A Braine foi destaque no Jornal da USP em matéria sobre sua origem, impacto social e pedido de patente da ferramenta AURA-T, voltada à triagem do autismo.
No dia 18 de dezembro de 2024, a Braine apareceu em destaque no Jornal da USP, em uma reportagem que vai muito além de uma simples citação. O texto reconhece com clareza o caráter inovador, ético e profundamente enraizado na ciência brasileira de uma startup que escolheu trilhar um caminho fora da curva: o da escuta radical aliada à tecnologia. Não é comum ver iniciativas empreendedoras surgirem do campo da pesquisa e, menos ainda, com o compromisso explícito de enfrentar um dos maiores gargalos da saúde pública: o acesso desigual ao cuidado em neurodiversidade.
A reportagem mergulha nos bastidores da Braine, mostrando como o projeto nasceu dentro de uma disciplina do Mestrado Profissional da FEA-USP, mas rapidamente transbordou a sala de aula. Com orientação científica e metodologia de impacto, a startup passou a operar na fronteira entre o conhecimento acadêmico e a urgência social. Essa é a essência da Braine: transformar ciência em solução concreta com coragem, com dados e com alma.
O reconhecimento da USP é simbólico, mas também estratégico. Ele valida publicamente o que nós, na Braine, já sabíamos: que é possível criar tecnologia com responsabilidade, que é possível pensar inteligência artificial não como substituição do humano, mas como ampliação do cuidado. E que, sim, dá para romper com os modelos tradicionais sem perder profundidade, precisão ou ética.
O nascimento da Braine no ambiente acadêmico da USP

Uma startup que nasce dentro do mestrado
A reportagem revela que a Braine foi desenvolvida por Gabriel Cirino, aluno do Mestrado Profissional em Empreendedorismo (MPE) da FEA-USP. O projeto teve origem dentro da disciplina “Lean Startup e Modelo de Desenvolvimento de Produtos”, ministrada pelo professor Alvair Silveira Torres Junior. A proposta da matéria era clara: aplicar metodologias empreendedoras para transformar ideias em soluções reais, com base na escuta ativa de necessidades do mercado e dos usuários.
Foi nesse contexto que Gabriel, também aluno de doutorado na ECA-USP e recém diagnosticado com TDAH, decidiu criar uma ferramenta voltada à triagem e ao acompanhamento do autismo com base em sua própria vivência com o TDAH – diagnóstico que só recebeu aos 32 anos – e na convivência com o seu afilhado autista.
Ou seja: o problema era real, sentido na pele. A solução também precisava ser real, viável e profundamente humana.
Patente, MVPs e inovação baseada na realidade brasileira
Diante da originalidade da iniciativa, Gabriel solicitou o registro de patente do AURA-T, a primeira ferramenta brasileira baseada em inteligência artificial e construída com protocolos científicos para facilitar a triagem pré-diagnóstica do autismo. Isso representa um salto qualitativo para a pesquisa brasileira, uma vez que, no Brasil, boa parte dos instrumentos diagnósticos são importados, caros, pouco adaptados à nossa cultura e, muitas vezes, inacessíveis a famílias e profissionais da ponta.
Com o AURA-T, a promessa é outra: uma triagem rápida, acessível, científica e empática, tanto para os profissionais quanto para as famílias.
Além do AURA-T, os pesquisadores da Braine trabalham em desenvolver outras duas ferramentas:
- Care360: plataforma para acompanhamento terapêutico e histórico clínico acessível.
- Bruna IA: assistente virtual treinada para oferecer orientação e apoio para crises de pessoas neurodivergentes.
Todos esses produtos foram pensados como ferramentas de auxílio ao profissional da saúde e famílias, e não como solução. A inteligência artificial atua como apoio ao cuidado, sem substituir o olhar clínico. Pelo contrário, ela o fortalece, reduzindo o tempo entre a suspeita e o encaminhamento adequado, ampliando o acesso e a qualidade das decisões.
A experiência que vira solução
A reportagem também mergulha na história pessoal de Gabriel Cirino, que levou 15 anos para concluir sua graduação e só mais tarde entendeu por quê: seu cérebro era neurodivergente. Ao receber o diagnóstico de TDAH, tudo fez sentido.
A sensação de inadequação, os ciclos de exaustão, a sobrecarga mental crônica. Ao mesmo tempo, veio um novo horizonte: transformar essa vivência em conhecimento aplicado. E mais que isso — em solução acessível para outras pessoas que, como ele, passaram anos sem entender o que se passava dentro de si.
É a partir dessa escuta radical, da própria trajetória, que nasce a missão da Braine: democratizar o cuidado com a neurodiversidade no Brasil, usando tecnologia, ciência e empatia como pilares inseparáveis.
O que o Jornal da USP revelou sobre a Braine que o Brasil precisa saber
Ao reconhecer o ineditismo da Braine, o Jornal da USP legitima o caminho que estamos trilhando: um caminho em que a inteligência artificial é ferramenta, não substituto, em que o conhecimento científico não fica na estante, mas vai para a prática, para o SUS, para a sala do psicólogo, para a casa da família que espera há meses por um diagnóstico.
O professor Alvair Torres Junior, responsável pela disciplina que impulsionou o projeto, reconhece isso como um exemplo vivo da aplicação do modelo lean para gerar inovação de verdade. A reportagem enfatiza ainda que a Braine é uma deeptech de impacto, ou seja, uma tecnologia que emerge da ciência, mas que tem como destino final transformar vidas reais.
A Braine: ciência, escuta e tecnologia a serviço da transformação
Mais do que uma startup, a Braine é um movimento. Uma organização construída por pessoas neurodivergentes, com o apoio de profissionais da saúde mental, educadores, pesquisadores e cuidadores — todos reunidos em torno de um mesmo propósito: criar soluções acessíveis, éticas e eficazes para quem precisa ser visto, ouvido e acolhido.
Com sede na realidade brasileira e olhos voltados para o futuro da saúde mental, a Braine acredita que o cuidado só é real quando é humano. E que nenhum talento pode florescer sem um ambiente fértil. É por isso que a tecnologia que criamos nasce da escuta — e é feita para servir ao cuidado.
Leia a matéria completa e conheça a Braine
Acesse o conteúdo publicado pelo Jornal da USP. Se você também acredita que ciência, empatia e tecnologia podem andar juntas, acompanhe o blog da Braine e participe do II Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade 2025 nos dias 4 a 8 de agosto – um espaço para ampliar diálogos e redesenhar, juntos, os caminhos da saúde mental.
Estamos construindo, juntos, um novo capítulo na história da neurodiversidade no Brasil.