O Impacto do Design na Experiência Neurodiversa

Descubra como o neurodesign pode transformar a experiência neurodiversa digital de pessoas com TDAH e TEA, criando interfaces mais acessíveis e inclusivas.

O design de sites, ferramentas, blogs e apps é muito influente na experiência do usuário. Parapessoas neurodivergentes, ele pode ser um trampolim ou uma barreira. Neste artigo, exploramos como o neurodesign transforma a experiência do usuário neurodivergente no âmbito digital, e como isso pode melhorar a rotina de quem vive com TDAH e TEA.

Neurodesign é o cruzamento entre design de interface e neurociência cognitiva.

O que é neurodesign e a experiência neurodiversa?

Se você acha que neurodesign é só um nome bonito, repense. 

Neurodesign é o cruzamento entre design de interface e neurociência cognitiva.

É entender como o cérebro humano — e aqui, especialmente o cérebro neurodivergente — reage a estímulos visuais, padrões e estruturas digitais. 

Não se trata de deixar a interface “bonitinha”, mas funcional e inclusiva com o funcionamento de diferentes mentes.

A lógica é simples: se o cérebro percebe, organiza e reage de maneiras distintas, por que insistimos em interfaces que só funcionam para um tipo de usuário? 

É aqui que o neurodesign entra em cena como estratégia de modernização de interfaces para um mundo digital mais inclusivo.

Por que isso importa para pessoas com TDAH E TEA?

TDAH

Pessoas com TDAH não estão com “preguiça” ou “desatentas”, elas lidam com um cérebro que filtra estímulos de forma diferente. 

Um botão piscando, uma notificação entrando, um som diferente, uma cor berrante… tudo isso pode competir com a tarefa principal.

No mundo digital, onde o excesso reina, isso vira um campo minado para a atenção de qualquer um.

Um estudo publicado pela Universidade Estadual da Paraíba  em 2023, mostrou que a sobrecarga cognitiva — excesso de elementos visuais, fluxos de navegação confusos e estímulos constantes — interfere negativamente na interação de pessoas com TDAH com softwares educacionais e plataformas digitais .

TEA

Já para quem está no espectro autista, previsibilidade e clareza são condições básicas para o uso confortável de uma interface. 

Mudanças súbitas no layout, botões que mudam de lugar, animações aleatórias ou fluxos de navegação ambíguos podem gerar estresse, confusão e até abandono da plataforma.

O que não é bom para o usuário e muito menos para a marca

Os efeitos práticos de um design mal feito

Vamos ser diretos: uma interface que ignora a diversidade cognitiva é excludente e ineficiente.  

Veja alguns exemplos:

  • Um formulário com 12 campos obrigatórios, tudo em caixa alta, cores fortes e zero feedback. Resultado? Ansiedade e abandono.
  • Um app de educação com sons automáticos, animações caóticas e menus escondidos. Resultado? Sobrecarga sensorial e frustração.
  • Um site que “reinventa” a navegação com ícones sem legenda, ausência de contraste e um fluxo ilógico. Resultado? Navegação ineficaz
Diversity and inclusion concept. Colorful figurines on blue background
A inteligência artificial chegou para mudar o mundo e as nossas vidas. Ela pode facilitar caminhos que sempre foram muito obscuros para pessoas neurodivergentes.

Princípios de neurodesign aplicados ao TDAH e TEA

1. Clareza e hierarquia visual

Um layout limpo, com textos bem espaçados e claros, botões e um fluxo de leitura previsível ajuda o cérebro da pessoa neurodivergente a se organizar. 

Use hierarquias visuais com títulos em destaque, subtítulos, bullets points e divisões bem marcadas. Isso favorece tanto pessoas que tem TEA como também pessoas que apresentam outras variações neurológicas.

2. Redução de estímulos desnecessários

Evite pop-ups inesperados, gifs em loop, banners piscando.

Tudo isso ativa o sistema de alerta de quem tem sensibilidade sensorial e prejudica o foco de quem tem TDAH.

3. Personalização de interface

Permitir que o usuário ajuste tamanho de fonte, contraste, ordem de exibição e som pode transformar a experiência. 

Um bom exemplo é o recurso de “modo leitura” ou “modo foco”, que desliga notificações e simplifica a tela.

4. Feedback imediato e previsível

Cada ação deve gerar uma resposta clara. Se a pessoa clicou, ela precisa ver que algo aconteceu e entender o que foi. Isso reduz a ansiedade, o tempo de resposta e o número de erros.

5. Tempo e ritmo

Não presuma que todo mundo navega com a mesma velocidade.

 Dê tempo.

Evite timers automáticos em quizzes, formulários ou atividades de plataformas educacionais. Para quem precisa de tempo para processar estímulos, esse respeito é ouro.

Exemplos práticos de onde o neurodesign já está mudando o cenário atual do design inclusivo

  • Google Material Design: referência global em acessibilidade visual, com diretrizes de contraste, animação suave e consistência de componentes.
  • Plataformas como Notion e Obsidian: permitem personalização completa da interface, ideal para usuários neurodivergentes organizarem a informação de forma não linear.

O papel da Braine nessa transformação

Na Braine, acreditamos que tecnologia sem empatia é ruído.

Por isso, desenvolvemos soluções com base em IA que utilizam de um design orientado à neurodiversidade.

Isso significa que todas as interfaces e o modo de escrita dos nossos produtos, site e blog são pensados para respeitar e acolher as diferentes formas de interação que pessoas neurodivergetens podem necessitar em diferentes mídias digitais.

Nós estamos sempre trabalhando em possíveis adaptações que podem ser feitas para evoluir o bem estar procurado por essas pessoas.

Os produtos que estamos desenvolvendo como o Aura-T e o Bruna tem interfaces que visão oferecer:

  • Um ambiente cognitivamente estável e personalizável conforme necessidades
  • Navegação intuitiva com apoio visual e textual adequado
  • Ritmo de interação ajustável para todos
  • Feedback adaptável para todos os tipos de demanda e necessidades

E não paramos por aí!

Estamos em constante pesquisa e busca por parceria com especialistas, psicólogos e usuários neurodivergentes para co-construir experiências digitais mais humanas e eficazes juntos!

Como a inteligência artificial pode ajudar nesse processo de inclusão digital?

A IA e os psicólogos podem trabalhar juntos com a ferramenta adequada

Uma coisa é certa e eu sempre gosto de repetir para que fique claro de uma vez por todas: a inteligência artificial não está aqui para substituir ninguém — muito menos profissionais da área de saúde!

A inteligência artificial está aqui para ser uma aliada nesse processo de ampliação da escuta clínica.

Ela é uma ferramenta que vai ajudar psicológos e psiquiatras a refinar os métodos de intervenção e os diagnósticos de adultos e clianças. Assim como, a adaptação das interfaces dessas ferramentas e sites para os profissionais de outras áreas que desejarem implementar um modo de navegação mais inclusiva para todos os clientes.

A inteligência artificial chegou para mudar o mundo e as nossas vidas. Ela pode facilitar caminhos que sempre foram muito obscuros para pessoas neurodivergentes.

A Braine utiliza IA com o objetivo de tornar os diagnósticos mais acessíveis e para a modernização do tratamento de pessoas neurodivergentes. Como por exemplo o já citado Aura-T  que  tem como uma das capacidades primordiais a redução do tempo de investigação de meses para semanas. Diminuindo os gastos – que originalmente seria de mais de 5 mil reais – para poucas dezenas de reais.

Com supervisão ética e responsabilidade, a IA atua como uma ponte que vai aproximar as pessoas dos profissionais de todas as áreas.

Ela será a responsável pela criação do principal elo para tornar o mundo – físico e digital- em um lugar mais acessível para todos os olhos e mentes.

Menos glamour, mais impacto

Até aqui já ficou óbvio para todos – e espero que para os diretores de grandes marcas que prestam serviços ao público – que nós NÃO precisamos de sites bonitos que chamam a atenção, mas precisamos também de interfaces que funcionem e se adaptem para todas as pessoas.

Para isso, e acima de tudo, precisamos entender como diferentes mentes operam. 

Neurodesign não é tendência, é compromisso com a diversidade cognitiva. É compromisso com crianças e adultos neurodivergentes que lutam todos os dias por um mundo mais inclusivo. 

Como eu posso mudar minha atitude?

Quer ver na prática como o neurodesign pode transformar a experiência de quem vive com TDAH e TEA? 

Conheça a Braine

Somos uma startup de tecnologia e saúde mental que desenvolve soluções com inteligência artificial voltadas para a neurodiversidade. 

Entre nossos projetos em desenvolvimento, estão o Aura-T, um sistema de triagem inteligente para apoiar diagnósticos de diferentes neurodivergências em todas as idades, e o Bruna uma IA que vai auxiliar no gerenciamento e prevenção de crises com uma linguagem simplificada voltada ao acolhimento de pessoas neurodivergentes.

A gente acredita que IA de verdade precisa ouvir e respeitar as diferenças.

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Bora criar um mundo digital mais acessível, um design de cada vez?

Diferenças entre deficiência, transtorno e variação neurológica

Entenda as diferenças entre deficiência, transtorno e variação neurológica e por que usar os termos corretos é importante para o processo de inclusão real de pessoas neurodivergentes na sociedade

Palavras moldam mundos — literalmente.

A maneira como nomeamos algo diz muito sobre como lidamos com isso.

Não é só uma questão de semântica, é uma questão de dignidade.

Por isso, entender a diferença entre deficiência, transtorno e variação neurológica é importantíssimo se a gente quiser levar a inclusão a sério de fato.

A deficiência não é o problema. O problema é a estrutura de uma sociedade que não acolhe, não adapta, não escuta.

O que é deficiência?

A definição da Organização das Nações Unidas, adotada também pelo Governo Brasileiro diz que a deficiência é o resultado da interação entre impedimentos físicos, mentais, intelectuais ou sensoriais de longo prazo e barreiras sociais que limitam a participação plena e efetiva dessas pessoas na sociedade.

Pessoas com deficiência enfrentam barreiras arquitetônicas, tecnológicas, comunicacionais e atitudinais diariamente por toda a sociedade.

Rampas ausentes, sites inacessíveis, conteúdos sem audiodescrição, ou até o simples despreparo das equipes de RH para entender um currículo diverso são exemplos claros disso.

E é aí que entra a importância de políticas públicas e iniciativas privadas, elas devem trabalhar em ações que reconheçam as necessidades de pessoas deficientes e atuem na criação de ambientes e regras favoráveis para adaptação de locais públicos e privados. 

Muitas pessoas ainda acreditam que essas mudanças ocasionarão em uma “vantagem” para as pessoas deficientes. Mas como pode ser vantagem se nós estamos falando de direitos básicos  para um existência digna

Essas pessoas estão em desvantagem faz muito tempo!

A adaptação de espaços e a criação de leis que garantem o cumprimento dos direitos dessas pessoas não se trata de vantagem, e sim de equilibrar o jogo.

ADCH concept with human mind and brain
Transtornos como TDAH e o transtorno do espectro autista não são “modinha”

O que é transtorno?

Segundo o EduCapes, transtornos são condições clínicas diagnosticadas por especialistas com base em critérios técnicos.

São padrões de funcionamento mental que impactam a vida da pessoa e que geralmente exigem acompanhamento especializado.

Alguns exemplos incluem:

  • Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)
  • Transtorno do Espectro Autista (TEA)
  • Transtornos de Ansiedade Generalizada
  • Transtornos Depressivos
  • Transtornos de Aprendizagem, como dislexia e discalculia

Essas condições podem afetar a concentração, a memória, o processamento de informações, a regulação emocional e a comunicação.

Em muitos casos, essas condições não são visíveis e, por isso, acabam sendo muito incompreendidas pelos neurotípicos. 

Transtornos como TDAH, Transtorno do Espectro Autista ou transtornos de ansiedade não são “modinha” — são reais e muita pessoas vivem as dificuldade desses transtornos na pele diariamente.

Um diagnóstico pode virar a vida de uma pessoa da cabeça aos pés (de uma forma positiva).

A partir desse momento, a pessoa começa a compreender suas vontades e a respeitar os seus próprios limites, melhorando (e muito) na sua qualidade de vida.

Além disso, o diagnóstico correto é fundamental para garantir o direito ao tratamento adequado e para fortalecer a autoestima das pessoas que, muitas vezes, cresceram se sentindo “erradas” em um mundo que não foi feito para elas. 

Leia mais sobre e sobre diagnóstico tardio e como lidar com essas questões em nosso blog  

Hand reveal gold infinity symbol on puzzle.
O respeito começa quando paramos de tratar a neurodiversidade como frescura ou drama.

O que é variação neurológica?

Segundo o boletim Diversidade em Pauta, variação neurológica é um jeito técnico e respeitoso de dizer que existe mais de uma forma de o cérebro humano funcionar — e nenhuma delas deveria ser considerada errada por padrão.

É o conceito-base da neurodiversidade, que reconhece que pessoas autistas, com TDAH, dislexia, discalculia ou outras configurações neurológicas fazem parte da biodiversidade humana.

Esse entendimento parte da ideia de que não existe um único modo de pensar, sentir ou perceber o mundo. Há múltiplas formas de processar estímulos, comunicar ideias, organizar pensamentos — e isso é, acima de tudo, uma riqueza.

E aqui, eu reforço mais uma vez: precisamos entender que o padrão de comportamento é uma invenção social. Pessoas neurodivergentes não precisam ser consertadas, nós precisamos ser entendidos. 

A ideia de neurodiversidade nos convida a ir além do olhar clínico.

Ela propõe a construção de ambientes mais flexíveis e humanos — onde as diferenças são vistas como potencialidades e não como falhas.

Leia mais sobre o uso de inteligência artificial como meio de modernização e humanização do cuidado no nosso blog!

Por que separar esses conceitos importa?

Porque misturar tudo é confortável só pra quem nunca teve que brigar pelos seus direitos ou um mínimo de compreensão.

Quando usamos os termos de forma equivocada, criamos ruído na comunicação e reforçamos estigmas que já nos assola: 

  • Deficiência é um recorte jurídico-social que garante acesso a políticas públicas.
  • Transtorno é uma condição clínica que requer diagnóstico profissional, intervenção adequada e acesso a políticas inclusivas.
  • Variação neurológica é uma lente que amplia o entendimento sobre a diversidade cognitiva humana e combate o capacitismo estrutural que insiste em reduzir todo mundo à mesma régua.

Saber diferenciar é o mínimo. Agir a partir disso é o próximo passo.

Só a partir dessa distinção é que conseguimos lutar por políticas específicas, criar ambientes acessíveis de verdade e combater o preconceito com conhecimento.

Cada palavra certa é um passo na direção da equidade.

Não dá mais pra errar por ignorância

Se você chegou até aqui, parabéns! — você está um passo à frente da maioria.

Agora, a pergunta que fica é: o que você vai fazer com essa informação?

  • Vai revisar a forma como fala sobre esses temas?
  • Vai corrigir quando ouvir alguém confundindo os termos?
  • Vai lutar por mais acessibilidade no seu ambiente de trabalho ou estudo?

Na Braine, a gente acredita que a mudança começa pela linguagem, mas não para por aí.

Por isso te convidamos a conhecer nosso blog e ler alguns dos nossos últimos artigos:

Saúde 5.0: A Revolução Humana e Tecnológica no Cuidado – Braine Digital

Por que só agora? O diagnóstico de autismo na vida adulta – Braine Digital

8 expressões capacitistas que você deveria para de usar agora

Descubra 8 expressões capacitistas comuns no dia a dia, por que elas são problemáticas e como substituí-las para construir uma comunicação mais respeitosa

A forma como a gente fala é muito importante e algumas expressões que parecem “inofensivas”, na realidade, carregam diversos preconceitos e esteriótipos sobre pessoas neurodivergentes ou com deficiência.

Fill the world with your voice
Se a ideia é construir um mundo mais inclusivo, a mudança deve começar pelas nossas palavras.

Aqui vão expressões capacitistas que você precisa aposentar:

  1. Retardado

Essa palavra carrega décadas de desrespeito e estigmatização. O termo até nasceu no campo médico, mas foi sequestrado pelo senso comum e transformado em insulto.

Hoje, ele não diz nada sobre a condição da pessoa — só sobre o preconceito de quem o usa.

2. “Você não parece ser neurodivergente”

    Essa frase tem cara de ser elogio, ela tenta ser elogio, mas na verdade não passa de ignorância.

    Neurodivergência não tem “cara” e nem todos os sintomas são visíveis.

    Existem diversas condições invisíveis ao olhar externo: autismo nível 1, TDAH, dislexia e outras tantas não seguem um padrão visual ou comportamental fixo.

    3. “Eu sou normal”

      Se você é “normal”, quem não é igual a você é o quê? “Anormal”?

      Esse tipo de comparação é o núcleo do problema que enfrentamos todos os dias.

      O que é “normal”?

      O mundo está em constante mudança, a medicina, a ciência e a tecnologia evoluindo cada vez mais e nos mostrando que nossa sociedade é diversa e nenhuma pessoa é igual a outra — e que a única constante é a diversidade humana.

      Negar isso e escolher acreditar que existem pessoas “normais” e “anormais” é escolher viver num mundo que já não existe mais.

      4. “Ele é especial”

        Parece gentil, mas muitas vezes é só um disfarce para não lidar com a realidade.

        “Especial” virou um jeitinho confortável de não dizer “ele é uma pessoa com deficiência”.

        E quando a gente não nomeia o que existe, a gente ajuda um processo de apagamento que reprime inúmeras pessoas por uma vida toda.

        Não se combate capacitismo com palavras genéricas — se combate com verdade e com coragem pra mudar o discurso.

        5. “Falta um parafuso nele”

          Usada para descrever comportamentos considerados “estranhos” ou “fora do padrão”, essa expressão desumaniza e patologiza pessoas neurodivergentes, reduzindo sua complexidade a uma metáfora mecânica e depreciativa.

          Pessoas não são máquinas — e esse tipo de comparação só reforça a exclusão.

          6. “É louco de pedra” / “É doido varrido”

            Essas expressões que reforçam o estigma da saúde mental, tratando pessoas com sofrimento psíquico como motivo de piada ou exclusão.

            7. “Está se fazendo de doente”

              Essa frase invalida a experiência de pessoas com deficiências invisíveis ou condições crônicas.

              Ela reforça a ideia de que só quem “parece doente” está legitimamente sofrendo — o que é falso e cruel.

              Muitas pessoas com fibromialgia, lúpus, transtornos mentais e outros quadros clínicos convivem diariamente com a dor e ainda precisam lidar com a desconfiança de quem não vê o sofrimento.

              8. “Tem que ser internado” (dito em tom de desprezo)

                É comum ver isso como forma de punição ou exclusão, como se os serviços de saúde mental fossem um “castigo” para quem precisa de cuidados específicos.

                Isso perpetua o medo e o preconceito sobre internações psiquiátricas, que deveriam ser cuidadosas, humanas e necessárias em alguns casos, nunca um rótulo de exclusão.

                Essas expressões não são apenas palavrões ou xingamentos, elas são as responsáveis pelo amedrontamento e pelo isolamento de muitas pessoas.

                Elas reforçam o silenciamento, invalidam e afastam pessoas com deficiência e neurodivergência de todos os espaços que deveriam servir para a socialização.

                Three rubber ducks stand in front of one blue rubber duck. The concept of rejection.
                Essas expressões capacitistas reforçam o silenciamento e invalidam as pessoas com deficiência e neurodivergência

                Por que isso é importante?

                Mais um vez reafirmo: a comunicação é o início de tudo.

                Ela abre caminhos ou fecha portas. Quando você escolhe não usar termos ofensivos, você está aprendendo sobre respeito e está participando da construção de um mundo menos hostil para milhões de pessoas.

                O que é capacitismo, afinal?

                Capacitismo é a discriminação ou o preconceito contra pessoas com deficiência ou neurodivergência.

                Ele aparece tanto em atitudes explícitas quanto em comportamentos sutis, como os comentários que parecem inofensivos.

                A raiz do capacitismo está na ideia de que pessoas com deficiência são inferiores ou menos capazes.

                Muita vezes isso parte de um conceito pré existente nas pessoas que sempre ouviram essas mesmas expressões e nunca questionaram se havia algo de errado com isso.

                E por isso essas falas devem ser corrigidas.

                E você pode escutar isso em qualquer lugar! Em casa, no escritório, na copa tomando um cafézinho, na escola, no restaurante e até mesmo em consultórios médicos por pessoas despreparadas.

                O capacitismo dificulta a valorização da luta neurodivergente pelo seus direitos, limitando essas pessoas a uma vida de dificuldades e exclusão social.

                E é por isso que precisamos nomeá-lo, entender como ele funciona e combate-lo com o conhecimento.

                Não se trata de “mimimi”

                Muita gente ainda reage mal a essas reflexões com frases como “não pode mais dizer nada” ou “estão exagerando”.

                Mas mudar a forma de se comunicar é reconhecer que o mundo mudou e que precisamos acompanhar essa mudança com sensibilidade.

                Trocar palavras não apaga o problema, mas é um primeiro passo para enfrentá-lo. E esse passo pode ser dado por qualquer pessoa, em qualquer lugar, começando hoje.

                O capacitismo está em piadas que menosprezam, em expressões do dia a dia, em comentários sobre comportamento de alguém (ou até mesmo os próprios), em julgamentos silenciosos.

                Ele se disfarça de “brincadeira”, “opinião” ou “jeito de falar”, mas pra quem escuta, o efeito é o mesmo: humilhar

                Como posso ter atitudes mais ativamente inclusivas?

                Se essa pergunta mexeu com você, ótimo! Quer dizer que você está pronto pra sair do discurso e partir pra prática.

                Aqui vão alguns caminhos:

                • Acompanhe as redes sociais de influencers neurodivergentes e com deficiência.
                • Reflita sobre seu jeito de falar: tem alguma expressão que você usava e agora percebe como ela pode ser ofensiva? Se sim, se corrija, isso já é um grande passo.
                • Transforme o seu redor: converse com seus amigos sobre o assunto, explique que certos termos reforçam preconceitos contra pessoas deficientes e neurodivergentes e que isso atrapalha a vida delas

                Quer saber mais sobre tudo isso?

                Acompanhe nosso blog e confira nosso post sobre “7 mitos que te contaram sobre a neurodivergência”

                Participe do nosso Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade 2025 nos dias 2 a 6 de junho.

                Lá realizaremos um espaço de troca de experiências, conhecimentos sobre neurodiversidade e como a inteligência artificial pode ajudar no diagnóstico e cuidado de pessoas neuroatípicas.

                Guia Rápido: Primeiros Sinais de Autismo em Crianças​

                Descubra os primeiros sinais de autismo em crianças, aprenda a identificá-los e saiba quando buscar apoio especializado.

                O diagnóstico precoce do Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode ser um divisor de águas na vida de uma criança. Quanto antes os sinais forem identificados, maiores são as chances de a criança receber intervenções adequadas que favoreçam seu desenvolvimento.

                É importante lembrar-nos que o autismo não se manifesta somente de uma forma ou igualmente para todas as crianças, os sinais podem variar de pessoa para pessoa.

                Porém, há alguns comportamentos comuns que podem servir como indicadores precoce para pais e profissionais ficarem atentos e começarem a mudança de rotina da criança.

                Vamos ver a seguir os principais sinais de alerta para autismo segundo o Ministério da Saúde e quais primeiros passso devemos tomar ao observá-los.

                Children hold pieces of puzzles in palms as sign of support and solidarity with people with autism
                O autismo não se manifesta somente de uma forma ou igualmente para todas as crianças

                Principais Sinais de Alerta

                Comportamento

                • Dificuldade em manter o contato visual: muitas crianças com autismo evitam o contato visual durante interações sociais. Isso pode ser um sinal de que a criança não está processando as informações sociais da mesma forma que outras.
                • Falta de resposta ao nome: embora crianças típicas geralmente respondam ao serem chamadas pelo nome por volta dos 6 a 12 meses, uma criança com TEA pode não responder ou reagir de forma inconsistente.
                • Pouca ou nenhuma interação social: ao invés de brincar com outras crianças, muitas vezes as crianças autistas não demonstram interesse em interagir com os outros e preferem brincar sozinhas.
                • Movimentos repetitivos: balançar o corpo ou bater as mãos são comuns em crianças com TEA. Esses comportamentos repetitivos podem ocorrer como uma forma de autorregulação ou para expressar emoções.
                • Foco intenso e restrito em certos objetos ou atividades: muitas crianças com autismo demonstram interesse fixo em determinados objetos ou áreas de conhecimento (hiperfoco). Por exemplo, elas podem se concentrar apenas em um tipo de brinquedo ou tema, enquanto ignoram outras atividades.
                • Resistência a mudanças: a preferência por rotinas rígidas e a resistência a mudanças no ambiente ou na sequência de atividades também são sinais típicos do TEA. Crianças com autismo podem ficar extremamente frustradas quando tem a sua rotina alterada.
                • Hipersensibilidade ou insensibilidade sensorial: muitas crianças com TEA apresentam reações extremas a estímulos sensoriais, como luzes, sons, cheiros ou texturas. Elas podem se tornar muito sensíveis a certos sons ou, por outro lado, demonstrar pouca reação a estímulos que seriam desconfortáveis para outras crianças.

                Comunicação

                • Atraso no desenvolvimento da fala: uma criança com autismo pode não começar a balbuciar até mais tarde do que outras crianças ou pode ter um atraso no desenvolvimento da linguagem verbal. Isso pode ser um dos primeiros sinais de que a comunicação está sendo afetada.
                • Dificuldade em iniciar ou manter conversas: crianças com autismo podem ter dificuldades em iniciar qualquer interação verbal ou simplesmente manter uma conversa fluida, mesmo que já possuam algum vocabulário.
                • Entonação ou ritmo incomum na fala: outra característica de crianças com TEA é a fala monótona ou com entonação estranha, o que pode dificultar a compreensão do que estão tentando comunicar.

                Importância da Identificação Precoce

                Identificar os sinais de autismo precocemente, geralmente entre 12 e 18 meses, é crucial. Estudos mostram que as crianças diagnosticadas de maneira precoce tem mais chances de desenvolver habilidades sociais, de comunicação e cognitivas adequadas com a ajuda de intervenções especializadas.

                A estimulação precoce através de terapias comportamentais, fonoaudiológicas e ocupacionais pode fazer uma grande diferença no desenvolvimento da criança e na sua integração social.

                O que fazer ao perceber os sinais?

                Caso você perceba algum desses sinais em seu filho ou em uma criança próxima, a primeira atitude deve ser consultar um pediatra.

                O médico poderá direcionar para uma avaliação especializada, como um neuropediatra, psicólogo ou fonoaudiólogo, que irá realizar uma avaliação detalhada para confirmar ou descartar o diagnóstico de TEA.

                É importante entender que, até os dias atuais, o diagnóstico de autismo é baseado em uma avaliação clínica feita por profissionais qualificados.

                Não é possível afirmar, com base apenas em alguns comportamentos, que uma criança tem autismo, mas é fundamental que a família esteja atenta a qualquer sinal e busque ajuda se necessário.

                World Autism awareness and pride day or month with Puzzle pattern ribbon on white background
                Embora a IA não substitua o trabalho de psicólogos ou médicos, ela pode complementar o processo terapêutico de diversas maneiras.

                Como a Inteligência Artificial pode trabalhar em conjunto com psicólogos no tratamento de pessoas neurodivergentes

                A inteligência artificial (IA) tem se apresentado cada vez mais como uma ferramenta poderosa na personalização do tratamento de pessoas neurodivergentes.

                Embora a IA não substitua o trabalho de psicólogos ou médicos, ela pode complementar o processo terapêutico de diversas maneiras.

                A Braine, por exemplo, desenvolve soluções baseadas em inteligência artificial voltadas para o diagnóstico e tratamento de pessoas neurodivergentes, com o objetivo de oferecer ferramentas que auxiliem profissionais da saúde a compreender melhor o comportamento e as necessidades de seus pacientes.

                A IA pode ajudar na análise de dados comportamentais, identificar padrões e sugerir abordagens terapêuticas personalizadas, sempre sob a supervisão de profissionais capacitados.

                Ao combinar a expertise de psicólogos com a capacidade da IA de processar grandes volumes de dados e realizar análises detalhadas, é possível oferecer intervenções rápidas e eficazes.

                Isso resulta em uma abordagem com mais foco nas necessidades individuais de cada paciente, contribuindo para um tratamento mais moderno e uma melhora na qualidade de vida de crianças e adultos neurodivergentes.

                Você sabia que muitas vezes o diagnóstico dos filhos revela o dos pais?

                Se você nunca ouviu falar disso, ou tem dúvidas que além do seu filho, você também pode ter alguma neurodivergência, confira noss último post no blbog da Braine!

                Preschool development of children with autism spectrum disorder.
                Se você percebe sinais de TEA em seu filho ou em si mesmo, procure sempre a ajuda de um profissional de saúde qualificado para garantir o tratamento e apoio necessários para um desenvolvimento saudável e uma qualidade de vida plena.

                É importante destacar que, embora a inteligência artificial possa ser uma ferramenta valiosa no auxílio à compreensão de sinais e sintomas, ela não substitui a orientação e o diagnóstico profissional.

                A avaliação de um médico especializado em conjunto a IA, é essencial para um diagnóstico preciso e para a personalização do tratamento e acompanhamento adequado que auxiliará no desenvolvimento da criança ou do adulto com suspeita de autismo.

                Se você percebe sinais de TEA em seu filho ou em si mesmo, procure sempre a ajuda de um profissional de saúde qualificado para garantir o tratamento e apoio necessários para um desenvolvimento saudável e uma qualidade de vida plena.

                E o que eu posso fazer agora?

                Identificar o autismo precocemente é uma questão de oferecer as melhores chances para a criança.

                Se você notou algum dos sinais descritos neste guia, não hesite em procurar ajuda profissional e a conhecer a Braine.

                Participe do nosso próximo Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade nos dias 2 a de junho! Lá você poderá conhecer diferentes profissionais que vem trabalhando nos últimos anos com a tecnologia alinhada ao diagnóstico e tratamento de pessoas neuruodivergentes.

                Referências Bibliográficas:

                BRASIL. Ministério da Saúde. Transtorno do Espectro Autista: entenda os sinais. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/agosto/transtorno-do-espectro-autista-entenda-os-sinais. Acesso em: 25 abr. 2025.

                PARANÁ. Secretaria de Estado da Saúde. Transtorno do Espectro Autista (TEA). Curitiba: SESA, [s.d.]. Disponível em: https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Transtorno-do-Espectro-Autista-TEA. Acesso em: 25 abr. 2025.

                ZANON, Regina Basso; BACKES, Bárbara; BOSA, Cleonice Alves. Identificação dos primeiros sintomas do autismo pelos pais. Psicologia: teoria e pesquisa, v. 30, p. 25-33, 2014.

                Braine no Web Summit Rio 2025

                Descubra como a Braine, startup brasileira, está levando o tema da neurodiversidade e inteligência artificial ao Web Summit Rio 2025.

                A tecnologia só faz sentido se ela for construída com e para as pessoas.

                E é exatamente por isso que a Braine estará presente no Web Summit Rio 2025, um dos maiores encontros sobre inovação do mundo.

                Vamos mostrar como a inteligência artificial pode ser usada no tratamento, acompanhamento e inclusão de pessoas neurodivergentes em todas as áreas da sociedade.

                Estamos indo ao Web Summit para fazer conexões, ter conversas e provar que inovação de verdade acontece quando a diversidade está no topo da pirâmide, e não no escanteio dos discursos de marketing.

                Essa é a nossa chance de mostrar que é possível fazer diferente e melhor.

                Quem é a Braine?

                A Braine nasceu com a missão de transformar o modo como o mundo entende, acolhe e cuida de pessoas neuroatípicas.

                Somos uma healthtech brasileira que une tecnologia e empatia para promover o diagnóstico, acompanhamento e cuidado de pessoas neurodivergentes de forma acessível, inclusiva e com base em evidências.

                Mais que uma startup, somos um movimento que acredita que as diferenças cognitivas não são erros de sistema, mas formas legítimas de existir.

                Nossa tecnologia está sendo desenvolvida dentro da maior universidade da América Latina — a Universidade de São Paulo (USP) — com base em pesquisas científicas e com a colaboração entre profissionais de saúde, educação, psicologia e tecnologia.

                Tudo para garantir que cada funcionalidade dos nossos produtos tenha propósito e impacto real.

                A Braine é incubada pela Cietec/IPEN na Universidade de São Paulo

                Acreditamos em um mundo onde cada cérebro é único

                Não estamos aqui para adaptar pessoas a um sistema excludente como o mundo vem fazendo a anos para.

                Nosso objetivo é transformar essas estruturas e apresentar alternativas que incluam pessoas neurodiversas em empresas, escolas e etc.

                Sabemos que hoje, mais do que nunca, precisamos ter como ambição comum a construção de ambientes onde todas as pessoas possam contribuir e prosperar com dignidade.

                Nossas ações

                Um dos nossos marcos até agora é o Aura-T — nossa ferramenta universal de investigação de neurodivergências e de acolhimento emocional.

                O Aura-T tem como uma das capacidades primordiais a redução do tempo de investigação de meses para semanas.

                Além disso – e o que a torna mais inclusiva para as pessoas-, é a redução do custo que originalmente seria mais de 5 mil reais, para poucas dezenas de reais.

                Essa ferramenta não foi criada para substituir profissionais da saúde, mas para abrir o caminho da modernização dos diagnósticos.

                Alguns dos benefícios do Aura-T:

                • Facilitar a escuta
                • Reduzir as barreiras
                • Aproximar o cuidado das pessoas que mais precisam

                Por que nós devemos estar no Web Summit Rio 2025?

                Estar no Web Summit Rio nos possibilitará a visibilizade acima de tudo.

                Um evento que vai unir profissionais do mundo todo que tem sede de conhecer novos projetos de inovação para estimular o crescimento do empreendedorismo em todas as áreas do saber. Significa um prato cheio para nós.

                Essa será a nossa chance de mostrar a cara da Braine!

                A Braine tem trabalhado duro no desenvolvimento de produtos que visam a inovação no auxílio da causa neurodivergente, e o Web Summit é o palco certo para mostrar ao mundo que inclusão e tecnologia podem trabalhar em conjunto e render frutos para toda a sociedade.

                Lá, queremos fazer barulho, conhecer e convencer investidores que se importam com o impacto real, formar parcerias com quem está pensando o futuro da saúde, da educação e do trabalho com responsabilidade social.

                E principalmente, mostrar que o Brasil e a USP também inova — e inova com coragem.

                ADCH concept with human mind and brain
                Levar a Braine ao Web Summit é levar com a gente todas as famílias que lutam por reconhecimento, todas as crianças que precisam ser vistas e todos os profissionais que acreditam que neurodiversidade é um mundo novo a ser revelado.

                O que está em jogo?

                Levar a Braine ao Web Summit Rio 2025 é uma conquista para a causa neurodivergente e uma afirmação pública de que a neurodivergência precisa estar na pauta central do futuro da tecnologia. 

                É uma chance de mostrar que o Brasil está na linha de frente de uma revolução que coloca a pessoa no centro — não como usuária, mas como cocriadora.

                Estamos falando de dar palco para quem historicamente foi deixado no backstage. De dar voz a quem foi silenciado, e dar ferramentas a quem nunca teve acesso. 

                Nosso compromisso é com a equidade, não estamos apenas construindo um produto, mas cultivando uma cultura de inclusão ativa mundial.

                Por que a neurodivergência importa?

                Segundo a Deloitte Insights, estima-se que pelo menos 10% a 20% da população global se identifica como neurodivergente — incluindo pessoas autistas, com TDAH, dislexia, discalculia, e outras formas de funcionamento neurológico.

                 No entanto, a maioria ainda enfrenta exclusão escolar, precariedade no diagnóstico, falta de acesso ao cuidado e marginalização no mercado de trabalho.

                Ignorar essas pessoas é uma injustiça e um retrato da ignorância. É jogar fora talentos, criatividade e pontos de vista que o mundo precisa desesperadamente. 

                A inovação que o século 21 demanda não virá da conformidade, mas da divergência. Não virá da homogeneidade, mas da pluralidade.

                O que queremos construir?

                Queremos um ecossistema onde a tecnologia sirva para reduzir desigualdades, onde as ferramentas digitais funcionem como pontes.

                E isso só é possível quando se escuta de verdade quem vive na pele as barreiras que precisam ser superadas.

                A presença da Braine no Web Summit Rio não será apenas institucional.

                Será política.

                Será estratégica.

                Será afetiva.

                Vamos levantar bandeiras, abrir portas e convidar quem estiver disposto a fazer diferente com a gente.

                E o que vem depois?

                Depois do Web Summit, nossa missão continua com mais força, mais visibilidade e mais aliados.

                Vamos aplicar tudo o que aprendermos, transformar cada conexão em projeto, cada conversa em atitudes e cada parceria em avanço concreto para as pessoas neurodivergentes.

                Vamos continuar desenvolvendo o Aura-T e outros projetos, aprimorando nossas soluções de triagem e acompanhamento, testando novas abordagens de cuidado digital, formando redes de profissionais e fortalecendo famílias que batalham diariamente por dignidade e acesso.

                Como você pode ajudar?

                A gente acredita que ninguém faz revolução sozinho e esse é o nosso convite: construir juntos um futuro mais justo, diverso e inteligente.

                Participar do Web Summit Rio 2025 é um passo enorme para a Braine — e é por isso que criamos uma campanha de financiamento coletivo na Benfeitoria. Lá, você encontra todas as formas possíveis de contribuir.

                • A partir de R$10, você já nos ajuda a construir um caminho mais inclusivo.
                • Compartilhar também é uma forma de apoiar: envie a campanha para seus grupos de amigos, colegas de trabalho, comunidades e redes sociais.

                Quanto mais gente engajada, mais longe a gente chega! Acesse a campanha completa e saiba tudo sobre como contribuir:Benfeitoria – Leve a Braine ao Web Summit Rio 2025 – Inovação pela Neurodiversidade

                Quais são os benefícios de nos apoiar?

                Ao nos apoiar, você:

                • Fortalece o ecossistema de inovação no Brasil
                • Garante visibilidade para soluções voltadas ao cuidado de pessoas neurodivergentes
                • Ajuda a transformar a maneira como a tecnologia olha para a saúde mental e o diagnóstico

                Não se trata apenas da Braine. Trata-se de abrir caminho para outras ideias, outras histórias, outras realidades.

                Vamos juntos?

                Participar do Web Summit Rio é só mais um passo na nossa jornada. É ali que vamos fazer amigos, construir conexões e fazer parcerias que podem nos colocar no topo, atrair investimentos e fortalecer nossa missão de mudar vidas.

                Acreditamos que o futuro da tecnologia é inclusivo. E com você, ele começa agora.

                Apoie a Braine nessa jornada. Transforme com a gente.

                Como os animais podem ajudar no cuidado de pessoas neurodivergentes?

                Ter um animalzinho de estimação por si só já é capaz de transformar toda a nossa vida e rotina — e quando falamos sobre pessoas neurodivergentes essa conexão vai além.

                Estudos clínicos mostram que os animais ajudam na regulação emocional e fortalecem a autonomia de pessoas neuroatípicas.

                Além do amor sem precedentes, um animal de assistência é capaz de auxiliar na melhora da qualidade de vida de inúmeras pessoas.

                O apoio emocional que acalma e acolhe pessoas neurodivergentes

                Para pessoas com autismo, TDAH e outras condições do neurodesenvolvimento, o mundo pode ser excessivamente barulhento e hostil.

                A presença de um animal de assistência pode servir como uma âncora sensorial e emocional.

                Interações simples — como um cachorro deitado ao lado, o som rítmico de um gato ronronando, ou o toque do pelo durante uma crise de sobrecarga sensorial — são capazes de reduzir o cortisol (hormônio do estresse) e aumentar a produção de ocitocina, o hormônio associado ao bem-estar e à confiança.

                Isso não é intuição — é ciência.

                Estudos como este publicado na Frontiers in Psychology confirmam os benefícios da interação entre pessoas neurodivergentes e animais.

                Woman with White Horse in Stables
                Atualmente a equoterapia como forma de tratamento de pessoas neurodivergentes tem tomado cada vez mais espaço

                Cães de serviço e suporte emocional

                Animais de suporte emocional e cães de serviço são treinados especificamente para acompanhar pessoas neurodivergentes.

                Eles ajudam na prevenção de crises em locais públicos, dão suporte físico e emocional, contribuem com rotinas estruturadas e, principalmente, proporcionam um senso de segurança constante.

                Em crianças, especialmente, o vínculo com o animal pode ser o primeiro canal real de comunicação com o mundo exterior.

                Se comunicar com o animal para se comunicar com o mundo

                Uma das maiores dificuldades relatadas por pessoas neurodivergentes é a sensação de não ser compreendido. Com os animais, essa barreira cai. Eles não cobram respostas verbais, não julgam, não exigem performance.

                Esse espaço de aceitação total é terapêutico e para muitas crianças isso representa a primeira possibilidade real de experimentar afeto sem condicionamentos.

                A comunicação não-verbal, que muitas vezes é o ponto forte de pessoas neurodivergentes, é respeitada e valorizada nesses vínculos.

                Woman with Dog by Lake
                O vínculo com o animal pode ser o primeiro canal real de comunicação com o mundo exterior

                Autonomia e rotina

                Para as crianças, ter um animal de estimação pode ser o ponto de partida para desenvolver habilidades de organização e responsabilidade.
                A autonomia dada por essas responsabilidades auxilia no desenvolvimento de habilidades que acompanham as necessidades do animal:

                • Cuidados com higiene
                • Necessidade de atenção
                • Saúde e alimentação
                • Adestramento
                • Olhar atento às mudanças comportamentais

                Para pessoas com TDAH, por exemplo, a repetição e o vínculo afetivo com o animal ajudam a estabelecer rotinas — algo que em muitos casos é difícil de manter com base apenas em obrigações sociais.

                Terapias assistidas por animais: o que diz a prática clínica?

                Técnicas como a equoterapia (com cavalos) e a zooterapia (com cães e outros animais) vêm ganhando cada vez mais espaço em instituições de saúde e educação.

                No Hospital Albert Einstein, por exemplo, a Terapia Assistida por Animais (TAA) já é parte dos protocolos complementares de cuidado.

                A convivência com animais durante a infância é capaz de transformar a rotina de uma criança

                A relação entre humanos e animais nunca foi só sobre companhia

                Você ja deve ter ouvido a expressão “o cachorro é o melhor amigo do homem”, certo?

                Hoje os animais de estimação já são considerados parte da família por muitas pessoas, e isso não é por acaso. Os laços criados entre humanos e animais são verdadeiros, é amor como qualquer outro tipo de amor!

                Se esse carinho é capaz de curar tantas dores internas, por que não utilizar desse companheiro como parceiro de tratamento de pessoas neuroatípicas?

                Em um mundo que ainda mede a funcionalidade humana por métricas produtivas, os animais ensinam — e sem dizer uma palavra — que resultados também são construídos com o acolhimento e a presença.

                Vamos aprofundar essa conversa?

                Leia mais curiosidades sobre neurodiversidade e a influência da inteligência artificial nos estudos hoje em dia no blog da Braine.

                Participe do próximo Encontro sobre Diversidade e Inclusão nos dias 2 a 6 de junho, vamos falar também sobre o papel da tecnologia e das práticas integrativas no cuidado de pessoas neurodivergentes.

                Mês do Autismo: Inteligência Artificial e Inclusão

                No mês da conscientização do autismo vemos vários posts com fitas coloridas e frases prontas sobre inclusão.

                Contudo, há uma pergunta que poucos se fazem: será que eu realmente entendo o que é autismo?

                Criança

                O que é autismo para além das definições

                Quando você pesquisa sobre autismo no Google um dos primeiros resultados que a inteligência artificial gera é:

                “O autismo, atualmente chamado de Transtorno do Espectro Autista (TEA), é um distúrbio do neurodesenvolvimento que se caracteriza por dificuldades na comunicação e interação social.”

                Porém, o autismo e outras neurodivergências, vão muito além do significado exposto no diagnóstico, ele faz parte do dia a dia da pessoa neurodivergente e está em todas as suas ações.

                O autismo que ninguém vê: mulheres, adultos e os casos invisibilizados

                Por conta da construção social dos papeis de gêneros impostos desde a infância, as mulheres autistas tendem a desenvolver desde cedo estratégias de camuflagem social, adaptando sua fala, comportamento e expressões para se encaixar em um padrão esperado.

                Por isso, os sinais importantes para diagnósticos tardios acaba sendo mascarado e confundido com sintomas de depressão, ansiedade e transtornos de personalidade.

                Leia mais sobre o aumento dos diagnósticos de autismo em mulheres, apesar dos desafios, no site do Dráuzio Varella.

                Com os avanços na discussão sobre neurodiversidade os diagnósticos em mulheres tem aumentado e o estudo tem sido aperfeiçoado.

                Porém, devido ao preconceito e a falta de preparo de alguns profissionais de saúde, mulheres e adultos no geral ainda sofrem muito para conseguir um diagnóstico correto.

                Em adultos, a busca por respostas costuma vir depois de anos de sofrimento emocional, relacionamentos difíceis e a constante sensação de estar fora da curva.

                A verdade é que a neurodivergência não tem uma apresentação única — e quando ignoramos essa diversidade, deixamos muitas pessoas sem apoio.

                Reconhecer os sinais menos óbvios é o primeiro passo para garantir a dignidade dessas pessoas.

                Depressed women in bed. Top view of young sad women lying on the bed and hiding her face in hands
                mulher

                Diagnóstico precoce: o que mudou com a tecnologia

                Plataformas como a Braine estão revolucionando a forma como a neurodivergência é identificada, criando um espaço mais acessível e menos traumatizantes para crianças, adolescentes e adultos – Saiba mais sobre o diagnóstico em jovens em: Quando o adolescente descobre que é neurodivergente – Braine Digital

                Com apoio de dados, algoritmos éticos e redes interdisciplinares, o diagnóstico precoce deixou de depender só da intuição de um ou dois profissionais. Estamos saindo da lógica da exclusão e caminhando para o acolhimento digital — onde a tecnologia funciona como ponte e não como barreira. E quando a escuta é feita com código e sensibilidade, o resultado é potente.

                Conscientizar é incluir: o papel de empresas, escolas e da sociedade

                Abril é o mês da conscientização do autismo.

                Mas de que adianta vestir azul se a empresa não contrata neurodivergentes?

                Se a escola corrige e pune comportamentos que fogem do padrão?

                Conscientizar é mais do que informaré agir.

                É garantir acessibilidade em ambientes corporativos, adaptar avaliações escolares, ouvir quem vive a experiência de ser autista.

                Não existe inclusão simbólica.

                Ou ela é concreta, ou é maquiagem. E o primeiro passo para qualquer transformação real é parar de falar sobre pessoas autistas e começar a construir com elas.

                Saiba mais sobre como tornar o ambiente de trabalho mais acessível em: Neurodiversidade e Mercado de Trabalho: Desafios da Inclusão – Braine Digital

                Neurociência e neurodivergência em foco

                Entender o cérebro é entender o comportamento

                A ciência que abre crânios para salvar vidas é a mesma que hoje abre caminhos para melhorar o dia a dia de pessoas neurodivergentes. Nesse novo capítulo da neurociência, o protagonismo não é só do bisturi — é também dos dados, da inteligência artificial e da coragem de desafiar tudo o que já foi definitivo sobre o que é ou não “normal” na sociedade.

                O papel da neurociência no diagnóstico e na quebra de estigmas

                Durante muito tempo as crianças neurodivergentes que não se encaixavam dentro da caixinha do padrão escolar eram lidas como “distraídas demais” e rebeldes, esses jovens se tornaram adultos que viveram décadas achando que havia algo de errado com eles. Essa realidade começou a se tornar um pouco diferente quando os olhares se voltaram para neurociência e os profissionais decidiram investigar mais a fundo o que estava por trás desses comportamentos.

                Hoje sabemos que o que antes era visto como preguiça pode ser sobrecarga sensorial, que o silêncio pode ser uma forma de processamento, que a agitação pode ser uma tentativa de autorregulação. Com a pesquisa, os diagnósticos se tornaram mais precisos, as ferramentas mais acessíveis, e isso se deve, em grande parte, à revolução da tecnologia.

                Inteligência artificial: aliada na identificação da neurodivergência

                A inteligência artificial não está apenas transformando a forma como nos comunicamos e consumimos conteúdo, ela também está revolucionando a medicina — e a neurociência é uma das áreas mais impactadas por essa inovação.

                Soluções desenvolvidas por marcas como a Braine mostram como algoritmos treinados para reconhecer padrões neurológicos podem ajudar no diagnóstico precoce de condições como o autismo, TDAH ou dislexia. O que antes levava anos para ser detectado, agora pode ser identificado com mais agilidade, junto do apoio tecnológico, escuta atenta e conhecimento clínico. A IA não vem substituir o olhar humano, mas potencializá-lo — oferecendo precisão, agilidade e suporte aos profissionais da saúde.

                O novo papel dos neurocirurgiões na era da neurodiversidade

                Com a ampliação do conhecimento sobre a neurodivergência, o papel do neurocirurgião também se expandiu. Já não se trata apenas de operar cérebros, mas de compreendê-los em toda a sua diversidade. Muitos desses profissionais têm sido peças-chave na construção de diagnósticos integrados, colaborando com psiquiatras, psicólogos, neurologistas e cientistas da computação.

                Neste Dia do Neurocirurgião, entedemos que o reconhecimento vai além da técnica. É hora de valorizar esses profissionais também como aliados na desmistificação da neurodivergência, uma vez que, eles estão ajudando a provar que a neurodivergência não se trata de um erro a ser consertado, mas de uma forma legítima — e potente — de existir.


                Como agir a partir disso?

                Se entender mais sobre o funcionamento do cérebro é o caminho para uma sociedade mais empática e justa, então buscar conhecimento nunca foi tão necessário.

                Se você quer compreender mais sobre como a inteligência artificial está contribuindo com o avanço da neurociência e o diagnóstico de pessoas neurodivergentes, participe do Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade, que acontece entre os dias 2 e 6 de junho.

                Lá você vai descobrir como a tecnologia pode ser uma ponte — não para “consertar” ninguém, mas para iluminar caminhos que antes pareciam invisíveis. Porque o futuro é de quem pensa diferente — e já começou.