Sad Senior Man in Retirement Home

Por que só agora? O diagnóstico de autismo na vida adulta

Após tantos anos em dúvida sobre quem eu sou, o que eu devo fazer depois do diagnóstico de autismo?

Você já se perguntou por que certas situações do cotidiano sempre pareceram mais difíceis para você do que para outras pessoas?

Ou por que tarefas simples sempre te esgotaram tanto?

Muitas pessoas neurodivergentes passam a vida inteira se sentindo fora do lugar até que, finalmente, recebem um nome para tudo aquilo que sempre sentiram e não sabiam como falar.

O diagnóstico de autismo na vida adulta vem crescendo – e muito -, especialmente entre mulheres e pessoas que sempre se adaptaram “bem demais” as normas sociais.

Mas por que ele demora tanto? E o que muda depois que ele chega?

Autism Awareness. Autism father holding hand his Autistic Child with I have autism bracelet
Um diagnóstico de autismo pode salvar vidas

Por que o diagnóstico de autismo demorou tanto?

Boa parte dos diagnósticos tardios acontecem por falta de um olhar atento e da escuta daquele paciente, uma vez que os sinais sempre estiveram lá.

Durante a infância, muitos pais — movidos por medo, desinformação ou até pelo desejo de proteger os filhos de rótulos — acabam negando aquilo que é evidente: que a neurodivergência existe e precisa ser compreendida, não ignorada.

O resultado? Crianças que cresceram sentindo que havia algo de errado com elas, quando na verdade, o que sempre esteve errado foi o acolhimento que elas não receberam.

Crenças que limitam:

Ainda carregamos o mito ultrapassado de que o autismo é uma condição exclusiva da infância. Essa crença faz com que adultos neurodivergentes passem despercebidos, mesmo quando os sinais estão ali — camuflados por adaptações que são funcionais e, muitas vezes, exaustivas.

Confira sobre outros mitos que te contaram sobre a neurodivergência.

O que muda com o diagnóstico na vida adulta ou tardio?

Receber um diagnóstico tardio significa que agora existe a possibilidade de se enxergar por uma lente nova, com mais carinho e respeito.

Saber que você é neurodivergente não define você, mas pode explicar muito do que foi vivido. Pode ajudar a construir relações mais honestas, cuidar melhor da saúde mental e reivindicar ambientes mais justos e acessíveis.

Algumas transformações comuns após o diagnóstico:

  • Alívio ao entender melhor seus comportamentos e emoções.
  • Redução da autocrítica e da culpa por dificuldades vividas.
  • Possibilidade de buscar apoio terapêutico direcionado às necessidades.
  • Reconstrução da identidade com mais liberdade e compaixão.

O diagnóstico é o início de um nova vida, uma onde há mais espaço para ser quem se é.

Free
Um adulto que se entende se torna um adulto livre

Como buscar ajuda?

O primeiro passo é buscar profissionais especializados em neurodesenvolvimento que compreendam as especificidades do espectro em adultos. Psiquiatras, psicólogos e neurologistas com esse tipo de formação poderão aplicar:

  • Entrevistas clínicas
  • Testes comportamentais
  • Escalas diagnósticas adaptadas

Atenção: não existe um único exame ou teste definitivo. O diagnóstico é construído com base em múltiplas observações, histórico pessoal, familiar e critérios científicos validados.

E quando a tecnologia entra em cena?

Ferramentas como o Aura-T, desenvolvidas pela Braine com inteligência artificial, tem ampliado a capacidade de interpretação de dados obtidos em testes.

Isso significa maior agilidade, organização de informações e apoio para profissionais e pacientes.

O Aura-T gera relatórios completos que indicam padrões de comportamento, aprendizado e interação social — sempre comparando com referências científicas sólidas.

Quanto maior o banco de dados, maior a precisão: a IA aprende com cada novo caso, ampliando sua sensibilidade para identificar sinais menos óbvios do espectro.

Quer entender mais sobre isso?

Se você é um adulto que recebeu um diagnóstico tardio e ainda se sente um pouco perdido nesse processo ou quer se preparar melhor para acolher pessoas neurodivergentes no seu entorno, participe do Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade, que acontecerá entre os dias 2 e 6 de junho para promover a discussão sobre neurodivergência no Brasil e no mundo.

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