Rotina Visual em 5 Passos com Apps Gratuitos

Aprenda a montar uma rotina visual em 5 passos simples com o auxílio de aplicativos gratuitos. Essa ideia pode ajudar você líder de empresa, estudante ou trabalhador na organização do seu dia a dia e da sua autonomia, especialmente para aqueles que são neurodivergentes.​

A seguir, descubra como criar uma rotina visual para cada dia seu utilizando aplicativos gratuitos

Desktop organization. Cleaning up messy stationary in plastic organizers
A criação de uma rotina visuail é especialmente benéfica para pessoas neurodivergentes, como aquelas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

Por que uma rotina visual?

A rotina visual pode ser criada por diferentes aplicativos que servirão de ferramentas para a criação de uma rotina mais dinâmica com: imagens, ícones e cores para representar sequências de atividades, facilitando a compreensão e execução de tarefas diárias.

Esse tipo de ferramenta é especialmente benéfica para pessoas neurodivergentes, como aquelas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), que enfrentam dificuldades para organizar seus pensamentos e atividades que devem ser cumpridas. Os diferentes tipos de app para criação de rotinas visuais auxiliam na previsibilidade e reduzem a ansiedade frente a mudanças inesperadas, uma vez que a pessoa tem mais controle do que deve ser feito.​

Segundo matéria feita pela organização Autismo e Realidade, alguns aplicativos podem ajudar a transformar a rotina das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), especialmente aquelas com dificuldades de comunicação verbal.

O uso desses recursos visuais pode auxiliar – e muito – no desenvolvimento da autonomia, de habilidades sociais e comunicativas de crianças e jovens que estão passando por esse momento tão delicado da vida que reque organização para seguir o cronograma escolar em meio a um turbilhão de sentimentos.

5 Passos com Apps Gratuitos:

Passo 1: Identifique as necessidades e objetivos​

Antes de iniciar a criação da rotina visual, é fundamental compreender as necessidades específicas da pessoa que a utilizará.

  • Considere fatores como idade, nível de compreensão, interesses e desafios enfrentados no dia a dia.
  • Defina objetivos claros, como promover independência na realização de tarefas domésticas, melhorar a gestão do tempo ou facilitar a transição entre atividades.​

Passo 2: Escolha o aplicativo adequado​ conforme a necessidade

Diversos aplicativos gratuitos estão disponíveis para auxiliar na criação de rotinas visuais. Abaixo, destacamos alguns que se destacam pela funcionalidade e acessibilidade:​

  • Rotina Divertida: desenvolvido para crianças com autismo, permite criar rotinas personalizadas com imagens e recompensas, promovendo engajamento e compreensão. ​
  • Tiimo: planejador visual diário voltado para neurodivergentes, oferece timers, checklists e sincronização com calendários, facilitando a organização e o foco.
  • Brili Routines: inclui temporizadores visuais e alarmes suaves, ajudando pessoas a desenvolverem senso de timing e autonomia nas atividades diárias. ​
  • RoutineFlow: planejador e organizador de rotinas, permite criar sequências de atividades com timers e lembretes, ideal para pessoas com TDAH. ​
  • Notion: embora não seja específico para rotinas, o Notion permite criar cronogramas personalizados com elementos visuais atrativos, sendo uma opção versátil para diferentes idades.

Passo 3: Personalize a Rotina Visual​

Utilize imagens claras e representativas para cada atividade, caso não seja para você mesmo, dê preferência para que a escolha seja feita com a participação da pessoa que utilizará a rotina, de forma que isso ajude na identificação da pessoa com a rotina que será dela.

Inclua horários, duração estimada e, se possível, elementos motivacionais, como recompensas ou elogios visuais, para incentivar a conclusão das tarefas.​

Passo 4: Teste e Ajuste Conforme Necessário​

Agora um dos passos principais: após implementar a rotina visual, observe sua eficácia e receptividade.

Esteja atento a sinais de confusão, desinteresse ou dificuldades na execução das atividades. Realize ajustes conforme necessário, seja alterando imagens, reorganizando a sequência de tarefas ou adaptando os horários.

A flexibilidade é essencial para atender às necessidades individuais e promover a eficácia da rotina.

Passo 5: Estimule a Autonomia e Celebre Conquistas​

Incentive a pessoa a utilizar a rotina visual de forma independente, reforçando positivamente seus esforços e conquistas.

Celebre os progressos, por menores que sejam, reconhecendo o empenho e a dedicação.

A motivação e o reconhecimento são fundamentais para manter o engajamento e o desenvolvimento contínuo.​

Keyboard and office supply top view. Desktop organization
A tecnologia não precisa ser vista como uma ameaça. Ela precisa ser usada com responsabilidade e inteligência

A tecnologia pode sempre ajudar mais

É fácil cair na armadilha de pensar que já chegamos longe o bastante com a tecnologia. Que os aplicativos de rotina visual, os lembretes automáticos, os checklists digitais bastam para quem precisa de apoio na organização diária. Mas não podemos nos contar somente com isso.

A tecnologia não precisa ser vista como uma ameaça. Ela precisa ser usada com responsabilidade e inteligência. Dessa forma, ela sempre será um trampolim para possibilidades ainda maiores.

Não estamos aqui apenas para fazer a gestão do tempo ficar mais bonitinha em uma tela colorida. Estamos aqui para repensar como diferentes formas de raciocínio, processamento e sensibilidade interagem com o mundo. E, nesse ponto, a inteligência artificial abre portas que, até poucos anos atrás, eram pura ficção científica.

Na Braine, a gente acredita — e aposta — que IA não é só uma moda, ela é uma revolução silenciosa que pode, de fato, democratizar acesso a diagnóstico, tratamento e suporte emocional para cérebros que sempre foram colocados à margem dos sistemas tradicionais.

Braine em ação

Projetos como o Aura-T surgem desse inconformismo. O Aura-T não foi desenvolvido para substituir o olhar humano do psicólogo ou do neurologista.

Pelo contrário: foi criado para amplificar esse olhar. Quando um paciente é avaliado para o Transtorno do Espectro Autista (TEA), ele passa por uma bateria complexa de testes e entrevistas.

O Aura-T entra justamente nesse momento para interpretar e organizar todos esses dados — que já são validados cientificamente — de forma rápida, estruturada e confiável.

Ele gera relatórios detalhados, aponta padrões de comportamento e aprendizado, e orienta onde estão as maiores forças e vulnerabilidades da pessoa avaliada.

No final, o profissional de saúde tem em mãos informações profundas para tomar decisões mais certeiras, baseadas em evidências — e não em achismos.

E não paramos por aí. Sabemos que o desafio não termina no diagnóstico. Gerenciar a vida, os riscos, as emoções e as crises diárias é parte do percurso para quem é neurodivergente — e para quem cuida dessas pessoas também.

Foi pensando nisso que nasceu a Bruna, nossa inteligência artificial dedicada ao gerenciamento e prevenção de crises.

Com a Bruna estamos antevendo sinais, mapeando padrões comportamentais e orientando intervenções práticas para que crises possam ser evitadas, ou pelo menos minimizadas. Seja no cotidiano de uma pessoa autista adulta que quer trabalhar com mais autonomia, seja no suporte para pais de crianças com TDAH, a Bruna atua como uma aliada silenciosa, mas extremamente presente.

Como a Braine pode te ajudar?

No fundo, o que a Braine vem fazendo é devolver às pessoas algo que o sistema muitas vezes tenta tirar delas: o direito de ter uma vida pensada para o seu próprio jeito de ser.

É preciso construir novas formas de cuidar, incluir e empoderar pessoas neurodivergente — e a tecnologia é a nossa ponte para isso.

Os aplicativos de rotina visual são fantásticos para começar, mas depois disso temos que usar tudo o que está ao nosso alcance: algoritmos, redes neurais, inteligência artificial, ciência de dados. Tecnologia que respeita a diversidade humana não é utopia — é dever. E é esse dever que nos move todos os dias aqui na Braine.

Quer saber mais sobre como utilizar a tecnologia para promover autonomia e organização no dia a dia? Participe do nosso  Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade 2025 nos dias 2 a 6 de junho onde diversos profissionais da área de inovação e tecnologia se encontrarão para debater novas oportunidades no mercado d tecnologia alinhado ao desenvolvimento da saúde e do tratamento de pessoas neurodivergentes.

Acompanhe o blog da Braine para ficar por dentro das melhores práticas e inovações na área da saúde mental digital.

Confira nossos últimos posts:

Terapia online: Prós, Contras e Segurança de Dados

Entenda os benefícios e desafios da teleterapia para todas as pessoas. Como funciona o sistema de segurança de dados?

A revolução digital no tratamento da saúde mental traz benefícios e dúvidas sobre a segurança de dados. Saiba como proteger informações sensíveis e garantir um atendimento eficaz de forma online.​

Woman having a video call with her doctor
A terapia online é, sem dúvida, uma das revoluções mais importantes na forma como a saúde mental se conecta com quem mais precisa dela.

A ascensão da teleterapia​

A terapia online ou teleterapia, tornou-se a única alternativa viável e eficaz em 2020 para o tratamento de questões de saúde mental durante pandemia de COVID-19.

Contudo, após o período de lockdown, a procura por serviços de saúde mental de forma remota aumentou significativamente, o que tornou essa modalidade muito famosa entre pessoas do mundo todo que viram a facilidade de não precisar se deslocar para receber esse serviço de saúde.

Saiba mais sobre os benefícios da terapia online

  1. Acessibilidade

A teleterapia permite que os pacientes com mobilidade reduzida ou que vivem em áreas remotas e de difícil locomoção tenham acesso a serviços de saúde mental assim como quem vive nos centros urbanos. Isso é particularmente benéfico em países com desigualdades regionais significativas no acesso à saúde.​

2. Flexibilidade

    Com horários mais flexíveis, estando a escolha do paciente, ele mesmo pode selecionar o horário que mais agrada e cabe na rotina para agendar sessões. O que aumenta a quantidade de adesões ao tratamento.​

    3. Redução de Estigmas

      A possibilidade de realizar sessões no conforto de casa pode ajudar na redução do estigma associado à busca por ajuda psicológica.

      3 desafios da terapia online

      1. Barreiras Tecnológicas

      A dependência de tecnologia pode ser um obstáculo, pois muitas vezes as condições de acesso a conexão da internet não são viáveis ou confiáveis conforme o dispositivo utilizado pelo paciente e pelo profissional.

      2. Privacidade do Local

        Muitas vezes o paciente que deseja fazer terapia online compartilha a casa com outras pessoas e tem poucos espaços em que ele pode ficar sozinho. O que pode ser prejudicial para a privacidade que é um dos pialres mais importantes do atendimento psicológico e psiquiatra.

        3. Segurança e Privacidade

          O uso de plataformas digitais para cuidados de saúde levanta preocupações sobre a privacidade e segurança dos dados dos pacientes. Garantir que os serviços de telemedicina estejam em conformidade com regulamentações como a LGPD é essencial para proteger informações sensíveis.​

          Woman Having Video Call
          Garantir que os serviços de telemedicina estejam em conformidade com regulamentações como a LGPD é essencial para proteger informações sensíveis.​

          Segurança de Dados

          • Autenticação e Controle de Acesso: implementar sistemas de autenticação robustos, como verificação em duas etapas, ajuda a prevenir acessos não autorizados. Além disso, políticas de controle de acesso definem quem pode visualizar ou modificar dados específicos.​
          • Criptografia de Dados: a criptografia protege os dados de saúde durante a transmissão e o armazenamento. Protocolos como TLS garantem que apenas o destinatário pretendido possa acessar as informações.​
          • Consentimento Informado: é necessário que o paciente autorize o atendimento por telemedicina e a transmissão de suas imagens e dados. Esse consentimento deve ser documentado adequadamente.​
          • Armazenamento Seguro: os dados devem ser armazenados em servidores seguros, com backups regulares e proteção contra acessos não autorizados. A criptografia em repouso é uma prática recomendada.​
          • Conformidade com a LGPD: a Lei Geral de Proteção de Dados estabelece diretrizes para o tratamento de dados pessoais, incluindo os de saúde. Empresas devem garantir a conformidade para evitar sanções.​

          O que a terapia online nos ensina sobre a democratização do acesso a saúde?

          A terapia online é, sem dúvida, uma das revoluções mais importantes na forma como a saúde mental se conecta com quem mais precisa dela.

          Num mundo onde o acesso à terapia tradicional ainda é um luxo para muitos, levar suporte psicológico até a tela do celular ou do computador é quebrar barreiras — geográficas, financeiras e sociais.

          É a tecnologia atuando ao lado de pessoas que sempre precisaram de acolhimento e nunca foram enxergadas nesse avanço tecnológico que acabou esquecendo a importância da saúde mental nessa corrida pela ascenção tecnológica.

          Esses são os primeiros passos de um avanço tecnológico que visa o ser humano em primeiro lugar.

          E sobre a necessidade de cobrar segurança?

          Mas vamos ser claros: democratizar o acesso é só metade da responsabilidade. A outra metade é proteger, de verdade, quem está confiando em nós. Informação sensível não é um dado qualquer — é a história, a dor, a vulnerabilidade de alguém.

          Se isso vaza ou é tratado com descuido, o impacto vai muito além de multas ou processos. É uma ferida na relação de confiança, e essa, acredite, é muito mais difícil de remendar.

          Implementar práticas robustas de proteção de dados não é só seguir a cartilha da LGPD. É ter consciência de que cuidar da segurança digital é cuidar da saúde emocional do paciente também. Não dá pra aceitar “meia proteção”, nem soluções “mais ou menos seguras”. Ou você leva a segurança a sério, ou está jogando contra o próprio propósito de estar no mercado de saúde mental.

          Na Braine, a gente acredita que inovação de verdade respeita o humano em cada passo — inclusive no digital. Cuidar do que o paciente compartilha conosco não é um favor; é o mínimo. E fazer o mínimo nunca foi o que nos moveu.

          O papel da inteligência artificial na democratização do acesso

          A inteligência artificial tem o poder de mudar radicalmente o futuro do diagnóstico e do acompanhamento de pessoas com variações neurológicas.

          E não estamos falando de substituir psicólogos ou médicos — isso seria ingenuidade e desrespeito. O que a IA faz, quando usada do jeito certo, é potencializar a capacidade de análise dos profissionais, permitindo que eles vejam padrões, conexões e nuances que no volume e complexidade dos dados poderiam passar despercebidos.

          Binary numbers data matrix
          Na Braine, a gente acredita que inovação de verdade respeita o humano em cada passo

          O que a Braine tem feito para ajudar no acesso a saúde?

          É exatamente nessa linha que a Braine vem trabalhando com projetos como o Aura-T e a Bruna.

          1. O Aura-T é uma ferramenta criada para apoiar o processo de pré-diagnóstico do autismo. A ideia é simples e brilhante: quando há suspeita de autismo, o paciente precisa passar por uma série de testes padronizados e entrevistas clínicas. O que o Aura-T faz é pegar todos esses dados e usar inteligência artificial para organizar, interpretar e transformar esse mar de informações em um relatório estruturado e analítico. Ou seja, não é a IA dando um “veredito” — é a IA dando subsídios inteligentes para que o psicólogo tome decisões ainda mais embasadas.
          • A Bruna é voltada para outro desafio igualmente crítico: o gerenciamento e a prevenção de crises no dia a dia de pessoas neurodivergentes. Aqui, a inteligência artificial atua de forma contínua, ajudando a pessoa ou seus familiares e cuidadores a identificar sinais de risco antes que uma crise se instale, oferecendo orientações práticas e intervenções baseadas no perfil único de cada usuário.

          No fim das contas, o que a Braine entrega com essas ferramentas não é tecnologia pela tecnologia — é um novo jeito de cuidar da saúde mental que respeita a singularidade de cada cérebro, amplia a autonomia de quem é neurodivergente e fortalece o trabalho de quem luta diariamente para cuidar melhor de vidas tão únicas quanto potentes.

          Quer saber mais sobre as atividades reais da Braine?

          Na Braine, não falamos de inclusão como tendência: ela é a base do que construímos todos os dias. Nossos projetos combinam ciência, tecnologia e empatia para criar soluções reais para pessoas neurodivergentes e para os ambientes onde elas vivem, aprendem e trabalham.

          Por isso convidamos você para participar do no nosso Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade 2025 nos dias 2 a 6 de junho

          Acesse o site da Braine, conheça nossos projetos e descubra como nossos produtos estão sendo desenvolvidos com o objetivo de auxiliar no diagnóstico e tratamento de pessoas neurodivergentes por todo o mundo.

          Se você curtiu este conteúdo, talvez também goste de:

          Dia do Trabalho: Políticas de Trabalho Assíncrono

          Neste Dia do Trabalho, aprenda como políticas de trabalho assíncrono podem beneficiar profissionais neurotípicos e atípicos, promovendo a melhora na produtividade, qualidade do trabalho, bem-estar e inclusão de diferentes perfis de profissionais.

          Conflitos no trabalho são inevitáveis, mas com as estratégias certas e adaptações adequadas de rotinas síncronas e assíncronas, é possível transformas os problemas em oportunidades de crescimento e inovação.​

          Guy working or studying in coworking office space
          o trabalho assíncrono propõe uma nova lógica: produzir em seu próprio ritmo, com autonomia para entregar resultados dentro de prazos previamente combinados.

          Desafios que pessoas neurodivergentes ainda encontram no mercado do trabalho

          Hoje mais do que celebrar as conquistas dos trabalhadores de todo o país, precisamos encarar um problema urgente que trava a vida de muitas pessoas: o mercado de trabalho ainda é excludente para uma grande parcela da população.

          Pessoas neurodivergentes, como aquelas com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), TEA (Transtorno do Espectro Autista) ou dislexia, seguem sendo marginalizadas por processos seletivos que privilegiam um padrão ultrapassado de pensar e produzir.

          Confira o post do blog da Braine sobre: Neurodiversidade e Mercado de Trabalho: Desafios da Inclusão – Blog da Braine

          Ainda é comum encontrar entrevistas baseadas na pressão, no improviso, em respostas corretas e comportamentos esperados.

          As perguntas abertas, a exposição a ruídos e interrupções, o julgamento interpessoal e a avaliação de performance em dinâmicas de grupo colocam em desvantagem quem processa o mundo de forma diferente.

          Não é que falte competência, é que o modelo de seleção foi moldado para excluir quem não se encaixa em uma caixinha.

          Como o trabalho assíncrono pode melhorar a produtividade?

          Diferente das jornadas fixas de 8 horas diárias, geralmente começando no período da manhã e finalizando no início da noite, recheadas de reuniões que poderiam ser e-mails e barulhos excessivos do ambiente, o trabalho assíncrono propõe uma nova lógica: produzir em seu próprio ritmo, com autonomia para entregar resultados dentro de prazos previamente combinados.

          A interação entre diretores e colaboradores não precisa acontecer ao mesmo tempo e o tempo todo.

          E como isso pode melhorar de fato a produtividade?

          O trabalho assíncrono para alguns perfis profissionais pode melhorar a produtividade em 100%.

          Uma vez que, para quem lida com sobrecarga sensorial, distrações frequentes, picos de hiperfoco ou dificuldades de regulação emocional, essa é uma porta aberta para contribuir com excelência, sem adoecer no processo.

          Por isso é importante que o gestor saiba o perfil profissional de cada colaborador, para assim poder adaptar as rotinas de trabalho para que façam sentido para cada um.

          E você pode apostar comigo: quando um(a) gestor(a) compreende seus colaboradores e como eles trabalham da maneira mais confortável, ele(a) vê o seu negócio disparar.

          Por que o modelo tradicional não serve para todos?

          O modelo linear e padronizado de trabalho foi desenhado para uma ideia de “funcionário ideal” que quase desumaniza esse trabalhador e não contempla a diversidade neurológica de quem não segue o padrão.

          Ele parte da premissa de que todas as pessoas conseguem manter o mesmo nível de energia, atenção e interação durante oito horas seguidas em um mesmo local.

          Ignorando totalmente os diferentes funcionamentos cognitivos, emocionais e sensoriais que existem.

          Você nunca parou para pensar sobre isso?

          Então agora é a hora.

          Entenda: para pessoas com TDAH, por exemplo, é comum ter picos de produtividade intercalados com momentos de distração intensa dependendo do ambiente em que ela está.

          Para autistas, ambientes barulhentos e abertos, luzes fluorescentes e pressão por interações sociais podem ser altamente desreguladores de suas emoções, o que atinge de forma significativa a produção deles.

          Você sempre foi obrigado a trabalhar em um modelo repressivo de trabalho, e por isso você acredita que esse é o modelo correto para atingir metas. Mas isso é uma visão ultrapassada que já mostrou não dar frutos que não sejam as custas da saúde física e mental de seus colaboradores.

          E em um mundo em constante evolução para ser mais empático, não é isso que queremos dentro do mercado de trabalho.

          Quando não há espaço para pausa ou adaptação, a alternativa vira o adoecimento ou a exclusão.

          Three multicultural coworkers in casualwear using mobile gadgets
          Um modelo não precisa excluir o outro, eles precisam existir em comum acordo para atender a todos aqueles que precisam

          Benefícios do trabalho assíncrono para profissionais neuroatípicos – e típicos também

          1. Menos sobrecarga sensorial

          Trabalhar em casa, em um ambiente controlado, com fones de ouvido, luz natural e pausas programadas não é luxo. É o que permite que muitas pessoas neurodivergentes consigam manter seu rendimento e atingir além das metas.

          2. Autonomia para explorar seus próprios momentos de foco

          O trabalho assíncrono permite que cada pessoa organize sua rotina de acordo com seus momentos mais produtivos.

          Quem tem TDAH muitas vezes entra em estados de hiperfoco em horários não convencionais e o modelo tradicional, que exige produtividade estável durante todo o expediente acaba desperdiçando esse potencial.

          3. Redução de interações exaustivas

          Não sejamos hipócritas: muitas vezes as interações sociais no trabalho são baseadas em normas não ditas e performances que buscam uma socialização forçadas.

          Para pessoas com TEA, esse tipo de interação pode ser extremamente desgastante. Dessa forma, o trabalho assíncrono permite mais comunicação escrita e objetiva, aliviando o peso das interações presenciais ou por vídeo.

          4. Mais tempo para processar informações

          Nem todo mundo tem a mesma velocidade de raciocínio e responde de forma rápida em uma reunião ao vivo. Pessoas neurodivergentes podem precisar de mais tempo para organizar o raciocínio, entender demandas e formular respostas.

          A comunicação assíncrona respeita esse tempo.

          Por que ainda não adotamos amplamente esse modelo?

          Principalmente porque exige uma mudança de cultura e pensamento de gestores do mundo todo.

          A necessidade pelo controle de cada passo dos colaboradores, a cobrança por tempo em frente ao computador, a valorização de quem participa ativamente em reuniões e eventos presenciais são traços profundamente enraizados em gestões baseadas em métricas antigas e repressivas.

          Mas se quisermos ambientes mais inovadores, diversos e saudáveis, precisamos aprender a atualizar diferentes sistemas dentro de um mesmo.

          Trabalho assíncrono não é falta de compromisso

          Existe um mito de que, se não houver pressão constante e vigilância, o trabalho não acontece. Mas produtividade e entrega não são uma questão de tempo online, mas de clareza de objetivos e de ambiente favorável.

          O trabalho presencial e síncrono não precisa acabar, isso não seria agradável e útil para ninguém – até porque seria uma outra forma de excluir pessoas que lidam melhor com a rotina dessa maneira.

          Um modelo não precisa excluir o outro, eles precisam existir em comum acordo para atender a todos aqueles que precisam. Dessa forma o mercado de trabalho caminhará para tornar-se inclusivo para todos os diferentes perfis neurológicos.

          Como implementar o trabalho assíncrono de forma eficaz

          1. Estabeleça objetivos claros

          Nada funciona se não houver alinhamento de expectativas. Estabelecer metas bem definidas é essencial.

          2. Use ferramentas colaborativas

          Plataformas como Notion, Trello, Slack (em modo assíncrono), Loom e Google Docs permitem que as pessoas colaborem mesmo em tempos diferentes.

          3. Crie espaços de interação não obrigatória

          O trabalho remoto pode ser solitário. Ter momentos opcionais de troca, como cafés virtuais ou grupos de afinidade, ajuda a manter o senso de pertencimento sem impor uma socialização forçada.

          4. Documente tudo

          Para que o trabalho assíncrono funcione, é importante documentar decisões, conversas e processos. Isso evita ruídos e garante que ninguém fique perdido.

          5. Promova formação sobre neurodiversidade

          Não adianta flexibilizar a jornada se a cultura da empresa ainda discrimina quem pensa diferente. Falar sobre neurodivergência, capacitismo e acessibilidade é essencial para um ambiente inclusivo de verdade.

          Successful coworkers celebrating news in conference room
          Transformar seu ambiente de trabalho em um espaço mais acessível para todos é o primeiro passo para alavancar seu negócio.

          A Braine e o futuro do trabalho inclusivo

          Na Braine, acreditamos que o futuro do trabalho passa por inteligência emocional, inclusão real e uso de tecnologias de forma responsável.

          E por isso possibilitamos que o trabalho assíncrono seja feito pelos colaboradores que se sentirem a vontade com o modo. Pessoas neurodivergentes precisam estar dentro de diferentes frentes de trabalho e é necessário preciso criar espaços onde elas possam prosperar como todos os outros colaboradores.

          Quer ser um líder que inova?

          Transformar seu ambiente de trabalho em um espaço mais acessível para todos é o primeiro passo para alavancar seu negócio.

          Neste dia do trabalho, escolha um futuro onde todos tenham espaço para contribuir em seu próprio ritmo.

          Acesse o site da Braine, conheça nossos projetos e descubra como nossos produtos estão sendo desenvolvidos com o objetivo de auxiliar no diagnóstico e tratamento de pessoas neurodivergentes por todo o mundo.

          Se você curtiu este conteúdo, talvez também goste de:

          5 Dicas Para Mediar Conflitos Cognitivos no Trabalho

          Descubra como mediar conflitos cognitivos no ambiente de trabalho com estratégias e práticas que contribuem para uma melhora nas relações e na produtividade dos colaboradores da sua empresa.

          Logo de cara preciso deixar uma coisa clara: conflitos no trabalho são inevitáveis.

          Mas as vezes eles surgem pelo desentendimento de mentes que trabalham de forma diferentes uma das outras. Com as estratégias certas, é possível transformar os desentendimentos em oportunidades de crescimento e inovação.​

          Leader Planning With Coworkers At Coworking Workplace
          Se você lidera e não está confortável com a ideia de gerir conflitos cognitivos
          — talvez seja hora de se capacitar. Ou de dar espaço para quem esteja.

          Pensar diferente não é um problema – é a solução

          Num mundo ideal de conto de fadas, todo mundo se entenderia no trabalho só com um bom café e um papo na copa.

          Mas no mundo real as divergências entre colaboradores de uma empresa são mais comuns do que nós imaginamos. Isso porque muitas vezes essas pessoas escolhem não falar sobre isso por medo do conflito maior que pode ser gerado e envolver mais pessoas do convívio.

          Porém esses conflitos podem nos ensinam sobre os diferentes modos de realizar uma mesma tarefa, e esse conflito existe justamente pelos diferentes modos de pensar que as pessoas podem ter. Então quando esse conflito se trata de uma divergência cognitiva entre os colaboradores, os gestores devem ser avisados para que uma transformação possa ser feita.

          Ninguém precisa mudar. O ambiente precisa se adaptar para que o respeito seja a base daquele local para que todos se sintam a vontade para argumentar e apresentar ideia, sem ferir os direitos uns dos outros.

          Conflitos cognitivos não surgem de brigas pessoais ou vaidades infladas, mas de formas distintas de ver o mundo. E sim, isso pode gerar atrito, mas também pode ser o combustível para inovar nos espaços de trabalho e criar soluções para os problemas que nascem dentro do ambiente de trabalho

          A diferença está em como o gestor media esses atritos.

          O que são conflitos cognitivos (e por que você não deveria evitá-los)

          Conflitos cognitivos nada mais é do que os embates de ideias, percepções ou maneiras de resolver problemas que nascem em ambientes que uma vasta diversidade de pessoas habitam e trabalham juntas.

          Ou seja, são inevitáveis pois se trata do mundo todo!

          Eles nascem da diversidade de pensamento — uma qualidade fundamental em equipes que querem fazer diferente e melhor.

          Diferente do conflito relacional, que envolve choques de personalidade, o cognitivo é sobre “modo de pensar”.

          A chave não está em eliminar esses conflitos, mas em saber mediá-los com inteligência, sensibilidade e empatia.

          E vamos combinar: ignorar ou suprimir essas tensões é receita para o caos. Ao contrário do que muitos gestores acreditam, evitar conflito não é sinal de harmonia — é sinal de silenciamento.

          A criatividade morre onde não há fricção.

          O que está por trás dos conflitos cognitivos?

          Conflitos desse tipo surgem quando duas ou mais pessoas tentam resolver o mesmo problema com rotas mentais muito diferentes.

          Vamos ao seguinte caso: imagine uma equipe multidisciplinar com designers, engenheiros, redatores e etc. Dentre essas pessoas, algumas são neurodivergentes, como alguém com TDAH ou autismo de suporte 1.

          Enquanto uns enxergam o projeto como um quebra-cabeça linear, outros encaram como um organismo vivo e mutável.

          Se ninguém estiver preparado para lidar com essa colisão de mundos mentais, o ruído irá virar um conflito.

          Essas diferenças também podem ser influenciadas por:

          • Experiências de vida diversas – idades diferentes
          • Perfis neurodivergentes não compreendidos ou não diagnosticados
          • Falta de espaços seguros para comunicar desconfortos
          • Lideranças que confundem conformidade com alinhamento

          Resultado? Comunicação truncada, produtividade comprometida e um clima organizacional que mais parece uma panela de pressão.

          Five Women Coworking Top View
          A rebeldia consciente precisa ser praticada e alimentada pelos gestores que querem ver suas empresas crescendo cada vez mais

          5 estratégias para mediar conflitos de trabalho de forma inteligente

          1. Escute de verdade (sem já pensar em responder)

          A tão famosa escuta ativa que lemos tanto no Linkedin nos últimos meses se trata mais do que somente ouvir — é se dispor a entender verdadeiramente.

          Isso significa prestar atenção ao que está sendo dito e ao que não está, fazendo perguntas e acolhendo o que vem do outro sem interromper ou julgar.

          Essa postura reduz as resistências e cria um ambiente onde as pessoas se sentem seguras para expressar o que realmente pensam.

          É aí que o conflito começa a se dissolver, porque as pessoas finalmente se sentem vistas.

          2. Use a comunicação assertiva como ferramenta de cultura

          Se o conflito é inevitável, que ele aconteça com respeito então.

          O incentivo de uma comunicação assertiva e empática dentro das organizações ajuda a colocar as cartas na mesa sem ofender ninguém. Incentive e ajude seus colaboradores a falarem sobre suas opiniões e percepções sem projetar culpa nos outros.

          Troque o clássico “Você nunca me ouve!” por “Me senti ignorado na última reunião e queria conversar sobre isso.”

          Parece detalhe, mas muda tudo.

          3. Vá além do que está sendo dito

          Os conflitos que nascem sobre os prazos e metas estabelecidos, muitas vezes estão ligado a insegurança que os colaboradores podem ter em relação a esse ambiente de trabalho que não pratica uma escuta empática. Por trás de uma resistência a mudanças, medo de perder o controle. Bons mediadores leem além do óbvio.

          Em vez de apagar incêndio, investigue: qual é a verdadeira necessidade não atendida ali?

          4. Traga mediação externa quando o clima pesar

          Alguns conflitos exigem a presença de alguém neutro para equilibrar o jogo emocional.

          Pode ser um mediador profissional, alguém do RH ou uma liderança preparada para atuar sem tomar partido. O papel dessa figura é facilitar o diálogo, organizar o caos emocional, afastar os apontamentos agressivos e direcionar para o único ponto que importa: a resolução do problema.

          A rebeldia de ideias pode e deve existir, ela alimenta o ambiente de trabalho, o desafio, o desejo de atingir metas e conquistar reconhecimento. Quando um colaborador se sente seguro para apresentar suas ideias ele entende que faz parte daquele organismo que produz algo para o mercado.

          A rebeldia consciente precisa ser praticada e alimentada pelos gestores que querem ver suas empresas crescendo cada vez mais.

          5. Construa pactos de convivência com base na pluralidade

          Como vocês já entenderam, os conflitos nascem das diferenças, e isso nunca vai mudar. E ainda bem que a nossa sociedade é diversa e mutável.

          O que você pode (e deve) fazer é criar acordos de convivência onde as múltiplas formas de pensar não sejam um problema, mas parte do sistema.

          Ações práticas:

          • Criar um manual de convivência e comunicação assertiva
          • Mapear estilos de trabalho da equipe com ferramentas como MBTI, DISC ou mapeamentos cognitivos

          O que as lideranças precisam entender (urgentemente)

          Liderar em tempos de diversidade cognitiva exige bem mais do que saber usar o Clickup ou delegar tarefas no Trello.

          Ser um bom líder em 2025 exige consciência emocional, repertório cultural e coragem para escutar o que não é dito com palavras.

          Líderes eficazes:

          • Canalizam os conflitos cognitivos visando o melhor aproveitamento de todas as ideias
          • Promovem a inclusão em todos os âmbitos do trabalho
          • Sabem que produtividade e bem-estar não se excluem

          Se você lidera e não está confortável com a ideia de gerir diferenças — talvez seja hora de se capacitar. Ou de dar espaço para quem esteja.

          Cybersecurity Concept: System Administrator Enhancing Network Protection
          O problema não é o atrito, mas o que se faz com ele. Ignorar não resolve. Reprimir só adia. A resposta é: mediar, entender e agir.

          Prevenção é mais barata do que gestão de crise

          Quer reduzir a incidência de conflitos cognitivos? Invista em:

          • Capacitação em inteligência emocional: Entender as próprias emoções é o primeiro passo para acolher as dos outros.
          • Workshops sobre diversidade neurocognitiva: Entenda como TDAH, autismo, ansiedade e outros perfis trabalham.
          • Rituais de feedback contínuos: Um canal aberto de conversa previne explosões acumuladas.
          • Ferramentas acessíveis: Um mural visual pode ser mais eficaz para quem pensa de forma não-linear.

          A tecnologia também entra no jogo

          E aqui entra a IA.

          Na Braine, estamos desenvolvendo soluções que não substituem o papel humano, mas o potencializam.

          Com ferramentas como o Aura-T e o Bruna, conseguimos auxiliar profissionais da saúde mental na triagem e organização de dados para diagnósticos mais rápidos e precisos. O que pode ser muito útil para gestores que desejam entender os perfis cognitivos de seus colaboradores para poder criar um plano de produção que faça sentido para a equipe como um todo.

          Tecnologia não é milagre, porém quando ela é usada com ética e propósito, ela é capaz de transformar rotinas, estilos de vida e é capaz de criar ambientes de trabalho onde a diferença consegue dar fruto.

          Conflito é sinal de vida (mas precisa de mediação)

          Se a sua empresa tem conflitos, parabéns: vocês estão pensando, sentindo e buscando caminhos que agora se divergem, mas que com preparação, no futuro vocês verão os resultados positivos que surgirão desses conflitos.

          Conheça a Braine — onde a diversidade cognitiva se transforma em inovação

          Na Braine, não falamos de inclusão como tendência: ela é a base do que construímos todos os dias. Nossos projetos combinam ciência, tecnologia e empatia para criar soluções reais para pessoas neurodivergentes e para os ambientes onde elas vivem, aprendem e trabalham.

          Por isso convidamos você para participar do no nosso Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade 2025 nos dias 2 a 6 de junho e a conhecer o nosso blog que está cheio de conteúdos sobre o tema:

          Se você acredita num mundo do trabalho onde todas as mentes tem espaço, vem com a gente.

          Referências:

          GUASCO, Isabela. As relações entre inclusão de pessoas autistas no mercado de trabalho e o capacitismo. 2023. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Gestão de Políticas Públicas) – Universidade de São Paulo, Escola de Artes, Ciências e Humanidades, São Paulo, 2023. Disponível em:https://bdta.abcd.usp.br/directbitstream/f537adac-144b-4232-8873-c89fd9764754/tc4350-isabela-gasco-relacoes.pdf. Acesso em: 28 abr. 2025.

          INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA (IBGC). IBGC publica cartilha sobre diversidade e inclusão. 2022. Disponível em: : Orgibgc.org.br/blog/ibgc-publica-cartilha-diversidade-inclusaoOrgibgc.org.br/blog/ibgc-publica-cartilha-diversidade-inclusao. Acesso em: 28 abr. 2025.

          KLINE, Nancy. The Power of Listening in Helping People Change. Harvard Business Review, 01 maio 2018. Disponível em: https://hbr.org/2018/05/the-power-of-listening-in-helping-people-change. Acesso em: 28 abr. 2025.

          O Impacto do Design na Experiência Neurodiversa

          Descubra como o neurodesign pode transformar a experiência neurodiversa digital de pessoas com TDAH e TEA, criando interfaces mais acessíveis e inclusivas.

          O design de sites, ferramentas, blogs e apps é muito influente na experiência do usuário. Parapessoas neurodivergentes, ele pode ser um trampolim ou uma barreira. Neste artigo, exploramos como o neurodesign transforma a experiência do usuário neurodivergente no âmbito digital, e como isso pode melhorar a rotina de quem vive com TDAH e TEA.

          Neurodesign é o cruzamento entre design de interface e neurociência cognitiva.

          O que é neurodesign e a experiência neurodiversa?

          Se você acha que neurodesign é só um nome bonito, repense. 

          Neurodesign é o cruzamento entre design de interface e neurociência cognitiva.

          É entender como o cérebro humano — e aqui, especialmente o cérebro neurodivergente — reage a estímulos visuais, padrões e estruturas digitais. 

          Não se trata de deixar a interface “bonitinha”, mas funcional e inclusiva com o funcionamento de diferentes mentes.

          A lógica é simples: se o cérebro percebe, organiza e reage de maneiras distintas, por que insistimos em interfaces que só funcionam para um tipo de usuário? 

          É aqui que o neurodesign entra em cena como estratégia de modernização de interfaces para um mundo digital mais inclusivo.

          Por que isso importa para pessoas com TDAH E TEA?

          TDAH

          Pessoas com TDAH não estão com “preguiça” ou “desatentas”, elas lidam com um cérebro que filtra estímulos de forma diferente. 

          Um botão piscando, uma notificação entrando, um som diferente, uma cor berrante… tudo isso pode competir com a tarefa principal.

          No mundo digital, onde o excesso reina, isso vira um campo minado para a atenção de qualquer um.

          Um estudo publicado pela Universidade Estadual da Paraíba  em 2023, mostrou que a sobrecarga cognitiva — excesso de elementos visuais, fluxos de navegação confusos e estímulos constantes — interfere negativamente na interação de pessoas com TDAH com softwares educacionais e plataformas digitais .

          TEA

          Já para quem está no espectro autista, previsibilidade e clareza são condições básicas para o uso confortável de uma interface. 

          Mudanças súbitas no layout, botões que mudam de lugar, animações aleatórias ou fluxos de navegação ambíguos podem gerar estresse, confusão e até abandono da plataforma.

          O que não é bom para o usuário e muito menos para a marca

          Os efeitos práticos de um design mal feito

          Vamos ser diretos: uma interface que ignora a diversidade cognitiva é excludente e ineficiente.  

          Veja alguns exemplos:

          • Um formulário com 12 campos obrigatórios, tudo em caixa alta, cores fortes e zero feedback. Resultado? Ansiedade e abandono.
          • Um app de educação com sons automáticos, animações caóticas e menus escondidos. Resultado? Sobrecarga sensorial e frustração.
          • Um site que “reinventa” a navegação com ícones sem legenda, ausência de contraste e um fluxo ilógico. Resultado? Navegação ineficaz
          Diversity and inclusion concept. Colorful figurines on blue background
          A inteligência artificial chegou para mudar o mundo e as nossas vidas. Ela pode facilitar caminhos que sempre foram muito obscuros para pessoas neurodivergentes.

          Princípios de neurodesign aplicados ao TDAH e TEA

          1. Clareza e hierarquia visual

          Um layout limpo, com textos bem espaçados e claros, botões e um fluxo de leitura previsível ajuda o cérebro da pessoa neurodivergente a se organizar. 

          Use hierarquias visuais com títulos em destaque, subtítulos, bullets points e divisões bem marcadas. Isso favorece tanto pessoas que tem TEA como também pessoas que apresentam outras variações neurológicas.

          2. Redução de estímulos desnecessários

          Evite pop-ups inesperados, gifs em loop, banners piscando.

          Tudo isso ativa o sistema de alerta de quem tem sensibilidade sensorial e prejudica o foco de quem tem TDAH.

          3. Personalização de interface

          Permitir que o usuário ajuste tamanho de fonte, contraste, ordem de exibição e som pode transformar a experiência. 

          Um bom exemplo é o recurso de “modo leitura” ou “modo foco”, que desliga notificações e simplifica a tela.

          4. Feedback imediato e previsível

          Cada ação deve gerar uma resposta clara. Se a pessoa clicou, ela precisa ver que algo aconteceu e entender o que foi. Isso reduz a ansiedade, o tempo de resposta e o número de erros.

          5. Tempo e ritmo

          Não presuma que todo mundo navega com a mesma velocidade.

           Dê tempo.

          Evite timers automáticos em quizzes, formulários ou atividades de plataformas educacionais. Para quem precisa de tempo para processar estímulos, esse respeito é ouro.

          Exemplos práticos de onde o neurodesign já está mudando o cenário atual do design inclusivo

          • Google Material Design: referência global em acessibilidade visual, com diretrizes de contraste, animação suave e consistência de componentes.
          • Plataformas como Notion e Obsidian: permitem personalização completa da interface, ideal para usuários neurodivergentes organizarem a informação de forma não linear.

          O papel da Braine nessa transformação

          Na Braine, acreditamos que tecnologia sem empatia é ruído.

          Por isso, desenvolvemos soluções com base em IA que utilizam de um design orientado à neurodiversidade.

          Isso significa que todas as interfaces e o modo de escrita dos nossos produtos, site e blog são pensados para respeitar e acolher as diferentes formas de interação que pessoas neurodivergetens podem necessitar em diferentes mídias digitais.

          Nós estamos sempre trabalhando em possíveis adaptações que podem ser feitas para evoluir o bem estar procurado por essas pessoas.

          Os produtos que estamos desenvolvendo como o Aura-T e o Bruna tem interfaces que visão oferecer:

          • Um ambiente cognitivamente estável e personalizável conforme necessidades
          • Navegação intuitiva com apoio visual e textual adequado
          • Ritmo de interação ajustável para todos
          • Feedback adaptável para todos os tipos de demanda e necessidades

          E não paramos por aí!

          Estamos em constante pesquisa e busca por parceria com especialistas, psicólogos e usuários neurodivergentes para co-construir experiências digitais mais humanas e eficazes juntos!

          Como a inteligência artificial pode ajudar nesse processo de inclusão digital?

          A IA e os psicólogos podem trabalhar juntos com a ferramenta adequada

          Uma coisa é certa e eu sempre gosto de repetir para que fique claro de uma vez por todas: a inteligência artificial não está aqui para substituir ninguém — muito menos profissionais da área de saúde!

          A inteligência artificial está aqui para ser uma aliada nesse processo de ampliação da escuta clínica.

          Ela é uma ferramenta que vai ajudar psicológos e psiquiatras a refinar os métodos de intervenção e os diagnósticos de adultos e clianças. Assim como, a adaptação das interfaces dessas ferramentas e sites para os profissionais de outras áreas que desejarem implementar um modo de navegação mais inclusiva para todos os clientes.

          A inteligência artificial chegou para mudar o mundo e as nossas vidas. Ela pode facilitar caminhos que sempre foram muito obscuros para pessoas neurodivergentes.

          A Braine utiliza IA com o objetivo de tornar os diagnósticos mais acessíveis e para a modernização do tratamento de pessoas neurodivergentes. Como por exemplo o já citado Aura-T  que  tem como uma das capacidades primordiais a redução do tempo de investigação de meses para semanas. Diminuindo os gastos – que originalmente seria de mais de 5 mil reais – para poucas dezenas de reais.

          Com supervisão ética e responsabilidade, a IA atua como uma ponte que vai aproximar as pessoas dos profissionais de todas as áreas.

          Ela será a responsável pela criação do principal elo para tornar o mundo – físico e digital- em um lugar mais acessível para todos os olhos e mentes.

          Menos glamour, mais impacto

          Até aqui já ficou óbvio para todos – e espero que para os diretores de grandes marcas que prestam serviços ao público – que nós NÃO precisamos de sites bonitos que chamam a atenção, mas precisamos também de interfaces que funcionem e se adaptem para todas as pessoas.

          Para isso, e acima de tudo, precisamos entender como diferentes mentes operam. 

          Neurodesign não é tendência, é compromisso com a diversidade cognitiva. É compromisso com crianças e adultos neurodivergentes que lutam todos os dias por um mundo mais inclusivo. 

          Como eu posso mudar minha atitude?

          Quer ver na prática como o neurodesign pode transformar a experiência de quem vive com TDAH e TEA? 

          Conheça a Braine

          Somos uma startup de tecnologia e saúde mental que desenvolve soluções com inteligência artificial voltadas para a neurodiversidade. 

          Entre nossos projetos em desenvolvimento, estão o Aura-T, um sistema de triagem inteligente para apoiar diagnósticos de diferentes neurodivergências em todas as idades, e o Bruna uma IA que vai auxiliar no gerenciamento e prevenção de crises com uma linguagem simplificada voltada ao acolhimento de pessoas neurodivergentes.

          A gente acredita que IA de verdade precisa ouvir e respeitar as diferenças.

          Se você curtiu este conteúdo, talvez também goste de:

          Se você curtiu esse conteúdo, talvez também goste de:

          Bora criar um mundo digital mais acessível, um design de cada vez?

          Diferenças entre deficiência, transtorno e variação neurológica

          Entenda as diferenças entre deficiência, transtorno e variação neurológica e por que usar os termos corretos é importante para o processo de inclusão real de pessoas neurodivergentes na sociedade

          Palavras moldam mundos — literalmente.

          A maneira como nomeamos algo diz muito sobre como lidamos com isso.

          Não é só uma questão de semântica, é uma questão de dignidade.

          Por isso, entender a diferença entre deficiência, transtorno e variação neurológica é importantíssimo se a gente quiser levar a inclusão a sério de fato.

          A deficiência não é o problema. O problema é a estrutura de uma sociedade que não acolhe, não adapta, não escuta.

          O que é deficiência?

          A definição da Organização das Nações Unidas, adotada também pelo Governo Brasileiro diz que a deficiência é o resultado da interação entre impedimentos físicos, mentais, intelectuais ou sensoriais de longo prazo e barreiras sociais que limitam a participação plena e efetiva dessas pessoas na sociedade.

          Pessoas com deficiência enfrentam barreiras arquitetônicas, tecnológicas, comunicacionais e atitudinais diariamente por toda a sociedade.

          Rampas ausentes, sites inacessíveis, conteúdos sem audiodescrição, ou até o simples despreparo das equipes de RH para entender um currículo diverso são exemplos claros disso.

          E é aí que entra a importância de políticas públicas e iniciativas privadas, elas devem trabalhar em ações que reconheçam as necessidades de pessoas deficientes e atuem na criação de ambientes e regras favoráveis para adaptação de locais públicos e privados. 

          Muitas pessoas ainda acreditam que essas mudanças ocasionarão em uma “vantagem” para as pessoas deficientes. Mas como pode ser vantagem se nós estamos falando de direitos básicos  para um existência digna

          Essas pessoas estão em desvantagem faz muito tempo!

          A adaptação de espaços e a criação de leis que garantem o cumprimento dos direitos dessas pessoas não se trata de vantagem, e sim de equilibrar o jogo.

          ADCH concept with human mind and brain
          Transtornos como TDAH e o transtorno do espectro autista não são “modinha”

          O que é transtorno?

          Segundo o EduCapes, transtornos são condições clínicas diagnosticadas por especialistas com base em critérios técnicos.

          São padrões de funcionamento mental que impactam a vida da pessoa e que geralmente exigem acompanhamento especializado.

          Alguns exemplos incluem:

          • Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)
          • Transtorno do Espectro Autista (TEA)
          • Transtornos de Ansiedade Generalizada
          • Transtornos Depressivos
          • Transtornos de Aprendizagem, como dislexia e discalculia

          Essas condições podem afetar a concentração, a memória, o processamento de informações, a regulação emocional e a comunicação.

          Em muitos casos, essas condições não são visíveis e, por isso, acabam sendo muito incompreendidas pelos neurotípicos. 

          Transtornos como TDAH, Transtorno do Espectro Autista ou transtornos de ansiedade não são “modinha” — são reais e muita pessoas vivem as dificuldade desses transtornos na pele diariamente.

          Um diagnóstico pode virar a vida de uma pessoa da cabeça aos pés (de uma forma positiva).

          A partir desse momento, a pessoa começa a compreender suas vontades e a respeitar os seus próprios limites, melhorando (e muito) na sua qualidade de vida.

          Além disso, o diagnóstico correto é fundamental para garantir o direito ao tratamento adequado e para fortalecer a autoestima das pessoas que, muitas vezes, cresceram se sentindo “erradas” em um mundo que não foi feito para elas. 

          Leia mais sobre e sobre diagnóstico tardio e como lidar com essas questões em nosso blog  

          Hand reveal gold infinity symbol on puzzle.
          O respeito começa quando paramos de tratar a neurodiversidade como frescura ou drama.

          O que é variação neurológica?

          Segundo o boletim Diversidade em Pauta, variação neurológica é um jeito técnico e respeitoso de dizer que existe mais de uma forma de o cérebro humano funcionar — e nenhuma delas deveria ser considerada errada por padrão.

          É o conceito-base da neurodiversidade, que reconhece que pessoas autistas, com TDAH, dislexia, discalculia ou outras configurações neurológicas fazem parte da biodiversidade humana.

          Esse entendimento parte da ideia de que não existe um único modo de pensar, sentir ou perceber o mundo. Há múltiplas formas de processar estímulos, comunicar ideias, organizar pensamentos — e isso é, acima de tudo, uma riqueza.

          E aqui, eu reforço mais uma vez: precisamos entender que o padrão de comportamento é uma invenção social. Pessoas neurodivergentes não precisam ser consertadas, nós precisamos ser entendidos. 

          A ideia de neurodiversidade nos convida a ir além do olhar clínico.

          Ela propõe a construção de ambientes mais flexíveis e humanos — onde as diferenças são vistas como potencialidades e não como falhas.

          Leia mais sobre o uso de inteligência artificial como meio de modernização e humanização do cuidado no nosso blog!

          Por que separar esses conceitos importa?

          Porque misturar tudo é confortável só pra quem nunca teve que brigar pelos seus direitos ou um mínimo de compreensão.

          Quando usamos os termos de forma equivocada, criamos ruído na comunicação e reforçamos estigmas que já nos assola: 

          • Deficiência é um recorte jurídico-social que garante acesso a políticas públicas.
          • Transtorno é uma condição clínica que requer diagnóstico profissional, intervenção adequada e acesso a políticas inclusivas.
          • Variação neurológica é uma lente que amplia o entendimento sobre a diversidade cognitiva humana e combate o capacitismo estrutural que insiste em reduzir todo mundo à mesma régua.

          Saber diferenciar é o mínimo. Agir a partir disso é o próximo passo.

          Só a partir dessa distinção é que conseguimos lutar por políticas específicas, criar ambientes acessíveis de verdade e combater o preconceito com conhecimento.

          Cada palavra certa é um passo na direção da equidade.

          Não dá mais pra errar por ignorância

          Se você chegou até aqui, parabéns! — você está um passo à frente da maioria.

          Agora, a pergunta que fica é: o que você vai fazer com essa informação?

          • Vai revisar a forma como fala sobre esses temas?
          • Vai corrigir quando ouvir alguém confundindo os termos?
          • Vai lutar por mais acessibilidade no seu ambiente de trabalho ou estudo?

          Na Braine, a gente acredita que a mudança começa pela linguagem, mas não para por aí.

          Por isso te convidamos a conhecer nosso blog e ler alguns dos nossos últimos artigos:

          Saúde 5.0: A Revolução Humana e Tecnológica no Cuidado – Braine Digital

          Por que só agora? O diagnóstico de autismo na vida adulta – Braine Digital

          8 expressões capacitistas que você deveria para de usar agora

          Descubra 8 expressões capacitistas comuns no dia a dia, por que elas são problemáticas e como substituí-las para construir uma comunicação mais respeitosa

          A forma como a gente fala é muito importante e algumas expressões que parecem “inofensivas”, na realidade, carregam diversos preconceitos e esteriótipos sobre pessoas neurodivergentes ou com deficiência.

          Fill the world with your voice
          Se a ideia é construir um mundo mais inclusivo, a mudança deve começar pelas nossas palavras.

          Aqui vão expressões capacitistas que você precisa aposentar:

          1. Retardado

          Essa palavra carrega décadas de desrespeito e estigmatização. O termo até nasceu no campo médico, mas foi sequestrado pelo senso comum e transformado em insulto.

          Hoje, ele não diz nada sobre a condição da pessoa — só sobre o preconceito de quem o usa.

          2. “Você não parece ser neurodivergente”

            Essa frase tem cara de ser elogio, ela tenta ser elogio, mas na verdade não passa de ignorância.

            Neurodivergência não tem “cara” e nem todos os sintomas são visíveis.

            Existem diversas condições invisíveis ao olhar externo: autismo nível 1, TDAH, dislexia e outras tantas não seguem um padrão visual ou comportamental fixo.

            3. “Eu sou normal”

              Se você é “normal”, quem não é igual a você é o quê? “Anormal”?

              Esse tipo de comparação é o núcleo do problema que enfrentamos todos os dias.

              O que é “normal”?

              O mundo está em constante mudança, a medicina, a ciência e a tecnologia evoluindo cada vez mais e nos mostrando que nossa sociedade é diversa e nenhuma pessoa é igual a outra — e que a única constante é a diversidade humana.

              Negar isso e escolher acreditar que existem pessoas “normais” e “anormais” é escolher viver num mundo que já não existe mais.

              4. “Ele é especial”

                Parece gentil, mas muitas vezes é só um disfarce para não lidar com a realidade.

                “Especial” virou um jeitinho confortável de não dizer “ele é uma pessoa com deficiência”.

                E quando a gente não nomeia o que existe, a gente ajuda um processo de apagamento que reprime inúmeras pessoas por uma vida toda.

                Não se combate capacitismo com palavras genéricas — se combate com verdade e com coragem pra mudar o discurso.

                5. “Falta um parafuso nele”

                  Usada para descrever comportamentos considerados “estranhos” ou “fora do padrão”, essa expressão desumaniza e patologiza pessoas neurodivergentes, reduzindo sua complexidade a uma metáfora mecânica e depreciativa.

                  Pessoas não são máquinas — e esse tipo de comparação só reforça a exclusão.

                  6. “É louco de pedra” / “É doido varrido”

                    Essas expressões que reforçam o estigma da saúde mental, tratando pessoas com sofrimento psíquico como motivo de piada ou exclusão.

                    7. “Está se fazendo de doente”

                      Essa frase invalida a experiência de pessoas com deficiências invisíveis ou condições crônicas.

                      Ela reforça a ideia de que só quem “parece doente” está legitimamente sofrendo — o que é falso e cruel.

                      Muitas pessoas com fibromialgia, lúpus, transtornos mentais e outros quadros clínicos convivem diariamente com a dor e ainda precisam lidar com a desconfiança de quem não vê o sofrimento.

                      8. “Tem que ser internado” (dito em tom de desprezo)

                        É comum ver isso como forma de punição ou exclusão, como se os serviços de saúde mental fossem um “castigo” para quem precisa de cuidados específicos.

                        Isso perpetua o medo e o preconceito sobre internações psiquiátricas, que deveriam ser cuidadosas, humanas e necessárias em alguns casos, nunca um rótulo de exclusão.

                        Essas expressões não são apenas palavrões ou xingamentos, elas são as responsáveis pelo amedrontamento e pelo isolamento de muitas pessoas.

                        Elas reforçam o silenciamento, invalidam e afastam pessoas com deficiência e neurodivergência de todos os espaços que deveriam servir para a socialização.

                        Three rubber ducks stand in front of one blue rubber duck. The concept of rejection.
                        Essas expressões capacitistas reforçam o silenciamento e invalidam as pessoas com deficiência e neurodivergência

                        Por que isso é importante?

                        Mais um vez reafirmo: a comunicação é o início de tudo.

                        Ela abre caminhos ou fecha portas. Quando você escolhe não usar termos ofensivos, você está aprendendo sobre respeito e está participando da construção de um mundo menos hostil para milhões de pessoas.

                        O que é capacitismo, afinal?

                        Capacitismo é a discriminação ou o preconceito contra pessoas com deficiência ou neurodivergência.

                        Ele aparece tanto em atitudes explícitas quanto em comportamentos sutis, como os comentários que parecem inofensivos.

                        A raiz do capacitismo está na ideia de que pessoas com deficiência são inferiores ou menos capazes.

                        Muita vezes isso parte de um conceito pré existente nas pessoas que sempre ouviram essas mesmas expressões e nunca questionaram se havia algo de errado com isso.

                        E por isso essas falas devem ser corrigidas.

                        E você pode escutar isso em qualquer lugar! Em casa, no escritório, na copa tomando um cafézinho, na escola, no restaurante e até mesmo em consultórios médicos por pessoas despreparadas.

                        O capacitismo dificulta a valorização da luta neurodivergente pelo seus direitos, limitando essas pessoas a uma vida de dificuldades e exclusão social.

                        E é por isso que precisamos nomeá-lo, entender como ele funciona e combate-lo com o conhecimento.

                        Não se trata de “mimimi”

                        Muita gente ainda reage mal a essas reflexões com frases como “não pode mais dizer nada” ou “estão exagerando”.

                        Mas mudar a forma de se comunicar é reconhecer que o mundo mudou e que precisamos acompanhar essa mudança com sensibilidade.

                        Trocar palavras não apaga o problema, mas é um primeiro passo para enfrentá-lo. E esse passo pode ser dado por qualquer pessoa, em qualquer lugar, começando hoje.

                        O capacitismo está em piadas que menosprezam, em expressões do dia a dia, em comentários sobre comportamento de alguém (ou até mesmo os próprios), em julgamentos silenciosos.

                        Ele se disfarça de “brincadeira”, “opinião” ou “jeito de falar”, mas pra quem escuta, o efeito é o mesmo: humilhar

                        Como posso ter atitudes mais ativamente inclusivas?

                        Se essa pergunta mexeu com você, ótimo! Quer dizer que você está pronto pra sair do discurso e partir pra prática.

                        Aqui vão alguns caminhos:

                        • Acompanhe as redes sociais de influencers neurodivergentes e com deficiência.
                        • Reflita sobre seu jeito de falar: tem alguma expressão que você usava e agora percebe como ela pode ser ofensiva? Se sim, se corrija, isso já é um grande passo.
                        • Transforme o seu redor: converse com seus amigos sobre o assunto, explique que certos termos reforçam preconceitos contra pessoas deficientes e neurodivergentes e que isso atrapalha a vida delas

                        Quer saber mais sobre tudo isso?

                        Acompanhe nosso blog e confira nosso post sobre “7 mitos que te contaram sobre a neurodivergência”

                        Participe do nosso Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade 2025 nos dias 2 a 6 de junho.

                        Lá realizaremos um espaço de troca de experiências, conhecimentos sobre neurodiversidade e como a inteligência artificial pode ajudar no diagnóstico e cuidado de pessoas neuroatípicas.

                        Guia Rápido: Primeiros Sinais de Autismo em Crianças​

                        Descubra os primeiros sinais de autismo em crianças, aprenda a identificá-los e saiba quando buscar apoio especializado.

                        O diagnóstico precoce do Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode ser um divisor de águas na vida de uma criança. Quanto antes os sinais forem identificados, maiores são as chances de a criança receber intervenções adequadas que favoreçam seu desenvolvimento.

                        É importante lembrar-nos que o autismo não se manifesta somente de uma forma ou igualmente para todas as crianças, os sinais podem variar de pessoa para pessoa.

                        Porém, há alguns comportamentos comuns que podem servir como indicadores precoce para pais e profissionais ficarem atentos e começarem a mudança de rotina da criança.

                        Vamos ver a seguir os principais sinais de alerta para autismo segundo o Ministério da Saúde e quais primeiros passso devemos tomar ao observá-los.

                        Children hold pieces of puzzles in palms as sign of support and solidarity with people with autism
                        O autismo não se manifesta somente de uma forma ou igualmente para todas as crianças

                        Principais Sinais de Alerta

                        Comportamento

                        • Dificuldade em manter o contato visual: muitas crianças com autismo evitam o contato visual durante interações sociais. Isso pode ser um sinal de que a criança não está processando as informações sociais da mesma forma que outras.
                        • Falta de resposta ao nome: embora crianças típicas geralmente respondam ao serem chamadas pelo nome por volta dos 6 a 12 meses, uma criança com TEA pode não responder ou reagir de forma inconsistente.
                        • Pouca ou nenhuma interação social: ao invés de brincar com outras crianças, muitas vezes as crianças autistas não demonstram interesse em interagir com os outros e preferem brincar sozinhas.
                        • Movimentos repetitivos: balançar o corpo ou bater as mãos são comuns em crianças com TEA. Esses comportamentos repetitivos podem ocorrer como uma forma de autorregulação ou para expressar emoções.
                        • Foco intenso e restrito em certos objetos ou atividades: muitas crianças com autismo demonstram interesse fixo em determinados objetos ou áreas de conhecimento (hiperfoco). Por exemplo, elas podem se concentrar apenas em um tipo de brinquedo ou tema, enquanto ignoram outras atividades.
                        • Resistência a mudanças: a preferência por rotinas rígidas e a resistência a mudanças no ambiente ou na sequência de atividades também são sinais típicos do TEA. Crianças com autismo podem ficar extremamente frustradas quando tem a sua rotina alterada.
                        • Hipersensibilidade ou insensibilidade sensorial: muitas crianças com TEA apresentam reações extremas a estímulos sensoriais, como luzes, sons, cheiros ou texturas. Elas podem se tornar muito sensíveis a certos sons ou, por outro lado, demonstrar pouca reação a estímulos que seriam desconfortáveis para outras crianças.

                        Comunicação

                        • Atraso no desenvolvimento da fala: uma criança com autismo pode não começar a balbuciar até mais tarde do que outras crianças ou pode ter um atraso no desenvolvimento da linguagem verbal. Isso pode ser um dos primeiros sinais de que a comunicação está sendo afetada.
                        • Dificuldade em iniciar ou manter conversas: crianças com autismo podem ter dificuldades em iniciar qualquer interação verbal ou simplesmente manter uma conversa fluida, mesmo que já possuam algum vocabulário.
                        • Entonação ou ritmo incomum na fala: outra característica de crianças com TEA é a fala monótona ou com entonação estranha, o que pode dificultar a compreensão do que estão tentando comunicar.

                        Importância da Identificação Precoce

                        Identificar os sinais de autismo precocemente, geralmente entre 12 e 18 meses, é crucial. Estudos mostram que as crianças diagnosticadas de maneira precoce tem mais chances de desenvolver habilidades sociais, de comunicação e cognitivas adequadas com a ajuda de intervenções especializadas.

                        A estimulação precoce através de terapias comportamentais, fonoaudiológicas e ocupacionais pode fazer uma grande diferença no desenvolvimento da criança e na sua integração social.

                        O que fazer ao perceber os sinais?

                        Caso você perceba algum desses sinais em seu filho ou em uma criança próxima, a primeira atitude deve ser consultar um pediatra.

                        O médico poderá direcionar para uma avaliação especializada, como um neuropediatra, psicólogo ou fonoaudiólogo, que irá realizar uma avaliação detalhada para confirmar ou descartar o diagnóstico de TEA.

                        É importante entender que, até os dias atuais, o diagnóstico de autismo é baseado em uma avaliação clínica feita por profissionais qualificados.

                        Não é possível afirmar, com base apenas em alguns comportamentos, que uma criança tem autismo, mas é fundamental que a família esteja atenta a qualquer sinal e busque ajuda se necessário.

                        World Autism awareness and pride day or month with Puzzle pattern ribbon on white background
                        Embora a IA não substitua o trabalho de psicólogos ou médicos, ela pode complementar o processo terapêutico de diversas maneiras.

                        Como a Inteligência Artificial pode trabalhar em conjunto com psicólogos no tratamento de pessoas neurodivergentes

                        A inteligência artificial (IA) tem se apresentado cada vez mais como uma ferramenta poderosa na personalização do tratamento de pessoas neurodivergentes.

                        Embora a IA não substitua o trabalho de psicólogos ou médicos, ela pode complementar o processo terapêutico de diversas maneiras.

                        A Braine, por exemplo, desenvolve soluções baseadas em inteligência artificial voltadas para o diagnóstico e tratamento de pessoas neurodivergentes, com o objetivo de oferecer ferramentas que auxiliem profissionais da saúde a compreender melhor o comportamento e as necessidades de seus pacientes.

                        A IA pode ajudar na análise de dados comportamentais, identificar padrões e sugerir abordagens terapêuticas personalizadas, sempre sob a supervisão de profissionais capacitados.

                        Ao combinar a expertise de psicólogos com a capacidade da IA de processar grandes volumes de dados e realizar análises detalhadas, é possível oferecer intervenções rápidas e eficazes.

                        Isso resulta em uma abordagem com mais foco nas necessidades individuais de cada paciente, contribuindo para um tratamento mais moderno e uma melhora na qualidade de vida de crianças e adultos neurodivergentes.

                        Você sabia que muitas vezes o diagnóstico dos filhos revela o dos pais?

                        Se você nunca ouviu falar disso, ou tem dúvidas que além do seu filho, você também pode ter alguma neurodivergência, confira noss último post no blbog da Braine!

                        Preschool development of children with autism spectrum disorder.
                        Se você percebe sinais de TEA em seu filho ou em si mesmo, procure sempre a ajuda de um profissional de saúde qualificado para garantir o tratamento e apoio necessários para um desenvolvimento saudável e uma qualidade de vida plena.

                        É importante destacar que, embora a inteligência artificial possa ser uma ferramenta valiosa no auxílio à compreensão de sinais e sintomas, ela não substitui a orientação e o diagnóstico profissional.

                        A avaliação de um médico especializado em conjunto a IA, é essencial para um diagnóstico preciso e para a personalização do tratamento e acompanhamento adequado que auxiliará no desenvolvimento da criança ou do adulto com suspeita de autismo.

                        Se você percebe sinais de TEA em seu filho ou em si mesmo, procure sempre a ajuda de um profissional de saúde qualificado para garantir o tratamento e apoio necessários para um desenvolvimento saudável e uma qualidade de vida plena.

                        E o que eu posso fazer agora?

                        Identificar o autismo precocemente é uma questão de oferecer as melhores chances para a criança.

                        Se você notou algum dos sinais descritos neste guia, não hesite em procurar ajuda profissional e a conhecer a Braine.

                        Participe do nosso próximo Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade nos dias 2 a de junho! Lá você poderá conhecer diferentes profissionais que vem trabalhando nos últimos anos com a tecnologia alinhada ao diagnóstico e tratamento de pessoas neuruodivergentes.

                        Referências Bibliográficas:

                        BRASIL. Ministério da Saúde. Transtorno do Espectro Autista: entenda os sinais. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/agosto/transtorno-do-espectro-autista-entenda-os-sinais. Acesso em: 25 abr. 2025.

                        PARANÁ. Secretaria de Estado da Saúde. Transtorno do Espectro Autista (TEA). Curitiba: SESA, [s.d.]. Disponível em: https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Transtorno-do-Espectro-Autista-TEA. Acesso em: 25 abr. 2025.

                        ZANON, Regina Basso; BACKES, Bárbara; BOSA, Cleonice Alves. Identificação dos primeiros sintomas do autismo pelos pais. Psicologia: teoria e pesquisa, v. 30, p. 25-33, 2014.

                        Como os animais podem ajudar no cuidado de pessoas neurodivergentes?

                        Ter um animalzinho de estimação por si só já é capaz de transformar toda a nossa vida e rotina — e quando falamos sobre pessoas neurodivergentes essa conexão vai além.

                        Estudos clínicos mostram que os animais ajudam na regulação emocional e fortalecem a autonomia de pessoas neuroatípicas.

                        Além do amor sem precedentes, um animal de assistência é capaz de auxiliar na melhora da qualidade de vida de inúmeras pessoas.

                        O apoio emocional que acalma e acolhe pessoas neurodivergentes

                        Para pessoas com autismo, TDAH e outras condições do neurodesenvolvimento, o mundo pode ser excessivamente barulhento e hostil.

                        A presença de um animal de assistência pode servir como uma âncora sensorial e emocional.

                        Interações simples — como um cachorro deitado ao lado, o som rítmico de um gato ronronando, ou o toque do pelo durante uma crise de sobrecarga sensorial — são capazes de reduzir o cortisol (hormônio do estresse) e aumentar a produção de ocitocina, o hormônio associado ao bem-estar e à confiança.

                        Isso não é intuição — é ciência.

                        Estudos como este publicado na Frontiers in Psychology confirmam os benefícios da interação entre pessoas neurodivergentes e animais.

                        Woman with White Horse in Stables
                        Atualmente a equoterapia como forma de tratamento de pessoas neurodivergentes tem tomado cada vez mais espaço

                        Cães de serviço e suporte emocional

                        Animais de suporte emocional e cães de serviço são treinados especificamente para acompanhar pessoas neurodivergentes.

                        Eles ajudam na prevenção de crises em locais públicos, dão suporte físico e emocional, contribuem com rotinas estruturadas e, principalmente, proporcionam um senso de segurança constante.

                        Em crianças, especialmente, o vínculo com o animal pode ser o primeiro canal real de comunicação com o mundo exterior.

                        Se comunicar com o animal para se comunicar com o mundo

                        Uma das maiores dificuldades relatadas por pessoas neurodivergentes é a sensação de não ser compreendido. Com os animais, essa barreira cai. Eles não cobram respostas verbais, não julgam, não exigem performance.

                        Esse espaço de aceitação total é terapêutico e para muitas crianças isso representa a primeira possibilidade real de experimentar afeto sem condicionamentos.

                        A comunicação não-verbal, que muitas vezes é o ponto forte de pessoas neurodivergentes, é respeitada e valorizada nesses vínculos.

                        Woman with Dog by Lake
                        O vínculo com o animal pode ser o primeiro canal real de comunicação com o mundo exterior

                        Autonomia e rotina

                        Para as crianças, ter um animal de estimação pode ser o ponto de partida para desenvolver habilidades de organização e responsabilidade.
                        A autonomia dada por essas responsabilidades auxilia no desenvolvimento de habilidades que acompanham as necessidades do animal:

                        • Cuidados com higiene
                        • Necessidade de atenção
                        • Saúde e alimentação
                        • Adestramento
                        • Olhar atento às mudanças comportamentais

                        Para pessoas com TDAH, por exemplo, a repetição e o vínculo afetivo com o animal ajudam a estabelecer rotinas — algo que em muitos casos é difícil de manter com base apenas em obrigações sociais.

                        Terapias assistidas por animais: o que diz a prática clínica?

                        Técnicas como a equoterapia (com cavalos) e a zooterapia (com cães e outros animais) vêm ganhando cada vez mais espaço em instituições de saúde e educação.

                        No Hospital Albert Einstein, por exemplo, a Terapia Assistida por Animais (TAA) já é parte dos protocolos complementares de cuidado.

                        A convivência com animais durante a infância é capaz de transformar a rotina de uma criança

                        A relação entre humanos e animais nunca foi só sobre companhia

                        Você ja deve ter ouvido a expressão “o cachorro é o melhor amigo do homem”, certo?

                        Hoje os animais de estimação já são considerados parte da família por muitas pessoas, e isso não é por acaso. Os laços criados entre humanos e animais são verdadeiros, é amor como qualquer outro tipo de amor!

                        Se esse carinho é capaz de curar tantas dores internas, por que não utilizar desse companheiro como parceiro de tratamento de pessoas neuroatípicas?

                        Em um mundo que ainda mede a funcionalidade humana por métricas produtivas, os animais ensinam — e sem dizer uma palavra — que resultados também são construídos com o acolhimento e a presença.

                        Vamos aprofundar essa conversa?

                        Leia mais curiosidades sobre neurodiversidade e a influência da inteligência artificial nos estudos hoje em dia no blog da Braine.

                        Participe do próximo Encontro sobre Diversidade e Inclusão nos dias 2 a 6 de junho, vamos falar também sobre o papel da tecnologia e das práticas integrativas no cuidado de pessoas neurodivergentes.

                        7 mitos que te contaram sobre a neurodivergência

                        A neurodivergência é um tema que tem ganhado cada vez mais holofotes, e com isso, a desinformação também tem crescido.

                        O que muitas vezes é entendido erroneamente, precisa ser desmistificado para que possamos construir uma sociedade que preza pela inclusão de pessoas neurodivergentes.

                        Neste texto vamos abordar 7 mitos que ainda persistem sobre a neurodiversidade e como eles impactam a maneira como vemos as pessoas neurodivergentes.

                        Sunflower lanyard, symbol of people with invisible or hidden disabilities.
                        colar neurodiversidade

                        1. Neurodivergência é só autismo e TDAH

                        A neurodiversidade abrange uma ampla gama de condições, incluindo TDAH, dislexia, transtornos de aprendizagem e outras condições neurológicas. O autismo e o TDAH são somente duas das formas de neurodivergência que existem, contudo são as que mais se popularizaram nas redes.

                        2. Pessoas neurodivergentes são menos inteligentes

                        Ser uma pessoa neuroatípica não te faz menos inteligente. Pelo contrário, alguns neurodivergentes são considerados superdotados e muitos possuem habilidades extraordinárias como: uma memória excepcional, capacidade de foco em detalhes específicos ou habilidades únicas em atividades técnicas e criativas.

                        Acreditar que a condição neurológica limita a inteligência de uma pessoa não passa de preconceito.

                        3. Ser neurodivergente é ser doente

                        A neurodivergência é uma variação natural do funcionamento do cérebro humano que se difere do que é considerado típicamente esperado ou normal.

                        Não se trata de uma doença, nem de algo que precisa ser “consertado” é apenas uma maneira diferente de processar e interagir com o mundo.

                        Encarar a neurodivergência como um erro a ser corrigido desumaniza pessoas que simplesmente vivenciam a realidade de forma distinta das normas neurotípicas.

                        4. Pessoas neurodivergentes não podem ter uma vida profissional bem-sucedida

                        Com as adaptações certas no ambiente de trabalho, pessoas neurodivergentes podem ser altamente produtivas e alcançar toda as suas metas profissionais.

                        A chave está em criar espaços inclusivos que permitam que essas pessoas se destaquem de acordo com suas habilidades únicas. Muitos profissionais neurodivergentes, especialmente no campo da tecnologia, tem apresentado habilidades incríveis na atuação com a inovação devido a sua criatividade.

                        5. Autismo é sempre acompanhado de deficiência intelectual

                        O autismo é um espectro, portanto, varia amplamente de pessoa para pessoa. Muitas pessoas no espectro autista tem inteligência dentro da média ou até acima da média, mas podem ter desafios em áreas como comunicação social e comportamentos repetitivos.

                        A ideia de que todo autista tem deficiência intelectual é uma visão restrita e prejudicial.

                        6. Pessoas neurodivergentes são incapazes de ter empatia ou de se conectar com os outros

                        A capacidade de empatia não está ligada à neurodivergência, por isso não podemos generalizar.

                        Muitas pessoas neurodivergentes tem uma compreensão profunda das emoções e das necessidades dos outros, ao mesmo tempo que enfrentam grandes dificuldades em expressar as suas próprias.

                        Contudo, algumas pessoas apresentam sim falta de empatia como sinal da neurodivergência, mas isso não faz dela uma pessoa ruim.

                        Entenda sobre isso lendo nosso post sobre variações de humor em pessoas neurodivergentes.

                        7. A neurodivergência é algo raro e pouco comum

                        De acordo com o CDC (Centers for Disease Control and Prevention) dos Estados Unidos, cerca de 1 em cada 36 crianças foi identificada com transtorno do espectro autista (TEA) . Essa estimativa representa um aumento em relação a dados anteriores, refletindo a necessidade de uma maior conscientização e melhorias nos métodos de diagnóstico.​

                        Segundo a OMS, 15% da população mundial é considerada neurodivergente, ou seja, no Brasil somos mais de 30 milhões.

                        O conceito de neurodiversidade é muito mais amplo do que ouvimos por aí

                        Como lidar com os mitos sobre neurodivergência?

                        Desmistificar esses mitos é importantíssimo para criar um ambiente saudável para todas as pessoas.

                        A educação é um dos principais caminhos para combater fake news sobre a neurodiversidade, tanto em escolas quanto no local de trabalho e na sociedade como um todo.

                        Precisamos questionar as convenções e criar espaços onde todas as diferenças possam ser reconhecidas e respeitadas.

                        Foi com esse compromisso que a Braine nasceu dentro da USP — a maior universidade da América Latina. Nossa base é científica, sólida e comprometida com a transformação real do estudo da saúde mental no Brasil.

                        A mudança começa com o conhecimento

                        Se você quer entender mais sobre como a neurodiversidade está mudando o panorama social e profissional, participe do Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade, que acontece entre os dias 2 e 6 de junho.

                        Vamos juntos construir um futuro mais inclusivo para todos!

                        Quer saber mais sobre como tecnologia e saúde podem caminhar juntas?

                        Acesse: Quando o adolescente descobre que é neurodivergente – Braine Digital