Quer saber por que assistir um filme até o final virou um desafio? O brain rot está moldando sua mente digitalmente. Descubra as 5 influências desse fenômeno no seu dia a dia e como a Braine te ajuda a retomar o controle da sua atenção e bem-estar.
Se você já se pegou rolando infinitamente o feed nas redes sociais, mesmo sem real interesse, ou sentiu um impulso quase incontrolável de checar o celular no meio de uma conversa importante, este texto é para você.
A pergunta no título – “Você consegue assistir um filme até o final?” – não é só uma provocação, ela é também um termômetro da saúde da nossa atenção na era digital. Para muitos, a resposta sincera é um sonoro “não”. E se você se identificou, talvez esteja sentindo os efeitos do que o mundo agora chama de brain rot.
Não somos de rodeios aqui na Braine, enfrentamos a realidade de frente, por mais desconfortável que ela seja. Por isso, precisamos falar sobre esse fenômeno que se tornou tão relevante a ponto de ser a Palavra do Ano de 2024 do Oxford Dictionary.
Sumário
O que é brain rot

“Brain rot” – ou, em tradução livre, “apodrecimento do cérebro” – é um termo escolhido para descrever a deterioração da sua capacidade mental, incluindo intelecto, função cognitiva, tempo de atenção e memória, tudo resultado do consumo excessivo de conteúdo online, especialmente aqueles vídeos curtos e de baixa qualidade que parecem inofensivos, mas que na verdade estão reprogramando seu cérebro de formas que você nem imagina Oxford University Press: Brain rot named Oxford Word of the Year 2024.
Entenda, isto é um alerta para você.
O Dr. Mario Peres, neurologista, explicou ao Dr. Drauzio Varella em seu artigo Drauzio Varella: Brain rot: o seu cérebro está apodrecendo? que oconsumo contínuo e desenfreado de vídeos curtos, muitas vezes sem contexto, mas altamente gratificantes, está sobrecarregando nosso cérebro.
Isso afeta diretamente as funções cognitivas e emocionais, reduzindo drasticamente nosso foco e bem-estar geral. É um declínio mental progressivo que se manifesta como fadiga constante, falta de motivação e uma dificuldade crescente em iniciar ou, sim, assistir um filme até o final – ou qualquer outra tarefa que exija atenção contínua.
A ironia é que a tecnologia, que prometia nos libertar, está nos aprisionando em ciclos de gratificação instantânea.
Algorítmos como agentes
Os algorítmos são mestres em capturar nossa atenção, priorizando conteúdos que geram impacto emocional, muitas vezes ameaçadores ou conflitantes, aumentando nosso estado de alerta e ansiedade. Essa exposição repetitiva cria alguns automatismos cerebrais, que reforçam o sistema de dopamina de uma forma perigosamente similar às dependências químicas.
E tudo isso gera uma dificuldade cada vez maior de se desconectar do mundo online e de se engajar plenamente no nosso mundo real.
Os vilões da sua mente: 5 influências do Brain Rot na sua vida
O “brain rot” se infiltra sorrateiramente no seu dia a dia, alterando comportamentos e percepções de forma quase imperceptível.
Entender como ele age é o primeiro passo para combatê-lo.
Prepare-se para ver as manifestações dessa “podridão cerebral” em aspectos que você talvez nunca tenha associado ao uso excessivo de telas.
1. O ataque a sua memória e foco
Já se perguntou por que aquela notícia que você acabou de ler parece evaporar da sua mente? Ou por que é tão difícil se concentrar em uma única tarefa por mais de alguns minutos? Isso é o tal do “brain rot” em ação.
O artigo do Dr. Drauzio Varella (Drauzio Varella: Brain rot: o seu cérebro está apodrecendo?) destaca a má memória e a dificuldade de raciocínio como sintomas clássicos.
Nosso cérebro foi projetado para consolidar informações através da atenção e da repetição, no entanto, a avalanche constante de estímulos digitais curtos e fragmentados impede essa consolidação.
É como tentar encher um balde com um escorredor: a água entra, mas logo escapa.
Quer um exemplo prático?
Você se pega esquecendo o que fez na semana passada? Ou começa a ler um livro e, depois de duas páginas, já sente a necessidade incontrolável de pegar o celular, sem conseguir assistir um filme até o final em sua mente?
Talvez você inicie um projeto no trabalho, mas a cada 10 minutos sente o impulso de checar notificações, quebrando o fluxo do pensamento e alongando a tarefa por horas.
Essa fragmentação da atenção não só impede a memória de longo prazo, mas também reduz sua capacidade de resolver problemas complexos, que exigem raciocínio linear e dedicação.
Com essa conexão constante e sem filtro, sua mente está sendo treinada para a distração.
2. Ansiedade e depressão
As redes sociais comumente viram um terreno fértil para a ansiedade, a depressão e um sentimento de profunda solidão. A pesquisa “The Problem of the Century: Brain Rot” OPUS Journal of Society Research: The Problem of the Century: Brain Rot aponta que o uso de mídias sociais contribui significativamente para esses problemas, especialmente entre adolescentes.
A incessante busca por curtidas e a competição por popularidade geram conflitos internos e uma erosão perigosa da autoconfiança.
O conteúdo idealizado que domina as plataformas cria uma ilusão de vidas perfeitas, gerando no usuário uma sensação de inadequação e baixa autoestima, como também sublinha o Dr. Drauzio Varella. É uma armadilha: você se compara a uma realidade filtrada e irreal, e a sua própria vida, com suas imperfeições naturais, parece menos valiosa.
Quer um exemplo prático?
Você sente uma inquietação constante, uma ansiedade sem motivo aparente, que surge logo após uma sessão de rolagem interminável? Ou experimenta aquela pontada de tristeza e inveja ao ver a vida perfeita dos influenciadores, enquanto a sua própria parece sem brilho?
Talvez, em vez de se encontrar com amigos, você prefere observar a vida deles por trás da tela, sentindo-se mais conectado, mas paradoxalmente mais sozinho.
Essa é a solidão da conexão superficial.
A pressão para estar “sempre online” e a necessidade de validação digital podem roubar sua paz, tornando o simples ato de assistir um filme até o final sem pensar nas redes sociais uma fuga necessária, mas cada vez mais difícil.
3. A deterioração da tolerância à frustração
Vivemos em um mundo pronto para consumo, onde a gratificação é instantânea e a informação está a um toque.
Essa cultura do “tudo agora” nos torna intolerantes à espera e à frustração.
O ritmo acelerado dos aplicativos, projetado para nos manter viciados em dopamina, diminui drasticamente nossa paciência e resiliência diante dos desafios do mundo real.
A pesquisa do OPUS Journal (OPUS Journal of Society Research: The Problem of the Century: Brain Rot) reforça que a comparação constante e a busca pelo perfeccionismo podem levar a sentimentos de inadequação e perda de autoconfiança, minando nossa capacidade de lidar com o que não é perfeito ou instantâneo.
Quer um exemplo prático?
Pequenos atrasos no trânsito te tiram do sério? Uma fila no supermercado te deixa à beira de um ataque de nervos? Você tem dificuldade em assistir um filme até o final de uma reunião que se estende um pouco mais, ou aguardar a resposta de um e-mail sem sentir uma agitação insuportável? Essa impaciência generalizada é um sintoma claro do “brain rot“. A vida real não vem com um botão de “pular anúncio” ou um feed infinito.
Ela exige paciência, resiliência e a capacidade de lidar com a imperfeição – habilidades que o ritmo digital está erodindo.
4. O desinteresse pelo mundo real
O “brain rot” nos isola.
O Dr. Drauzio Varella em seu artigo (Drauzio Varella: Brain rot: o seu cérebro está apodrecendo?) aponta a falta de interesse em atividades não digitais e o isolamento social como consequências diretas. A vida online, com seus filtros e edições, pode parecer mais interessante e controlável do que a vida real, com suas complexidades e imprevisibilidades.
A profunda ironia é que, enquanto passamos horas “conectados” com centenas de “amigos” virtuais, as interações presenciais, que são fundamentais para nossa saúde mental e emocional, diminuem. O risco é trocar a profundidade das relações humanas pela superficialidade da conexão digital.
Quer um exemplo prático?
Você prefere passar horas rolando o feed a sair com amigos para uma conversa real? Ou sente que as interações cara a cara se tornaram cansativas, e você não consegue assistir um filme até o final de uma boa interação presencial sem sentir a necessidade de checar o celular?
Imagine o jantar em família onde todos estão olhando para seus smartphones, em vez de um para o outro. Ou a festa em que as pessoas filmam tudo para as redes sociais, em vez de realmente vivenciar o momento.
Essa é a manifestação do “brain rot” na nossa capacidade de socializar e de encontrar prazer nas atividades offline.
5. A fadiga mental crônica
Você acorda já se sentindo exausto, mesmo depois de dormir? Aquela lista de tarefas parece intransponível, e o simples ato de assistir um filme até o final se torna uma maratona mental? Essa fadiga mental crônica é um sintoma alarmante do “brain rot”.
O cérebro está sobrecarregado, mas não de forma produtiva ou regenerativa.
O Dr. Mario Peres explica que essa sobrecarga do cérebro leva à fadiga mental e à desmotivação, dificultando a iniciação ou a conclusão de tarefas complexas. O fluxo incessante de informações, mesmo que curtas, mantém o cérebro em um estado de alerta constante, sem o devido período de descanso e processamento. É como um músculo que está sempre contraído, sem nunca relaxar.
Quer um exemplo prático?
Depois de horas em reuniões online ou consumindo conteúdo, você se sente exausto, mas não consegue relaxar de verdade. Sua mente continua agitada, revivendo posts ou pensando na próxima notificação. Isso afeta o sono, a qualidade de vida e a capacidade de engajar em atividades que exigem energia mental, como aprender algo novo ou planejar o futuro. A mente está “rodando em falso”, sem conseguir desligar ou recarregar as energias, transformando até o lazer em um esforço.
Estratégias para retomar o controle
A boa notícia é que o “brain rot” não é um destino inevitável para todos na era digital, ele é apenas um conjunto de hábitos e reações que podem ser desfeitos. É possível reverter ou mitigar seus efeitos, e a chave está em uma abordagem consciente do uso da tecnologia.
Você tem o poder de retomar o controle da sua atenção e da sua mente.
1. Defina limites de tempo e crie zonas livres de telas
O primeiro passo para retomar o controle é estabelecer fronteiras claras. A tecnologia é uma ferramenta, não um ditador.
- Uso de ferramentas de tempo de tela: A maioria dos smartphones e sistemas operacionais oferece ferramentas nativas para monitorar e limitar o tempo de uso de aplicativos. Configure-as! Determine quanto tempo você realmente precisa passar em cada rede social ou aplicativo de entretenimento e cumpra esse limite.
- Zonas livres de telas: Designe áreas específicas em sua casa como “zonas sem celular”. A mesa de jantar, o quarto de dormir, a sala de estar enquanto a família está reunida. Imagine a transformação nas suas refeições: em vez de rolar feeds, você terá conversas reais, atenção plena à comida e, quem sabe, um momento de qualidade que valha mais do que mil curtidas. E, claro, quartos sem celular para assistir um filme até o final de um bom sono e garantir uma mente descansada.
2. Desative notificações
As notificações são os gatilhos que nos puxam de volta para o ciclo vicioso do “brain rot”. Elas são projetadas para criar urgência e FOMO (Fear Of Missing Out).
- Silêncio é ouro: Desative todas as notificações desnecessárias. Deixe apenas as essenciais para o trabalho ou emergências. Você não precisa saber instantaneamente quem curtiu sua foto ou quem postou o último meme. Essa “liberação” das notificações é um ato de rebeldia contra a tirania da atenção digital.
- Pausas programadas: Em vez de checar o celular a cada cinco minutos, programe pausas digitais específicas. Por exemplo, trabalhe por 50 minutos focado e, só então, permita-se 10 minutos de “tempo de tela”. Isso ajuda a treinar seu cérebro a sustentar a atenção e a evitar a fragmentação contínua.
3. Priorize o sono e reconecte-se com atividades offline
O sono é o grande restaurador da mente, e o “brain rot” é seu maior inimigo. O excesso de tela antes de dormir afeta a qualidade do sono, perpetuando a fadiga mental. Além disso, a vida offline é rica em experiências que as telas jamais poderão replicar.
- Ritual do sono sem tela: Evite telas (celulares, tablets, computadores) pelo menos uma hora antes de dormir. A luz azul emitida por esses dispositivos interfere na produção de melatonina, o hormônio do sono. Substitua a rolagem de feed por um livro, uma conversa tranquila ou uma meditação. Sua mente agradece, e você estará mais apto a assistir um filme até o final no dia seguinte, ou qualquer outra tarefa que exija foco.
- Volte à essência: Busque atividades offline que tragam prazer e engajamento: praticar exercícios físicos (reduz ansiedade e depressão, segundo o Drauzio Varella), praticar um hobby (pintar, tocar um instrumento, cozinhar), ler livros físicos, passar tempo na natureza. O mundo real tem texturas, cheiros, sons e interações que nenhuma tela pode simular.
4. Não use o celular durante as refeições
As refeições são momentos sagrados de conexão e atenção plena. Transformá-las em “tempo de tela” é um desserviço à sua saúde digestiva e às suas relações.
- Coma com consciência: Largue o celular e concentre-se na comida, nos sabores, nas texturas. Se estiver em companhia, use esse tempo para conversar, realmente ouvir e se conectar. Essa pequena mudança pode ter um impacto gigantesco na sua atenção e na qualidade das suas interações.
- Priorize o presencial: Esforce-se para ter mais interações sociais presenciais significativas. Chame um amigo para um café, visite um familiar, participe de grupos de interesse. A pesquisa do OPUS Journal (OPUS Journal of Society Research: The Problem of the Century: Brain Rot) mostra que o isolamento social está ligado ao uso excessivo de mídias.
5. Invista em sua mente
Para combater o “brain rot”, precisamos exercitar a mente de formas que vão além da gratificação instantânea. Desafie-se!
- Aprenda algo novo: Dedique-se a aprender uma nova habilidade, um novo idioma, um instrumento musical. Essas atividades exigem foco, memória e raciocínio, combatendo diretamente os efeitos do “brain rot”.
- Leia livros longos: O simples ato de ler um livro (físico, de preferência) por longos períodos é um treino poderoso para a sua atenção. E sim, assistir um filme até o final (sem pausas para o celular!) é um excelente exercício para sua capacidade de concentração. Volte a se engajar com narrativas longas e complexas.
Braine: Tecnologia a favor da sua mente
Na Braine, entendemos o peso desses números e a urgência de agir contra o “brain rot”.
Nosso propósito não é apenas falar sobre o problema; é agir sobre ele.
Não somos uma empresa que demoniza a tecnologia, pelo contrário, acreditamos no poder transformador da tecnologia quando usada com inteligência e propósito.
A chave não é a abstinência, mas a curadoria e o controle.
E é aqui que a Braine entra.
Nossa missão é usar a tecnologia e a inovação não para te viciar, mas para te libertar. Queremos ser a força que te ajuda a retomar o controle da sua atenção, do seu tempo e da sua mente.
- Desmistificar o “Brain Rot” e disseminar conhecimento: Oferecemos informações claras e baseadas em evidências, combatendo mitos e preconceitos sobre o uso de telas. Acreditamos que o conhecimento é a primeira arma contra a inércia digital.
O número de pessoas que sentem os efeitos do “brain rot” está crescendo. Essa não é uma ameaça distante; é uma realidade que afeta milhões, talvez você. Mas não é uma batalha perdida. O futuro da sua atenção e do seu bem-estar está em suas mãos.
Não espere que alguém faça por você. Aja. Informe-se. Reconecte-se com o mundo real e com o seu próprio potencial. A Braine está aqui para ser seu parceiro nessa jornada. O futuro da sua mente não é incerto; ele está sendo construído agora, com cada passo consciente que você dá rumo a uma vida digital mais equilibrada e plena. É hora de desafiar o “brain rot” e reassumir o controle da sua história.
Junte-se à revolução da Braine!
Se você compartilha da nossa paixão por desvendar os segredos do cérebro e acredita que a neurociência pode ser a chave para um futuro de cuidado mais justo e eficaz, o seu lugar é aqui. Não aceitamos menos que a transformação, e sabemos que ela começa com profissionais e visionários que, assim como nós, ousam pensar diferente.
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Transformar o cuidado começa por quem se dispõe a sentir, escutar e agir de outro jeito. Esse futuro, pautado pela inteligência do cérebro e pela coragem de inovar, precisa da sua presença. Venha com a Braine.