Quando o olhar para o outro vira um espelho para dentro
O diagnóstico de uma criança neurodivergente — seja com autismo, TDAH ou dislexia — costuma ser um marco na vida da família.
É nesse momento que muitos pais se veem, pela primeira vez, diante de um espelho quando olham para os filhos e reconhecem padrões, comportamentos e dificuldades que eles também identificam em si mesmos.
A partir desse momento, se inicia uma nova e tardia caminhada de autodescoberta. Emocionalmente densa, mas profundamente libertadora.

Por que isso acontece?
Por muito tempo, os diagnósticos de condições neurodivergentes foram baseados em estereótipos, voltados principalmente para crianças — e em especial, meninos.
Isso fez com que muitos diagnósticos fossem mal compreendidos, especialmente no caso da chamada síndrome de Asperger, que levou a diversos diagnósticos errôneos em pessoas que tinham autismo – e o contrário também acontecia.
Muitas gerações cresceram mascarando seus sintomas e lidando com as frustações da rotina. Esses adultos quando recebem o diagnóstico de seus filhos, enxergam aquilo que sempre esteve ali.
Como esse ciclo pode transformar famílias?
Para esses pais, a descoberta da neurodivergência vem acompanhada de um misto de alívio e dor. Alívio por entender o que antes era vivido como inadequação. Dor por não terem sido vistos ou acolhidos em sua infância.
Mais do que um diagnóstico, esse processo é um convite para escrever um novo caminho, se perdoar, se conhecer e, principalmente, se enxergar com mais amor e empatia.
- Relação entre pais e filhos mais compreensiva e menos punitivista
- Busca por tratamento que melhoram a qualidade de vida
- Adaptação de atividades que antes não se adequavam a família
- Entendimento interpessoal e coletivo
Os desafios sempre vão existir, mas…
Nenhuma jornada é igual, pais que descobrem sua neurodivergência a partir dos filhos não estão atrasados: estão exatamente onde precisam estar. Porque muitas vezes, é no ato de cuidar que a gente finalmente aprende a se cuidar também.
Vamos continuar essa reflexão?
Participe do Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade, que acontece de 2 a 6 de junho. Vamos juntos construir um futuro mais empático, com informação de verdade.