A Braine foi destaque no podcast “Momento Tecnologia”, da USP, com seu trabalho inovador em saúde mental e autismo usando IA. Ouça a entrevista com o CEO Gabriel Cirino e conheça as tecnologias que irão transformar o cuidado psicológico.

No dia 13 de maio, nosso CEO e pesquisador da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (FEA-USP) Gabriel Cirino participou do podcast Momento Tecnologia, produzido pela Rádio USP do Jornal da USP, para uma conversa com o imponente comunicador Julio Silva.
O episódio de número 128, teve como tema o desenvolvimento da Braine, uma healthtech brasileira que nasceu para transformar o cuidado com pessoas neurodivergentes a partir da união entre neurociência, psicanálise e inteligência artificial.
Essa conversa marcou não só o reconhecimento do nosso trabalho por uma das maiores universidades da América Latina, como também reforçou um valor essencial da Braine: o cuidado começa pela escuta — e nenhuma tecnologia deveria existir sem isso.
A tecnologia da escuta: como surgiu a Braine?
“A Braine nasceu com o propósito de transformar a forma como lidamos com a neurodiversidade. A gente une neurociência, psicanálise e inteligência artificial para criar tecnologias que escutam com empatia e cuidam de forma humanizada”, explicou Gabriel durante a entrevista.
A Braine é uma startup formada por pessoas neurodivergentes e profissionais de saúde mental que acreditam que o cuidado precisa ser contínuo, ético e adaptado à singularidade de cada um.
Diferente de outras iniciativas na área de tecnologia assistiva ou saúde digital, a Braine não parte da lógica de “automatizar atendimento” . Nossa missão é outra: colocar o ser humano no centro do cuidado, usando a IA como ponte — não como atalho.
O que estamos desenvolvendo?
“O diferencial da Braine é que ela é construída junto com as pessoas neurodivergentes, como é o meu caso, e com profissionais de saúde mental. Isso garante que cada solução tenha base ética, científica e principalmente humana”, reforçou Gabriel no poadcast.
Durante a conversa com Julio Silva, Gabriel apresentou as três principais soluções da Braine que estão em fase de desenvolvimento — todas pensadas para apoiar diferentes momentos da jornada de cuidado, diagnóstico e acompanhamento.
1. AURA-T: apoio ao diagnóstico de autismo
O AURA-T é uma ferramenta digital criada para apoiar psicólogas e profissionais de saúde no processo de triagem e rastreio do autismo. Ele organiza, interpreta e transforma dados clínicos, testes padronizados e entrevistas em um relatório estruturado, com foco em agilidade, precisão e ética.
Com o AURA-T, a proposta não é substituir o profissional — mas ampliar a capacidade de análise e reduzir gargalos no acesso ao diagnóstico, especialmente em regiões com pouca oferta de especialistas.
2. CARE-360: cuidado integrado e contínuo
O CARE-360 é uma plataforma que integra profissionais, pessoas neurodivergentes e famílias em uma jornada colaborativa de cuidado. Ele foi pensado para ser um ecossistema seguro, ético e personalizável, onde cada pessoa possa acompanhar seu próprio processo — e onde profissionais tenham as ferramentas certas para oferecer apoio de forma empática e baseada em evidências.
A ideia é simples, mas revolucionária: criar um ambiente digital que acolha a complexidade do cuidado em saúde mental, em vez de reduzi-lo a números e burocracias.
3. BRUNA: inteligência artificial com escuta sensível
A BRUNA é nossa IA conversacional brasileira, criada especialmente para oferecer suporte emocional e gestão de crises no cotidiano de pessoas neurodivergentes. Diferente dos assistentes genéricos, a BRUNA escuta, entende e respeita os contextos individuais de cada usuário.
Ela não julga, não oferece conselhos prontos e muito menos replica vieses capacitistas. Ela foi treinada com base em escuta clínica e construída lado a lado com profissionais de psicologia e pessoas neurodivergentes — o que a torna única no cenário nacional.
“Acreditamos em um cuidado de ponta a ponta”, explicou Gabriel durante o episódio.
Para quem é a Braine?
A tecnologia que desenvolvemos na Braine não tem um único público. E isso não é por acaso. A neurodiversidade atravessa a sociedade como um todo — e cada vez mais pessoas, famílias, educadores e organizações estão buscando formas mais conscientes e humanas de cuidar da saúde mental.
“Nosso público é bem diverso. Acolhemos famílias que querem entender e cuidar melhor de seus filhos, profissionais da saúde que desejam ferramentas éticas e úteis, pessoas neurodivergentes que desejam se conhecer melhor, educadores, profissionais de RH preocupados com a saúde mental nas empresas e até operadoras de saúde que veem valor em uma gestão mais eficiente e humana” – Gabriel Cirino.
Em outras palavras: a nossa tecnologia existe para servir as pessoas — e o ser humano vem sempre em primeiro lugar.
A USP reconhece a inovação da Braine
A Braine foi recentemente incubada pelo Cietec (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia) e recebeu o selo DNA USP, que certifica iniciativas empreendedoras criadas por estudantes e ex-alunos da universidade.
A participação de Gabriel no podcast da Rádio USP é, acima de tudo, um reconhecimento do impacto que a Braine está gerando. É também um sinal claro de que a universidade pública brasileira está atenta às inovações que colocam a ética e a inclusão no centro do desenvolvimento tecnológico.
Esse episódio é um convite à reflexão: que tipo de tecnologia queremos desenvolver no Brasil? Aquela que exclui, automatiza e precariza? Ou aquela que inclui, acolhe e cuida?
A Braine escolheu o segundo caminho — e estamos só começando.
Por que isso importa?
A neurodiversidade é uma realidade. Estima-se que cerca de 15% da população mundial seja neurodivergente — ou seja, essas pessoas pensam, sentem e processeamo mundo de maneiras diferentes das demais. Essas pessoas enfrentam desafios cotidianos que vão desde o acesso ao diagnóstico até o preconceito e a exclusão em ambientes escolares, familiares e corporativos.
Mas a neurodivergência não é uma falha a ser corrigida, é uma variação legítima da mente humana. E é justamente por isso que precisamos de tecnologias capazes de respeitar essa pluralidade e adaptar-se a ela — não o contrário.
A Braine existe para lembrar isso todos os dias. Para lembrar que é possível fazer diferente. Que é possível cuidar com autonomia, com ciência, com empatia.
A repercussão do podcast: Braine também ganha destaque no Cointelegraph Brasil
A participação de Gabriel Cirino no podcast Momento Tecnologia, da Rádio USP, chamou a atenção de diversos públicos – e não só dos ouvintes do programa. No dia 15 de maio de 2025, apenas dois dias após a exibição do episódio, o portal Cointelegraph Brasil publicou uma matéria destacando a proposta inovadora da Braine e o impacto do projeto no cuidado com pessoas neurodivergentes.
Com o título “USP desenvolve IA focada em ajudar pessoas neurodivergentes”, o texto apresenta a Braine como uma iniciativa que une tecnologia, neurociência e escuta humanizada. A matéria reforça a proposta da startup de criar soluções tecnológicas éticas e eficazes para acolher pessoas com autismo, TDAH e dislexia — como a ferramenta de rastreio rápido Aura-T, a plataforma de cuidado integral CARE 360 e a assistente virtual Bruna, voltada para o suporte emocional e gestão de crises.
A publicação também ressalta o fato de que a Braine está sendo construída de forma colaborativa, com participação ativa de pessoas neurodivergentes e profissionais de saúde mental, o que garante um desenvolvimento mais sensível, ético e centrado nas necessidades reais dos usuários. Além disso, a matéria informa que a plataforma está em fase avançada de testes e deve lançar em breve uma versão beta em parceria com instituições estratégicas.
Ouça o episódio completo e conheça a Braine
Se você quer entender mais sobre a história da Braine, sobre nossas soluções e sobre como estamos construindo tecnologias com propósito, escute o episódio completo do Momento Tecnologia no link abaixo:
Momento Tecnologia #128 – Braine Digital
Se você acredita que o futuro do cuidado passa por conexões mais humanas e tecnologias com alma, junte-se a nós no II Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade 2025. Vamos debater, trocar experiências e construir, juntos, uma nova forma de pensar o acompanhamento terapêutico