoriais e cognitivos em um mundo não adaptado, o descanso é uma necessidade ainda mais premente.

A privação de sono, como visto no artigo da Medigraphic (Medigraphic: Impacto da privação de sono sobre cérebro, comportamento e emoções), afeta o funcionamento cognitivo (memória, raciocínio, criatividade) e emocional. Isso significa que, em contextos escolares e corporativos, a pressão por performance sem o devido descanso leva diretamente ao burnout, à exaustão e a uma queda vertiginosa na qualidade de vida.

Imagine Clara, uma programadora autista, que é brilhante em seu trabalho, mas precisa de um ambiente calmo e rotinas fixas. No escritório, o barulho constante e as interrupções diárias a exaurem, ela tenta compensar trabalhando até tarde, roubando horas de sono. No dia seguinte, a irritabilidade e a dificuldade de concentração aumentam, e ela se sente culpada por não “render” como os outros.

Essa culpa é um veneno.

A sociedade a empurra para a beira do abismo, e quando ela cai, a culpa é dela, não do sistema que exige vigília e performance insustentáveis.

Tecnologia, telas e a cultura da dopamina

Thinking, night and phone with woman in bedroom for social media app, insomnia and networking. Comm
o consumo excessivo de conteúdo digital antes de dormir prejudica muito a qualidade do sono.

Se o sono já é um desafio para as mentes neurodivergentes, a era da hiperconectividade e da cultura da dopamina transformou-o em um campo de batalha. O texto da Braine sobre o Brain rot e traz as evidências apresentadas por profissionais como o Dr. Drauzio Varella (Drauzio Varella: Brain rot: o seu cérebro está apodrecendo?) e o artigo “The Problem of the Century: Brain Rot” do OPUS Journal (OPUS Journal of Society Research: The Problem of the Century: Brain Rot) para embasar a problemática: o consumo excessivo de conteúdo digital, especialmente os vídeos curtos e a gratificação instantânea das redes sociais, sobrecarrega o cérebro, afeta funções cognitivas e emocionais, e, crucialmente, prejudica a qualidade do sono.

Para uma mente neurodivergente, que muitas vezes já lida com hipersensibilidade a estímulos e dificuldades na regulação de impulsos, esse impacto é amplificado. Os algoritmos das redes sociais são desenhados para capturar nossa atenção, gerando um ciclo vicioso de recompensa via dopamina, similar a uma dependência.

Imagine um cérebro que já tem dificuldade em “desligar”; agora adicione a ele um fluxo incessante de estímulos que o mantêm em constante estado de alerta, com o sistema de recompensa superativado.

A luz azul e a melatonina

O artigo “MANUTENÇÃO DA HOMEOSTASE E DO FUNCIONAMENTO BIOLÓGICO: Implicações do dormir e do sono no cotidiano das pessoas” Psicologia e Saúde em Debate: Manutenção da Homeostase e do Funcionamento Biológico lembra que a exposição prolongada a telas afeta negativamente a produção de melatonina, o hormônio que sinaliza ao corpo que é hora de dormir. Para neurodivergentes que já podem ter uma produção atípica de melatonina, essa interferência é devastadora.

Leia Também  Inteligência Artificial e Neurodiversidade: por um diagnóstico mais acessível.

O impacto da IA e do excesso de estímulo sensorial

A inteligência artificial, que move grande parte do conteúdo que consumimos, é especialista em nos prender. Ela aprende nossos padrões, nossos medos, nossos desejos, e nos entrega exatamente o que nos fará continuar rolando o feed. Isso se traduz em um excesso de estímulo sensorial e cognitivo que impede o relaxamento necessário para o sono.

Como dormir melhor quando o mundo digital não para de gritar em nossos ouvidos e bombardear nossos olhos?

A questão não é banir a tecnologia, mas aprender a domá-la.

Rituais de Sono

Sleeping baby
Dormir melhor é sobre criar um ambiente de segurança e previsibilidade.

Se a vida digital nos empurra para a insônia, a solução não é apenas lutar contra ela, mas construir um santuário de paz antes de dormir. E para as mentes neurodivergentes, esses “rituais de higiene do sono” precisam ser adaptados e personalizados com suas particularidades.

Como dormir melhor é sobre criar um ambiente de segurança e previsibilidade, as dicas de higiene do sono presentes no artigo do Dr. Drauzio Varella (Drauzio Varella: Brain rot: o seu cérebro está apodrecendo?) e no da Psicologia e Saúde em Debate (Psicologia e Saúde em Debate: Manutenção da Homeostase e do Funcionamento Biológico) são a base, mas a abordagem neuroinclusiva as eleva a outro patamar:

  • Rotina Previsível e Inquebrável: Para muitas pessoas neurodivergentes, a rotina é um porto seguro. Horários fixos para deitar e levantar, mesmo nos fins de semana, são cruciais. Essa previsibilidade ajuda a regular o relógio biológico interno, que pode ser mais sensível a mudanças. Um ritual noturno sequencial e repetitivo (banho, leitura, escovar os dentes) pode sinalizar ao cérebro que a hora de dormir se aproxima.
  • Redução de Estímulos Sob Medida: O “ambiente de sono” não é só sobre escuridão e silêncio. Para o cérebro neurodivergente, pode ser sobre:
    • Bloqueio Sensorial: Cortinas blackout totais, protetores auriculares ou fones de ouvido com cancelamento de ruído, máquinas de ruído branco ou sons da natureza para mascarar barulhos perturbadores.
    • Conforto Tátil: Lençóis de tecidos específicos (algodão puro, flanela macia), pijamas sem costuras irritantes, e o uso de cobertores pesados, que oferecem uma pressão profunda e calmante, simulando um abraço e proporcionando segurança.
    • Temperatura Ideal: Manter o quarto fresco, mas não gelado, é crucial, pois a regulação térmica pode ser uma questão.
  • Recursos Inovadores e Afetivos: Além das práticas tradicionais, a tecnologia, quando bem utilizada, pode ser uma aliada. Apps de sons relaxantes, histórias sonoras (com narrativas que induzem ao sono), meditações guiadas focadas em consciência corporal ou respiração podem ser ferramentas valiosas.
  • Envolvimento da Família e Cuidadores: O sono não é um problema individual; é uma questão familiar e de cuidado. Envolver a família na criação e manutenção desses rituais é fundamental. O artigo da Pepsic (Pepsic: Saúde Mental de Autistas Adultas de Diagnóstico Tardio) mostra como o apoio da comunidade e de familiares foi crucial para o diagnóstico e o bem-estar de Charlene. Essa rede de apoio é igualmente vital para como dormir melhor.
  • O Sono como Espaço de Afeto e Regulação: Mais do que um conjunto de técnicas, o ritual de sono deve ser um espaço de afeto, segurança e regulação emocional. Para uma criança, é o momento de se sentir segura e amada. Para um adulto, é o momento de se desconectar das pressões externas e se reconectar consigo mesmo. O ritual, em sua previsibilidade e repetição, age como uma linguagem do inconsciente, preparando o corpo e a mente para o descanso, um convite para o inconsciente trabalhar a regulação.

Quando o sono é um campo de batalha

Tired man sleeping at workplace
Não conseguir como dormir melhor consistentemente gera culpa, frustração e um ciclo exaustivo de desespero.

Para aqueles que lutam contra a insônia crônica, especialmente os neurodivergentes, a noite se torna um campo de batalha. Não conseguir como dormir melhor consistentemente gera culpa, frustração e um ciclo exaustivo de desespero. O artigo da Medigraphic (Medigraphic: Impacto da privação de sono sobre cérebro, comportamento e emoções) detalha as consequências devastadoras da privação de sono: da irritabilidade e ansiedade à dificuldade cognitiva e ao aumento do risco de doenças neurodegenerativas.

Essa dor muitas vezes leva à medicalização excessiva em vez de investigar as causas da insônia – que para o neurodivergente podem ser sensoriais, de processamento ou de rotina – médicos e familiares recorrem a sedativos e hipnóticos. É a busca por um “atalho” que, muitas vezes, não aborda a raiz do problema e pode trazer efeitos colaterais.

É fundamental que profissionais de saúde e cuidadores olhem além do sintoma da insônia e busquem entender a pessoa por trás dele, especialmente quando se trata de indivíduos neurodivergentes.

Para sonhar é preciso estar seguro

No cerne da capacidade de como dormir melhor está a sensação de segurança. Para sonhar, para realmente se entregar ao sono profundo e reparador, é preciso confiar no ambiente e nas pessoas ao redor. Essa premissa é universal, mas adquire uma profundidade ainda maior para pessoas neurodivergentes.

Indivíduos autistas, por exemplo, são mais sensíveis ao impacto do ambiente: um barulho inesperado, um cheiro estranho, uma mudança na disposição dos móveis, tudo isso pode ser percebido como uma ameaça ao seu sistema, impedindo o relaxamento necessário para o sono. A ansiedade gerada pela imprevisibilidade ou por estímulos avassaladores é uma barreira intransponível para o descanso.

  • O Papel Crucial do Cuidador e da Comunidade: É aqui que o papel do cuidador, da família, da escola e dos profissionais se torna não apenas importante, mas vital. Criar um ambiente de segurança física e emocional é o pré-requisito para o sono. Isso significa:
    • Previsibilidade: Manter rotinas claras e comunicá-las com antecedência.
    • Acolhimento Sensorial: Adaptar o ambiente para minimizar estímulos perturbadores e maximizar o conforto.
    • Vínculo e Confiança: Construir uma relação baseada em confiança, onde a pessoa neurodivergente se sinta vista, compreendida e aceita em sua singularidade.
    • Exemplo: A presença calma de um cuidador, um toque suave, uma história contada em tom de voz tranquilo, tudo isso pode ser um “sinal de segurança” para o cérebro de uma criança ou adulto autista. O sono, então, se torna uma linguagem de vínculo: “Se eu durmo, é porque confio.” Confio que o mundo ao meu redor está seguro, que minhas necessidades serão atendidas, que posso me entregar.
Leia Também  O que o Dia do Humor nos ensina sobre a saúde mental neurodivergente

A privação de sono pode ser um sintoma de um sistema nervoso sobrecarregado por um ambiente que não o compreende ou não o acolhe em sua diversidade.

Braine e as tecnologias do cuidado

Diante da complexidade do sono na neurodiversidade, a inação não é uma opção. Precisamos de soluções ousadas, baseadas em ciência e guiadas pela empatia. E a Braine acredita que a tecnologia, quando utilizada com propósito, é uma aliada poderosa nessa jornada para como dormir melhor.

É fundamental que se invista mais em pesquisa sobre o sono em pessoas neurodivergentes. Precisamos de estudos que aprofundem as particularidades neurobiológicas, os padrões circadianos atípicos e as estratégias de intervenção mais eficazes para essa população. O que funciona para um cérebro neurotípico pode não funcionar para uma mente neurodivergente, e essa lacuna de conhecimento precisa ser preenchida.

  • Tecnologias do Cuidado e Inteligência Artificial como Aliadas: Aqui na Braine, estamos construindo pontes entre a ciência e a vida real. Iniciativas como o Care360 da Braine buscam integrar dados, escuta e cuidado, desenvolvendo tecnologias que são verdadeiramente neuroinclusivas.
  • Monitoramento Ético: Dispositivos inteligentes podem monitorar padrões de sono de forma não invasiva, fornecendo dados valiosos para profissionais e famílias, identificando problemas e tendências.
  • Adaptação Individual: Algoritmos podem personalizar rotinas de sono e estratégias de higiene, considerando as particularidades sensoriais e cognitivas de cada indivíduo.
  • Predição de Crises: Ao analisar padrões de sono e comportamento, a IA pode ajudar a prever momentos de sobrecarga ou crises, permitindo intervenções preventivas.
  • Conexão e Suporte: Plataformas digitais podem conectar famílias e profissionais especializados em sono e neurodiversidade, criando redes de apoio e conhecimento acessíveis a todos, inclusive àqueles que vivem em regiões com menos recursos, rompendo as barreiras de acesso mencionadas no artigo da Pepsic (Pepsic: Saúde Mental de Autistas Adultas de Diagnóstico Tardio).

Esses caminhos nos convidam a sonhar grande: e se a gente redesenhasse a forma de dormir no mundo? Não apenas para “curar” a insônia, mas para celebrar a diversidade de ritmos e necessidades, construindo um futuro onde o sono seja um direito universalmente respeitado e acessível.

O caminho para dormir melhor

Dormir melhor é um reconhecimento de que nossa humanidade não se define por quantas horas ficamos acordados ou quantos conteúdos consumimos, mas pela nossa capacidade de descansar, de nos regenerar e de sonhar.

O sono precisa deixar de ser visto como um obstáculo à produtividade e passar a ser cuidado como um direito inalienável. Para as mentes neurodivergentes, essa luta é ainda mais antiga, é uma luta por ambientes que os acolham, por profissionais que os compreendam e por tecnologias que os capacitem.

Cada mente tem um ritmo, um padrão de funcionamento único, e respeitar esse ritmo é o primeiro passo para a inclusão real. Não podemos continuar impondo um modelo único de sono para cérebros que, por sua própria natureza, funcionam de forma diferente.

Enquanto o mundo nos pede performance, nossos corpos sussurram por descanso. Ouvir esse sussurro, e agir sobre ele com empatia, ciência e tecnologia, pode ser o início de uma nova forma de viver. Uma forma mais justa, mais saudável e mais humana para todos.

É hora de dormir melhor.

Junte-se à revolução da Braine!

Se você compartilha da nossa paixão por desvendar os segredos do cérebro e acredita que a neurociência pode ser a chave para um futuro de cuidado mais justo e eficaz, o seu lugar é aqui. Não aceitamos menos que a transformação, e sabemos que ela começa com profissionais e visionários que, assim como nós, ousam pensar diferente.

Conheça o AURA-T, nossa ferramenta de triagem pré-diagnóstica que já está revolucionando a identificação do autismo no Brasil. Ele é um testemunho de como o conhecimento, a tecnologia e a sensibilidade clínica podem se unir para criar um impacto profundo. Queremos você na linha de frente dessa mudança: seja um dos nossos beta testers do AURA-T e ajude a moldar o futuro da clínica em tempo real.

E marque na sua agenda: entre os dias 4 e 8 de agosto, estaremos no II Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade 2025. Será uma imersão em debates sobre o futuro do cuidado sob uma perspectiva interdisciplinar, um espaço para trocas, aprendizado e construção coletiva com mentes que não se conformam com o que já existe.

Transformar o cuidado começa por quem se dispõe a sentir, escutar e agir de outro jeito. Esse futuro, pautado pela inteligência do cérebro e pela coragem de inovar, precisa da sua presença. Venha com a Braine.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *