Nem todo mundo que revolucionou o mundo seguia o “manual”. Conheça cinco personalidades importantíssimas que são neurodivergentes e que mostram como pensar diferente é capaz de mudar o mundo.
Conheça cinco líderes que transformaram suas diferenças neurológicas em forças revolucionárias, desafiando padrões e moldando o futuro.
Porque pensar diferente sempre foi o motor da inovação
Ser neurodivergente, em um mundo obcecado por padrões, é quase um ato de rebeldia silenciosa. Mas a verdade é que quem desafia o senso comum é quem realmente abre novos caminhos. Essas personalidades provaram que a diferença não é obstáculo — é combustível para transformar ideias em grandes movimentos.
1. Richard Branson

À frente do Virgin Group, Branson conectou negócios que vão de gravadoras a empresas aéreas e até a exploração espacial com a Virgin Galactic. Sua dislexia, vista como limitação na escola, forçou-o a pensar de forma simplificada, visual e prática — exatamente o tipo de raciocínio que permitiu quebrar regras e reinventar mercados.
Branson também é defensor da educação inclusiva e do apoio ao empreendedorismo jovem, mostrando que dificuldades de aprendizagem não têm nada a ver com capacidade de criar o extraordinário.
Impacto no mundo: democratizou o empreendedorismo acessível, humanizou grandes negócios e abriu portas para pensar o impossível — inclusive no espaço.
2. Greta Thunberg
Greta Thunberg liderou uma greve escolar global pelo clima e iniciou um movimento político intergeracional. O diagnóstico de Asperger a permitiu ter foco e persistência incomuns. Sem medo de desafiar políticos e líderes empresariais cara a cara, Greta pressionou para que tratados climáticos ganhassem urgência real.
Impacto no mundo: mobilizou milhões de jovens, pressionou governos a firmar compromissos mais sérios com o clima e reposicionou o meio ambiente como pauta central no debate público.
3. Peter Shankman
Peter Shankman é um empresário diagnosticado com TDAH, autor best-seller de livros como “Faster Than Normal” e criador do HARO (Help A Reporter Out), uma das plataformas mais usadas no jornalismo moderno para conectar fontes e repórteres em tempo real.
Sua energia aparentemente “incontrolável” foi estrategicamente usada para criar conexões, gerar ideias velozes e responder ao mercado mais rápido do que qualquer concorrente tradicional.
Impacto no mundo: revolucionou a maneira como notícias são produzidas e como a informação circula, além de inspirar novos modelos de negócios adaptados à era digital.
4. Jessica Benham
Jessica Benham, ao ser eleita para a legislatura da Pensilvânia, quebrou várias barreiras ao mesmo tempo: mulher, jovem, bissexual e autista. Mais do que sua vitória eleitoral, Jessica trouxe para dentro da política debates que antes eram empurrados para a margem: acessibilidade de verdade, inclusão de neurodivergentes em políticas públicas e o direito à participação plena de pessoas com deficiência.
Ela também cofundou a Pittsburgh Center for Autistic Advocacy, reforçando a liderança de pessoas autistas na luta pelos seus próprios direitos.
Impacto no mundo: empoderou pessoas com deficiência e neurodivergência para ocuparem espaços políticos e moldarem a sociedade a partir de suas vivências reais, e não da visão de quem fala sobre elas.
5. Kassiane Asasumasu
Antes de Kassiane Asasumasu, o termo “neurodivergente” simplesmente não existia. Foi ela quem cunhou a expressão nos anos 1990 para descrever pessoas cujos cérebros funcionam de maneiras diferentes da norma esperada.
Kassiane, autista e epilética, criou conceitos que permitiram o surgimento de movimentos sociais mais sólidos, pautando a neurodiversidade como algo a ser valorizado e respeitado — e não “consertado”.
Impacto no mundo: redefiniu o vocabulário da inclusão cognitiva e abriu espaço para o reconhecimento de múltiplas formas legítimas de ser, pensar e sentir.
A revolução começa dentro das nossas próprias diferenças
Na Braine, acreditamos que as mudanças mais significativas não vem de quem segue as regras e repete fórmulas, mas sim de quem vê o mundo de um ponto de vista diferente. Às vezes, é preciso olhar de cabeça para baixo, de lado ou, mais desafiador ainda, enxergar através de conexões invisíveis aos olhos da maioria. E é essa visão que nos impulsiona a transformar a realidade das pessoas neurodivergentes, um passo de cada vez.
A Braine surgiu com a missão de trazer uma verdadeira revolução para a saúde mental, utilizando a inteligência artificial de forma inovadora. A ideia é integrar tecnologias que não só atendem às necessidades das pessoas neurodivergentes, mas que as respeitam em sua totalidade, celebrando suas singularidades, sem tentar encaixá-las em moldes ultrapassados ou desatualizados. Não se trata apenas de adaptarmos a tecnologia para atender a essas pessoas, mas de criar um novo paradigma que, por sua vez, transforma o mundo ao redor delas.
Entendemos que ser diferente nunca foi o problema. Na verdade, a diversidade cognitiva é uma das maiores riquezas que uma sociedade pode ter.
O verdadeiro desafio está na tentativa de padronizar aquilo que, na realidade, deve ser celebrado. Ao invés de buscar forçar uma adaptação às normas tradicionais, o que fazemos é ajudar a construir um mundo em que as diferenças sejam reconhecidas como parte da grande tapeçaria humana, onde cada fio tem seu valor e sua função.
Conheça a Braine
Quer saber mais sobre como utilizar a tecnologia para promover autonomia e organização no dia a dia? Participe do nosso Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade 2025 nos dias 2 a 6 de junho onde diversos profissionais da área de inovação e tecnologia se encontrarão para debater novas oportunidades no mercado d tecnologia alinhado ao desenvolvimento da saúde e do tratamento de pessoas neurodivergentes.
Acompanhe o blog da Braine para ficar por dentro das melhores práticas e inovações na área da saúde mental digital.
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Referências:
DOYLE, Nancy. Richard Branson Opens the Door to Bigger Thinking on Neurodiversity. Forbes, 22 out. 2019. Disponível em:https://www.forbes.com/sites/drnancydoyle/2019/10/22/richard-branson-opens-the-door-to-bigger-thinking-on-neurodiversity/. Acesso em: 28 abr. 2025.
DUKE UNIVERSITY.Overcoming Stigma, Not Autism: Why Being Autistic Makes Me a Good Legislator. Office for Institutional Equity, 13 abr. 2022. Disponível em:https://oie.duke.edu/news/overcoming-stigma-not-autism-why-being-autistic-makes-me-good-legislator/. Acesso em: 28 abr. 2025.
SHANKMAN, Peter. On Neurodiversity and Customer Experience with Peter Shankman. TIG Brands, 22 mar. 2023. Disponível em:https://www.tigbrands.com/on-neurodiversity-and-customer-experience-with-peter-shankman/. Acesso em: 28 abr. 2025.
SETÚBAL, José Luiz.Greta Thunberg, a heroína mundial com Síndrome de Asperger. Instituto PENSI, 30 set. 2019. Disponível em:https://institutopensi.org.br/greta-thunberg-a-heroina-mundial-com-sindrome-de-asperger/. Acesso em: 28 abr. 2025.
WIKIPEDIA.Kassiane Asasumasu. Wikipedia, a enciclopédia livre. Disponível em:
https://en.wikipedia.org/wiki/Kassiane_Asasumasu. Acesso em: 28 abr. 2025.