Explore as neurociências e a revolução do entendimento humano neste texto que busca desvendar os segredos do cérebro, da cognição à tecnologia, e descubra como a Braine lidera a inovação no cuidado neurocientífico.
Por décadas, a mente humana foi um território de mistérios insondáveis, um enigma restrito a filósofos e, por vezes, a especulações místicas. O cérebro, essa massa enrugada de matéria gelatinosa que pesa pouco mais de um quilo, parecia uma caixa preta de onde emergiam pensamentos, emoções e decisões, sem que tivéssemos acesso direto aos seus mecanismos internos.
Os tempos, contudo, mudaram.
Graças à audácia de pesquisadores e à rebeldia de cientistas que ousaram questionar o invisível, estamos agora na era das neurociências, um campo que não apenas desvenda os segredos da mente, mas nos capacita a reescrever o futuro do cuidado e da compreensão humana.
Não se trata apenas de entender neurônios ou sinapses, a neurociência representa uma ferramenta pragmática para decifrar a nós mesmos, para entender por que sentimos o que sentimos, por que aprendemos como aprendemos e por que somos quem somos.
É a ciência que nos tira da escuridão da ignorância e nos coloca diante da complexidade magnífica do nosso próprio hardware biológico. Na Braine, entendemos que o conhecimento é poder, e o poder de compreender o cérebro é o primeiro passo para revolucionar a forma como vivemos, aprendemos e nos conectamos.
Sumário
Desvendando a mente para reconstruir paradigmas

As neurociências configuram-se como um vasto e interconectado campo de estudo que busca compreender a totalidade do sistema nervoso – desde as moléculas mais ínfimas até as redes neurais mais complexas que sustentam nossa consciência.
Desvendar a mente humana significa mergulhar na essência do que nos torna únicos, do que nos faz pensar, sentir, criar e interagir com o mundo de maneiras singulares.
Ao compreendermos o cérebro em sua plenitude, somos capazes de desafiar paradigmas antigos e, de forma pragmática, construir novas abordagens para a saúde, educação e bem-estar.
Além dos estereótipos: A complexidade do sistema nervoso
Esqueça a imagem simplificada do cérebro como um mero computador biológico. O sistema nervoso demonstra uma complexidade quase inimaginável, um universo pulsante de bilhões de neurônios e trilhões de conexões.
Ele sustenta nossa identidade, nossos sonhos, nossas memórias mais preciosas e nossas dores mais profundas.
Segundo a Cleveland Clinic o sistema nervoso se divide em duas partes principais:
- O sistema nervoso central (SNC), composto pelo cérebro e pela medula espinhal.
- O sistema nervoso periférico (SNP), que engloba todos os nervos que se ramificam do SNC para o resto do corpo.
Segundo a neurociências, cada uma dessas partes desempenha um papel vital na forma como interagimos com o ambiente e processamos informações. Desde o piscar de um olho até a elaboração de uma teoria complexa, cada ação, pensamento e sensação é mediado por essa rede intricada.
Do neurônio à consciência: As escalas da investigação neurocientífica
A beleza e o desafio da neurociência residem em sua capacidade de operar em múltiplas escalas. O estudo não se limita a observar o comportamento externo mas também a mergulhar em suas características essenciais:
- A biologia molecular dos neurônios: como proteínas são sintetizadas e genes influenciam a função cerebral.
- A escala celular: entendendo como um neurônio se comunica com outro através de sinapses, formando redes intrincadas.
Em um nível mais macro, analisamos como áreas cerebrais específicas se ativam durante tarefas cognitivas, usando tecnologias como a ressonância magnética funcional (fMRI) e a eletroencefalografia (EEG).
E, finalmente, integramos tudo isso para tentar compreender fenômenos complexos como a consciência, a linguagem e a emoção.
Essa abordagem multiescalar permite que os neurocientistas abordem questões que vão desde a causa de uma doença neurológica específica até a natureza da própria subjetividade humana. É um testemunho da ambição e da profundidade que a neurociência moderna alcançou.
Por que a neurociência é o alicerce para um novo cuidado?
A relevância das neurociências na atualidade é inegável, especialmente no campo do cuidado. Por muito tempo, diversas condições neurodesenvolvimentais e de saúde mental foram tratadas de forma superficial ou, pior, estigmatizadas pela falta de compreensão de suas bases biológicas.
O estudo das neurociências oferece o conhecimento fundamental para desconstruir esses estigmas e construir abordagens mais eficazes e empáticas.
Ela nos permite entender que:
- A dificuldade de aprendizagem de uma criança pode ter raízes em diferenças no processamento sensorial, não em “má vontade”.
- A ansiedade crônica de um adulto pode estar ligada a desregulações em circuitos neurais específicos.
Ao fornecer uma base biológica e mecanicista para o comportamento e a cognição, a neurociência capacita profissionais de saúde, educadores e famílias a desenvolverem estratégias de intervenção mais precisas, personalizadas e, acima de tudo, humanizadas. É o alicerce para um cuidado que não julga, mas compreende; que não apenas trata sintomas, mas busca as raízes do funcionamento individual.
Para compreender como pensamos, sentimos e agimos, é fundamental mergulhar na intrincada arquitetura do nosso sistema nervoso. É neste complexo emaranhado de células e conexões que reside a base de toda a nossa experiência. Ao desvendar suas estruturas e o modo como interagem, começamos a vislumbrar os segredos da inteligência e do comportamento.
O cérebro demonstra uma orquestra de componentes trabalhando em perfeita sincronia. Cada uma de suas “engrenagens” desempenha um papel crucial na forma como processamos informações, formamos memórias e geramos respostas.
1. Neurônios e glia: Os construtores essenciais do sistema
No cerne do sistema nervoso estão os neurônios, as células especializadas na transmissão de informações. Pense neles como os “operadores” do sistema, capazes de gerar e conduzir sinais elétricos e químicos.
Cada neurônio possui um corpo celular, dendritos (que recebem sinais) e um axônio (que transmite sinais). A forma como eles se conectam e se comunicam define a capacidade de processamento do cérebro.
Ao lado dos neurônios, temos as células da glia, frequentemente subestimadas, mas igualmente essenciais. Elas atuam como os “engenheiros de suporte”, fornecendo nutrição, mantendo o ambiente químico adequado, isolando os axônios (com a bainha de mielina) e até mesmo participando ativamente da formação e modulação das sinapses. Sem elas, os neurônios não poderiam funcionar de forma eficiente.
O livro “Neurociências – Desvendando o Sistema Nervoso”, de Mark F. Bear, Barry W. Connors e Michael A. Paradiso, detalha com maestria essa intrincada relação entre neurônios e glia, mostrando como sua cooperação é fundamental para a vida mental.
2. Circuitos neurais: A linguagem elétrica da vida
Os neurônios não operam isoladamente; eles se organizam em circuitos neurais, redes complexas que processam informações de maneiras específicas.
Imagine milhares de neurônios interconectados formando vias para a informação fluir, como uma intrincada malha elétrica. Um circuito pode ser responsável por processar uma imagem, por controlar o movimento de um músculo ou por gerar uma emoção. A ativação desses circuitos é, em grande parte, um fenômeno elétrico, com os neurônios gerando impulsos nervosos (potenciais de ação) que se propagam rapidamente.
A especificidade e a eficiência desses circuitos são cruciais para a nossa capacidade de interagir com o mundo. Por exemplo, quando você toca em algo quente, um circuito neural específico é ativado, enviando o sinal de dor ao cérebro e desencadeando uma resposta rápida de retirada da mão.
A compreensão desses circuitos é um dos grandes desafios para quem estuda as neurociências, e os avanços em técnicas de neuroimagem e eletrofisiologia têm nos permitido “escutar” essa linguagem elétrica do cérebro com uma clareza sem precedentes.
3. Neurotransmissores: A química que modula nossas emoções e ações
A comunicação entre neurônios dentro desses circuitos ocorre principalmente através de neurotransmissores. Essas substâncias químicas são liberadas por um neurônio (o pré-sináptico) no espaço entre ele e outro neurônio (a sinapse), onde se ligam a receptores específicos no neurônio pós-sináptico. Essa ligação pode excitar ou inibir o neurônio seguinte, modulando a transmissão do sinal.
Neurotransmissores como a dopamina (associada ao prazer e recompensa), a serotonina (humor e bem-estar), a acetilcolina (memória e movimento) e o GABA (principal neurotransmissor inibitório) desempenham papéis cruciais em tudo o que fazemos e sentimos. Desequilíbrios nesses sistemas de neurotransmissores estão implicados em diversas condições neurológicas e psiquiátricas, como depressão, ansiedade, Parkinson e esquizofrenia.
Neuroplasticidade: O cérebro que se reinventa e aprende
Um dos conceitos mais revolucionários das neurociências é a neuroplasticidade, a notável capacidade do cérebro de se reorganizar e se adaptar ao longo da vida. Por muito tempo, acreditou-se que o cérebro adulto era uma estrutura fixa, com conexões imutáveis. Hoje, sabemos que essa premissa não corresponde à realidade.
A neuroplasticidade permite que o cérebro:
- Forme novas conexões neurais.
- Reorganize as existentes.
- Gere novos neurônios em certas regiões (neurogênese) em resposta a experiências, aprendizado, lesões ou doenças.
Essa capacidade de “modelar” a si mesmo é o que nos permite aprender novas habilidades, recuperar funções após um acidente vascular cerebral, ou mesmo adaptar-nos a novos ambientes e desafios.
Pense em um músico que pratica por horas a fio: seu cérebro fisicamente muda para otimizar o controle motor e a percepção auditiva.
Ou em uma pessoa que aprende um novo idioma: novas vias neurais são fortalecidas.
Essa plasticidade é uma prova da resiliência e da capacidade inovadora do nosso sistema nervoso.
O impacto da plasticidade no desenvolvimento e na recuperação
O papel da neuroplasticidade é particularmente visível no desenvolvimento infantil, onde o cérebro está em constante formação e moldagem pelas experiências. É por isso que intervenções precoces em crianças com neurodivergências são tão eficazes: aproveitam-se da alta plasticidade do cérebro jovem para promover o desenvolvimento de habilidades e a formação de caminhos neurais mais adaptativos.
A plasticidade, contudo, persiste na vida adulta, sendo fundamental para a recuperação após lesões cerebrais, para a reabilitação e para a manutenção das funções cognitivas ao longo do envelhecimento.
Entender e otimizar a neuroplasticidade é um dos grandes desafios e oportunidades para a neurociência aplicada, oferecendo esperança e novas estratégias para lidar com uma vasta gama de condições.
Neurociência e as funções humanas essenciais: Um olhar detalhado
As neurociências nos oferecem um mapa detalhado de como o cérebro orquestra as funções que nos definem como seres humanos. Da forma como interpretamos o mundo ao nosso redor até as emoções que nos movem e as decisões que moldam nosso destino, tudo tem uma base neural.
Nossa experiência de vida é uma constante interação entre o mundo exterior e o universo interno do nosso cérebro. Cada toque, cheiro, som ou imagem desencadeia uma cascata de eventos neurais que culminam em nossa percepção consciente.
A percepção configura-se uma construção ativa do cérebro. Nossos sentidos (visão, audição, tato, olfato e paladar) captam informações do ambiente e as enviam ao cérebro, onde são processadas e interpretadas. O lobo occipital, por exemplo, é o principal centro de processamento visual, enquanto o lobo temporal é crucial para a audição e o reconhecimento de objetos e rostos.
O que percebemos é influenciado não apenas pelos estímulos, mas também por nossas expectativas, experiências passadas e estado emocional.
É por isso que duas pessoas podem vivenciar o mesmo evento e ter percepções ligeiramente diferentes. A neurociência nos permite entender os “atalhos” e as “ilusões” que o cérebro usa para construir nossa realidade, revelando a complexidade e individualidade dessa experiência.
Memória e aprendizagem
A capacidade de aprender e formar memórias é fundamental para a nossa sobrevivência e adaptação. A aprendizagem envolve mudanças nos circuitos neurais que resultam em novos comportamentos ou conhecimentos, enquanto a memória é o processo de codificar, armazenar e recuperar essas informações.
Existem diferentes tipos de memória:
- A memória de curto prazo (ou memória de trabalho), que nos permite reter informações por um breve período.
- A memória de longo prazo, que pode durar dias, meses ou uma vida inteira. Esta última se divide em memória explícita (fatos e eventos que podemos recordar conscientemente) e memória implícita (habilidades e hábitos).
Estruturas como o hipocampo são cruciais para a formação de novas memórias explícitas, enquanto os gânglios da base estão envolvidos na memória de habilidades. A compreensão dos mecanismos neurais da memória e aprendizagem é vital para desenvolver estratégias educacionais mais eficazes e para intervir em distúrbios de memória.
O mapa neural dos sentimentos
As emoções possuem uma forte base neural. Áreas como a amígdala (associada ao medo e processamento emocional), o córtex pré-frontal (regulação emocional e tomada de decisão) e o hipotálamo (regulação de respostas fisiológicas ao estresse) trabalham em conjunto para gerar e modular nossas experiências emocionais.
Entender o “mapa neural dos sentimentos” é importantíssimo para abordar condições como a ansiedade, depressão e transtornos de humor. As neurociências nos mostram que as emoções são complexas interações entre cognição, fisiologia e experiência, e que sua desregulação pode ter causas biológicas profundas, demandando abordagens de cuidado que considerem essa complexidade.
Escolhas guiadas pela atividade neural
A capacidade de tomar decisões, desde as mais triviais (o que comer no café da manhã) até as mais complexas (uma mudança de carreira), é um dos aspectos mais fascinantes da cognição humana. A neurociência tem revelado que a tomada de decisão envolve uma intrincada orquestração de regiões cerebrais, incluindo o córtex pré-frontal ventromedial, o córtex cingulado anterior e os gânglios da base.
Essas áreas trabalham para avaliar riscos e recompensas, integrar informações emocionais e lógicas, e inibir impulsos. O processo de decisão é muitas vezes influenciado por vieses cognitivos e emocionais, e a neurociência oferece insights sobre como esses fatores moldam nossas escolhas.
A compreensão desses mecanismos pode ter aplicações em diversas áreas, desde a economia comportamental até o desenvolvimento de intervenções terapêuticas para indivíduos com dificuldades na tomada de decisão.
Desafiando o óbvio no cuidado e na educação
A teoria neurocientífica seria apenas um exercício intelectual se não fosse aplicada para resolver problemas do mundo real. É no campo da aplicação que a neurociência se torna verdadeiramente rebelde e pragmática, desafiando métodos antigos e inaugurando novas formas de cuidado e aprendizado.
A educação é um dos campos mais férteis para a aplicação dos conhecimentos neurocientíficos. As metodologias de ensino foram, por muito tempo, baseadas em tradições e intuições, nem sempre alinhadas com o funcionamento real do cérebro. A neurociência nos permite repensar a educação, criando ambientes de aprendizagem que respeitam e otimizam os processos cognitivos.
Como o artigo de Fernanda Antoniolo Hammes de Carvalho destaca em “Neurociências e educação: uma articulação necessária na formação docente”, a integração da neurociência na formação de professores é crucial. Para que o educador possa verdadeiramente promover o aprendizado, ele precisa entender como o cérebro de seus alunos aprende.
Isso inclui compreender:
- A neuroplasticidade.
- Os diferentes tipos de memória.
- A importância da atenção e da emoção no processo de assimilação de novos conhecimentos.
- Como as variações no desenvolvimento neural (neurodiversidade) impactam a forma como cada aluno interage com o conteúdo.
Um professor que compreende, por exemplo, que a prática espaçada é mais eficaz para a consolidação da memória do que a “decoreba” intensiva, ou que o movimento e a brincadeira ativam regiões cerebrais cruciais para o aprendizado em crianças, tem em mãos ferramentas pedagógicas muito mais potentes.
Práticas pedagógicas inovadoras
A aplicação da neurociência na educação leva ao desenvolvimento de práticas pedagógicas inovadoras. Isso pode incluir:
- O uso de técnicas para otimizar a atenção, como a variação de estímulos e o uso de pausas estratégicas.
- A incorporação de atividades multissensoriais para engajar diferentes redes neurais.
- O foco no aprendizado ativo e na resolução de problemas para estimular a memória de trabalho e a formação de conexões mais robustas.
- A valorização do feedback construtivo para promover a autorregulação e a motivação.
A neurociência oferece princípios baseados em evidências sobre como o cérebro processa e retém informações.
Neurociência e neurodiversidade
O estudo nas neurociências e o avanço dela nos mostra que existem múltiplas formas de cérebro e múltiplas formas de aprender. O que pode ser um “déficit” em um contexto padronizado, pode ser uma “diferença” com vantagens em outro.
A neurociência nos ajuda a entender as bases de condições como o Transtorno do Espectro Autista (TEA), o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), a dislexia e as Altas Habilidades/Superdotação, não como falhas, mas como variações na organização e funcionamento neural.
Esse entendimento permite que as escolas e educadores criem ambientes mais inclusivos, com adaptações curriculares, recursos diferenciados e estratégias pedagógicas que atendam às necessidades específicas de cada perfil neurodivergente, garantindo que todos os alunos tenham a oportunidade de prosperar e desenvolver seus potenciais.
A neurociência se estende para além da educação, fornecendo insights poderosos sobre o comportamento humano em diversas esferas, desde as escolhas diárias até as intervenções terapêuticas mais complexas.
Neurociência e consumo: Compreendendo os impulsos por trás das escolhas
A ascensão do Neuromarketing, discutido em partes do livro “Neurociências: Fundamentos e Perspectivas”, é um testemunho da aplicação pragmática da neurociência ao comportamento do consumidor. Ao usar técnicas como EEG e fMRI para observar a atividade cerebral em resposta a estímulos de marketing, os pesquisadores buscam entender os processos inconscientes que influenciam as decisões de compra.
Isso inclui a ativação de sistemas de recompensa, o papel das emoções na formação de preferências e como a atenção é direcionada. Embora seja um campo com debates éticos, o neuromarketing exemplifica como a compreensão dos circuitos neurais pode ser aplicada para decifrar e, potencialmente, influenciar o comportamento humano em contextos de mercado.
Novos caminhos para o acompanhamento terapêutico
No campo clínico, a neurociência tem revolucionado o acompanhamento terapêutico e o tratamento de transtornos. Compreender as bases neurais da ansiedade, da depressão, do trauma ou de condições neurodesenvolvimentais como o autismo, permite que terapeutas e profissionais de saúde desenvolvam intervenções mais focadas e eficazes.
Isso pode envolver:
- O uso de intervenções comportamentais baseadas em princípios neurocientíficos (como a regulação emocional que visa modificar a atividade em regiões como a amígdala e o córtex pré-frontal).
- O desenvolvimento de novas terapias farmacológicas que atuam em sistemas de neurotransmissores específicos.
- A estimulação cerebral para modular a atividade em áreas disfuncionais.
A neurociência oferece um roteiro para um cuidado que vai além dos sintomas, buscando as raízes biológicas e promovendo uma recuperação mais profunda e duradoura.
Conectando mentes e máquinas
O avanço da neurociência não se limita à compreensão do cérebro em seu estado natural. Ela se expande para as fronteiras da tecnologia e da inteligência artificial, criando pontes entre a biologia e a computação.
A neurociência computacional é um campo interdisciplinar que utiliza modelos matemáticos e computacionais para entender como o cérebro processa informações. Ela não apenas simula o funcionamento neural, mas também inspira o desenvolvimento de novas arquiteturas de inteligência artificial (IA).
Algoritmos e redes neurais
Ao criar modelos computacionais de neurônios e redes neurais, os cientistas podem testar hipóteses sobre como o cérebro realiza tarefas complexas, como reconhecimento de padrões, memória e tomada de decisão.
Esses modelos ajudam a prever o comportamento de sistemas neurais e a entender as bases algorítmicas da cognição.
A própria arquitetura do cérebro, com suas redes de neurônios interconectados, tem sido uma fonte de inspiração para o desenvolvimento de redes neurais artificiais e algoritmos de aprendizado de máquina, que são a base de muitos avanços recentes em IA, como o reconhecimento facial e o processamento de linguagem natural.
Big data no cérebro: A análise de informações em larga escala
A neurociência moderna gera volumes massivos de dados – de imagens cerebrais de alta resolução a registros da atividade de milhares de neurônios simultaneamente.
A neurociência computacional é essencial para processar e analisar esse “big data do cérebro”. Algoritmos avançados permitem identificar padrões, correlacionar atividades cerebrais com comportamentos e desvendar as complexas interações entre diferentes regiões do cérebro.
Essa capacidade de processar e interpretar grandes conjuntos de dados é fundamental para acelerar descobertas e traduzir o conhecimento em aplicações práticas.
Neurociências cognitivas
A neurociência cognitiva atua como uma ponte vital entre a psicologia cognitiva (o estudo dos processos mentais) e a neurociência (o estudo do cérebro). Ela busca entender as bases neurais de funções cognitivas como a atenção, a linguagem, a memória, o raciocínio lógico e a emoção.
Essa área investiga como diferentes regiões e redes cerebrais colaboram para sustentar a atenção (seletiva, dividida, sustentada), a linguagem (produção e compreensão), o raciocínio lógico e a resolução de problemas.
Por exemplo, ao estudar pacientes com lesões cerebrais ou utilizando técnicas de neuroimagem, os neurocientistas cognitivos podem mapear as áreas do cérebro envolvidas em tarefas linguísticas ou na capacidade de planejar e executar ações complexas. Isso não apenas aprofunda nossa compreensão teórica, mas também informa estratégias para reabilitação e intervenção em distúrbios cognitivos.
Neurociência e cognição social: Entendendo a interação humana
Uma subárea fascinante da neurociência cognitiva é a cognição social, que explora como o cérebro processa informações sobre outras pessoas e situações sociais. Isso inclui a capacidade de reconhecer emoções faciais, inferir intenções alheias (teoria da mente), formar julgamentos morais e engajar-se em empatia.
Regiões como o córtex pré-frontal medial e o sulco temporal superior são cruciais para esses processos. A compreensão da neurociência da cognição social é vital para entender as bases de condições como o autismo, onde a interação social pode ser desafiadora, e para desenvolver intervenções que promovam uma melhor conexão interpessoal.
A Braine e o horizonte da neurociência aplicada
Na Braine, o estudo das neurociências não é apenas um interesse acadêmico; é o nosso combustível. Somos movidos pela convicção de que o verdadeiro avanço no cuidado da neurodiversidade e na saúde mental virá da aplicação do conhecimento mais atualizado sobre o cérebro.
Nossa missão consiste em desmistificar o que parece complexo e transformar a teoria em soluções que fazem a diferença na vida real.
Nosso compromisso com a neurociência inovadora
Integrar a neurociência em tudo o que fazemos significa adotar uma perspectiva que vai além dos diagnósticos superficiais, buscando entender as raízes neurais dos comportamentos e das experiências. Não nos contentamos com o “status quo”; buscamos constantemente inovar, trazer novas ferramentas e refinar nossa compreensão para oferecer um cuidado verdadeiramente personalizado e eficaz.
A Braine nasce da interseção entre o rigor científico da neurociência e o poder transformador da tecnologia. Desenvolvemos soluções baseadas em evidências neurais, utilizando a inteligência artificial para processar dados complexos, auxiliar na triagem preditiva e personalizar caminhos de cuidado. Nossos algoritmos são alimentados por modelos neurocientíficos que nos permitem olhar para o indivíduo não apenas como um conjunto de sintomas, mas como um sistema neural único, com suas próprias particularidades e potenciais.
Essa integração nos permite escalar o acesso a diagnósticos mais precisos e a intervenções mais direcionadas, superando barreiras geográficas e de acesso que ainda limitam o cuidado de excelência no Brasil e no mundo.
Na Braine, entendemos que o conhecimento deve ser aplicado para gerar impacto real. Nossos projetos são desenhados para revolucionar a forma como a neurodiversidade é identificada e acompanhada.
Do apoio à triagem precoce à formação de profissionais, cada ferramenta que desenvolvemos tem a neurociência como seu pilar fundamental. É a nossa forma de garantir que a complexidade do cérebro humano seja compreendida, acolhida e otimizada, sem estigmatização.
Junte-se à revolução neurocientífica
Se você compartilha da nossa paixão por desvendar os segredos do cérebro e acredita que a neurociência pode ser a chave para um futuro de cuidado mais justo e eficaz, o seu lugar é aqui. Não aceitamos menos que a transformação, e sabemos que ela começa com profissionais e visionários que, assim como nós, ousam pensar diferente.
Conheça o AURA-T, nossa ferramenta de triagem pré-diagnóstica que já está revolucionando a identificação do autismo no Brasil. Ele é um testemunho de como a neurociência, a tecnologia e a sensibilidade clínica podem se unir para criar um impacto profundo. Queremos você na linha de frente dessa mudança: seja um dos nossos beta testers do AURA-T e ajude a moldar o futuro da clínica em tempo real.
E marque na sua agenda: entre os dias 4 e 8 de agosto, vamos realizar o II Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade 2025. Será uma imersão em debates sobre o futuro do cuidado sob uma perspectiva interdisciplinar, um espaço para trocas, aprendizado e construção coletiva com mentes que não se conformam com o que já existe.
Transformar o cuidado começa por quem se dispõe a sentir, escutar e agir de outro jeito. Esse futuro, pautado pela inteligência do cérebro e pela coragem de inovar, precisa da sua presença. Vem com a Braine.