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5 sinais que podem indicar transtornos mentais

Esquecimentos frequentes, dificuldade de foco, travamentos mentais: sinais cognitivos muitas vezes são os primeiros alertas para transtornos mentais. Entenda como reconhecê-los e conheça a BrunaAI, uma aliada no cuidado diário com a mente.

Em um mundo que valoriza a produtividade acima do processo, é comum negligenciarmos os pequenos sinais que o nosso cérebro emite todos os dias e desenvolvermos inúmeros transtornos mentais.

Muitas vezes, os primeiros indícios de um transtorno mental não aparecem em explosões emocionais ou em quadros agudos de sofrimento, mas em alterações sutis na cognição: lapsos de memória, falhas na concentração, dificuldade para tomar decisões simples, mudanças na linguagem e uma sensação estranha de que o pensamento está mais lento ou nebuloso.

A neuropsicologia é a área que se dedica a estudar exatamente essa interface entre cérebro e comportamento, investigando como as funções cognitivas — como memória, atenção, linguagem e raciocínio — se modificam diante de quadros clínicos, emocionais ou neurológicos. Este artigo apresenta cinco sinais cognitivos frequentemente ignorados, mas que podem indicar a necessidade de avaliação especializada.

1. Memória que falha com frequência: quando o esquecimento não é mais trivial

Missing the deadlines.
A memória de trabalho, responsável por manter e manipular informações temporárias, costuma ser especialmente afetada em casos de estresse crônico e esgotamento psíquico.

Esquecer compromissos, nomes ou onde deixou a chave do carro pode parecer algo banal. E muitas vezes é. Mas quando esses esquecimentos se tornam frequentes, prejudicam o desempenho profissional ou geram angústia no cotidiano, podem sinalizar algo mais profundo. Alterações na memória podem estar relacionadas a quadros de TDAH, depressão, ansiedade severa, transtornos do sono ou mesmo condições neurológicas iniciais, como demências.

A memória de trabalho, responsável por manter e manipular informações temporárias, costuma ser especialmente afetada em casos de estresse crônico e esgotamento psíquico. E quando os prejuízos se acumulam, o cérebro entra em um estado de alerta que prejudica ainda mais sua capacidade de codificar e recuperar informações. Esquecimentos recorrentes não são sinal de distração, mas podem ser sintomas de que a mente está sobrecarregada ou adoecida.

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2. Dificuldade em manter o foco: quando a atenção se dispersa demais

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Vale lembrar: foco não é uma questão de força de vontade. É função neurológica. E como tal, pode e deve ser cuidada.

Você começa a ler um e-mail e se perde na terceira linha. Vai a uma reunião e não consegue acompanhar a conversa. Tarefas simples exigem um esforço enorme de concentração. Esses episódios, especialmente quando frequentes, apontam para disfunções nas funções atencionais.

A atenção sustentada, a atenção seletiva e a atenção alternada são processos fundamentais para o funcionamento cognitivo eficiente. Quando falham, podem indicar transtornos mentais como TDAH, transtornos ansiosos ou quadros depressivos em curso. No ambiente de trabalho, isso pode se traduzir em perda de produtividade, sentimento de incompetência e queda na autoestima — o que, por sua vez, retroalimenta o ciclo de sofrimento.

Vale lembrar: foco não é uma questão de força de vontade. É função neurológica. E como tal, pode e deve ser cuidada.

3. Lentidão no raciocínio ou travamentos mentais: quando o pensamento emburaca

sad adult man on psychologist therapy session at office
Pensar virou um esforço.

Pensar virou um esforço.

Conectar ideias parece mais difícil. Encontrar a palavra certa demora mais do que antes. Quando o raciocínio começa a perder fluidez, é sinal de que há algo impactando negativamente a cognição.

Esse fenômeno, que pode ser descrito como lentificação cognitiva, é comum em quadros de depressão moderada ou severa, mas também pode ocorrer em episódios ansiosos, em que o excesso de estímulos compromete a clareza mental. Em contextos mais graves, como transtornos mentais psicóticos, essa alteração pode assumir a forma de afrouxamento de associação, com dificuldade para construir pensamentos coesos.

Travamentos mentais não são preguiça, e muito menos falta de interesse. São sintomas. E como todo sintoma, merecem escuta e acolhimento clínico.

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4. Mudanças na linguagem e na comunicação: quando o discurso se altera

Mudanças na forma de se expressar, escrever ou compreender o que se ouve podem ser sinais de transtornos mentais
Mudanças na forma de se expressar, escrever ou compreender o que se ouve podem ser sinais de transtornos mentais

A linguagem é uma das funções mais complexas e sensíveis do cérebro humano. Mudanças na forma de se expressar, escrever ou compreender o que se ouve podem ser sinais de transtornos mentais, neurodesenvolvimentais ou neurológicos.

Dificuldade para nomear objetos, troca de palavras, perda de fluência, discurso mais empobrecido ou até mesmo ecolalia (repetição automática do que se ouve) são sintomas que não devem ser ignorados. Eles podem estar presentes em quadros de transtornos mentais como: TDAH, autismo, depressão, demência ou transtornos pós-traumáticos. Como essas alterações costumam ser percebidas por quem convive com a pessoa, escutar quem está por perto é parte essencial do cuidado.

5. Dificuldade em planejar ou tomar decisões simples: o colapso das funções executivas

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Essas dificuldades aparecem frequentemente em quadros de TDAH, transtorno bipolar, depressão e ansiedade generalizada

Escolher o que vestir, decidir por onde começar o dia ou organizar uma pequena viagem. Quando atividades banais se tornam desafios exaustivos, é hora de observar com mais atenção. As chamadas funções executivas — planejamento, tomada de decisão, flexibilidade mental e inibição de impulsos — estão profundamente conectadas à região pré-frontal do cérebro, que é sensível ao estresse, ao cansaço extremo e a desequilíbrios emocionais crônicos.

Essas dificuldades aparecem frequentemente em quadros de TDAH, transtorno bipolar, depressão e ansiedade generalizada. E o mais perigoso é que, ao comprometer a autonomia e a funcionalidade cotidiana, esses transtornos mentais levam a sentimentos de culpa, incompetência e vergonha. Isso adoece ainda mais.

Conheça a BrunaAI: sua aliada digital no cuidado da mente

A BrunaAI é a assistente digital criada pela Braine para cuidar da mente onde ela mais precisa: no cotidiano. Ao invés de esperar o colapso, ela oferece apoio contínuo, afetivo e responsivo às necessidades cognitivas e emocionais de quem vive com TDAH, TEA, transtornos mentais ansiosos, burnout ou sobrecarga psíquica.

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Com interações diárias personalizadas, lembretes afetivos, frases de apoio e perguntas reflexivas, a BrunaAI ajuda a rastrear sinais de sobrecarga mental e cria um histórico que pode ser compartilhado com profissionais de saúde para tratar transtornos mentais. É uma ponte entre o dia a dia e o cuidado clínico, garantindo continuidade, escuta e prevenção.

A frase que guia esse projeto é simples, mas poderosa: “Às vezes, o que a mente precisa é só de alguém que saiba perguntar na hora certa.”

A Braine e a urgência de cuidar da cognição antes do colapso

Na Braine, acreditamos que saúde mental não começa no sintoma, mas na escuta atenta dos sinais sutis que o cérebro emite. Esquecimentos, dispersões, travamentos, mudanças na linguagem ou nas decisões não são falhas morais. São pedidos de ajuda de pessoas que estão com transtornos mentais. Por isso, criamos tecnologias como a BrunaAI e investimos em um ecossistema de cuidado que combina neuropsicologia, inteligência artificial e humanização.

Nosso blog é um espaço vivo de conteúdo, provocação e formação. E entre os dias 4 e 8 de agosto, estaremos no II Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade 2025. Um espaço aberto para trocas reais, com especialistas, terapeutas, pesquisadores e pessoas que vivem a neurodiversidade na pele e no cérebro.

Porque cuidar da mente é, antes de tudo, criar espaço para que ela seja ouvida.

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