Descubra como líderes podem usar a comunicação inclusiva para engajar equipes diversas e promover a a autonomia profissional.
Se você ocupa uma posição de liderança você precisa entender uma coisa com urgência: a forma como você se comunica molda dia após dia a cultura da sua equipe.
Não é só o que você fala, mas como você fala, para quem você fala e o que você deixa de dizer que define se sua gestão está construindo uma relação saudável e baseada na empatia com seus colaboradores.
E aqui não tem meio-termo: ou sua comunicação faz com que seus colaboradores se sintam incluídos, ou excluídos. Simples assim.

A comunicação inclusiva é o coração da liderança
Quando falamos de comunicação inclusiva, estamos falando de responsabilidade, e principalmente, de ética aplicada à rotina do trabalho.
Uma empresa que utiliza da comunicação inclusiva trata de criar ambientes onde pessoas neurodivergentes, com deficiência, de diferentes territórios, gêneros, raças, classes e vivências possam participar ativamente do organismo da empresa, compreender o que está sendo dito, expressar suas ideias com segurança e participar das decisões com autonomia.
É isso que sustenta equipes diversas de verdade.
Não adianta querer investir na contratação de perfis variados se a linguagem da empresa continua operando para poucos. É necessário que a mudança aconteça desde a raíz da empresa.
Por que líderes ainda falham em se comunicar de forma inclusiva?
Boa parte dos líderes não foi treinada para lidar com a diversidade que pode – e deve- existir dentro de suas equipes. O padrão de comunicação que muitos ainda reproduzem é de um manual autoritário, unilateral e padronizado de um estilo de chefe.
Isso exclui, silencia e limita ao invés de promover um ambiente de trabalho empático.
O problema é estrutural.
Ainda hoje, a maior parte dos treinamentos corporativos sobre comunicação está focado em técnicas de persuasão, vendas e oratória. O que é importante para os negócios! Mas quando os olhares vão se voltar para as pessoas que estão trabalhando por trás da comunicação com o público?
A comunicação interna existe por um motivo: para conectar pessoas e criar relações interpessoais saudáveis no ambiente de trabalho, garantindo o bom entendimento em todas as áreas e o bom desenvolvimento do trabalho em equipe buscando a evolução em conjunto.
Segundo um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), lideranças mal preparadas para lidar com a diversidade são um dos principais fatores de desligamento voluntário de pessoas neurodivergentes e com deficiência no mercado de trabalho.
É hora de mudar isso.
O que é comunicação inclusiva, afinal?
Comunicação inclusiva é um conjunto de práticas que garantem que todas as pessoas, independentemente de suas características, possam participar e contribuir em um ambiente de diálogo e colaboração.
Ela considera:
- A linguagem verbal e não verbal.
- O ritmo e o meio da comunicação (oral, escrita, visual).
- O contexto e as necessidades do interlocutor.
- A eliminação de barreiras comunicacionais, inclusive as invisíveis.
6 dicas para uma comunicação inclusiva
1. Adote uma linguagem simples, clara e direta
Ser claro nas suas palavras é uma forma de incluir.
Frases longas com vocabulários técnicos desnecessários ou jargões corporativos muitas vezes são inúteis e ambíguos.
2. Dê tempo para processar.
Ritmo é tudo.
Nem todo mundo absorve a informação na mesma velocidade, pessoas com autismo, TDAH ou ansiedade, por exemplo, podem precisar de mais tempo para organizar respostas ou entender o que foi dito.
Na prática: em reuniões, pergunte se está tudo claro e ofereça a opção de responder depois, por escrito.
3. Use da escrita acessível
Nos e-mails, apresentações ou comunicados internos, evite textos excessivamente densos, imagens sem descrição e cores que dificultem a leitura. E, por favor, pare de usar PDFs travados como meio de comunicação interna.
Use listas, títulos, subtítulos, frases curtas. Ofereça versões alternativas quando possível — áudio, texto ampliado, texto em linguagem simples.
A W3C Web Accessibility Initiative fornece diretrizes claras sobre como tornar conteúdos digitais acessíveis.
4. Evite expressões capacitistas
Expressões, muitas vezes ditas sem intenção, reforçam estigmas e banalizam experiências de sofrimento.
Quer criticar uma ideia? Fale sobre os impactos dela, não associe a condições neurológicas.
5. Escute sem pressa
Escute para entender, respeitando o tempo e a fala do outro, dando espaço para que as pessoas se sintam seguras ao dizer o que pensam.
6. Adapte a forma, não a essência
Comunicar de forma inclusiva não é “simplificar tudo para todos”. É entender o que precisa ser ajustado — meio, formato, canal — para que a essência da mensagem continue sendo transmitida com equidade.
Na prática: se a pessoa tem deficiência auditiva, use legendas. Se tem dislexia, ofereça o texto em áudio. Se prefere comunicação escrita, evite pressioná-la a participar de todas as reuniões faladas.
Liderança começa na fala
Um líder que se comunica de forma inclusiva envia uma mensagem clara: aqui você pode ser quem é!
Colaboradores que se sentem ouvidos produzem mais e inovam mais, quando a comunicação é acessível, a confiança floresce. E é a confiança que sustenta equipes de sucesso.
Então, pare e reflita: sua equipe consegue entender o que você diz? E mais — sente que pode te dizer o que pensa, sem medo?
Se a resposta for não, este é o seu chamado.
O trabalho da Braine
Na Braine, acreditamos que comunicação é uma das ferramentas mais poderosas para construir inclusão real. É por isso que nossos produtos foram pensados para traduzir complexidade em clareza porque comunicar com precisão é respeitar as nuances de cada pessoa.
Acreditamos em líderes que ouvem com atenção, falam com empatia e comandam sem apagar a autonomia alheia. Não é sobre ter a palavra final — é sobre criar um espaço em que todas as palavras contam.
Um convite para começar agora
Quer saber mais sobre como utilizar a tecnologia para promover autonomia e organização no dia a dia? Participe do nosso Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade 2025 nos dias 4 a 8 de agosto onde diversos profissionais da área de inovação e tecnologia se encontrarão para debater novas oportunidades no mercado de tecnologia alinhado ao desenvolvimento da saúde e do tratamento de pessoas neurodivergentes.