Descubra como o neurodesign pode transformar a experiência neurodiversa digital de pessoas com TDAH e TEA, criando interfaces mais acessíveis e inclusivas.
O design de sites, ferramentas, blogs e apps é muito influente na experiência do usuário. Parapessoas neurodivergentes, ele pode ser um trampolim ou uma barreira. Neste artigo, exploramos como o neurodesign transforma a experiência do usuário neurodivergente no âmbito digital, e como isso pode melhorar a rotina de quem vive com TDAH e TEA.

O que é neurodesign e a experiência neurodiversa?
Se você acha que neurodesign é só um nome bonito, repense.
Neurodesign é o cruzamento entre design de interface e neurociência cognitiva.
É entender como o cérebro humano — e aqui, especialmente o cérebro neurodivergente — reage a estímulos visuais, padrões e estruturas digitais.
Não se trata de deixar a interface “bonitinha”, mas funcional e inclusiva com o funcionamento de diferentes mentes.
A lógica é simples: se o cérebro percebe, organiza e reage de maneiras distintas, por que insistimos em interfaces que só funcionam para um tipo de usuário?
É aqui que o neurodesign entra em cena como estratégia de modernização de interfaces para um mundo digital mais inclusivo.
Por que isso importa para pessoas com TDAH E TEA?
TDAH
Pessoas com TDAH não estão com “preguiça” ou “desatentas”, elas lidam com um cérebro que filtra estímulos de forma diferente.
Um botão piscando, uma notificação entrando, um som diferente, uma cor berrante… tudo isso pode competir com a tarefa principal.
No mundo digital, onde o excesso reina, isso vira um campo minado para a atenção de qualquer um.
Um estudo publicado pela Universidade Estadual da Paraíba em 2023, mostrou que a sobrecarga cognitiva — excesso de elementos visuais, fluxos de navegação confusos e estímulos constantes — interfere negativamente na interação de pessoas com TDAH com softwares educacionais e plataformas digitais .
TEA
Já para quem está no espectro autista, previsibilidade e clareza são condições básicas para o uso confortável de uma interface.
Mudanças súbitas no layout, botões que mudam de lugar, animações aleatórias ou fluxos de navegação ambíguos podem gerar estresse, confusão e até abandono da plataforma.
O que não é bom para o usuário e muito menos para a marca
Os efeitos práticos de um design mal feito
Vamos ser diretos: uma interface que ignora a diversidade cognitiva é excludente e ineficiente.
Veja alguns exemplos:
- Um formulário com 12 campos obrigatórios, tudo em caixa alta, cores fortes e zero feedback. Resultado? Ansiedade e abandono.
- Um app de educação com sons automáticos, animações caóticas e menus escondidos. Resultado? Sobrecarga sensorial e frustração.
- Um site que “reinventa” a navegação com ícones sem legenda, ausência de contraste e um fluxo ilógico. Resultado? Navegação ineficaz
Princípios de neurodesign aplicados ao TDAH e TEA
1. Clareza e hierarquia visual
Um layout limpo, com textos bem espaçados e claros, botões e um fluxo de leitura previsível ajuda o cérebro da pessoa neurodivergente a se organizar.
Use hierarquias visuais com títulos em destaque, subtítulos, bullets points e divisões bem marcadas. Isso favorece tanto pessoas que tem TEA como também pessoas que apresentam outras variações neurológicas.
2. Redução de estímulos desnecessários
Evite pop-ups inesperados, gifs em loop, banners piscando.
Tudo isso ativa o sistema de alerta de quem tem sensibilidade sensorial e prejudica o foco de quem tem TDAH.
3. Personalização de interface
Permitir que o usuário ajuste tamanho de fonte, contraste, ordem de exibição e som pode transformar a experiência.
Um bom exemplo é o recurso de “modo leitura” ou “modo foco”, que desliga notificações e simplifica a tela.
4. Feedback imediato e previsível
Cada ação deve gerar uma resposta clara. Se a pessoa clicou, ela precisa ver que algo aconteceu e entender o que foi. Isso reduz a ansiedade, o tempo de resposta e o número de erros.
5. Tempo e ritmo
Não presuma que todo mundo navega com a mesma velocidade.
Dê tempo.
Evite timers automáticos em quizzes, formulários ou atividades de plataformas educacionais. Para quem precisa de tempo para processar estímulos, esse respeito é ouro.
Exemplos práticos de onde o neurodesign já está mudando o cenário atual do design inclusivo
- Google Material Design: referência global em acessibilidade visual, com diretrizes de contraste, animação suave e consistência de componentes.
- Plataformas como Notion e Obsidian: permitem personalização completa da interface, ideal para usuários neurodivergentes organizarem a informação de forma não linear.
O papel da Braine nessa transformação
Na Braine, acreditamos que tecnologia sem empatia é ruído.
Por isso, desenvolvemos soluções com base em IA que utilizam de um design orientado à neurodiversidade.
Isso significa que todas as interfaces e o modo de escrita dos nossos produtos, site e blog são pensados para respeitar e acolher as diferentes formas de interação que pessoas neurodivergetens podem necessitar em diferentes mídias digitais.
Nós estamos sempre trabalhando em possíveis adaptações que podem ser feitas para evoluir o bem estar procurado por essas pessoas.
Os produtos que estamos desenvolvendo como o Aura-T e o Bruna tem interfaces que visão oferecer:
- Um ambiente cognitivamente estável e personalizável conforme necessidades
- Navegação intuitiva com apoio visual e textual adequado
- Ritmo de interação ajustável para todos
- Feedback adaptável para todos os tipos de demanda e necessidades
E não paramos por aí!
Estamos em constante pesquisa e busca por parceria com especialistas, psicólogos e usuários neurodivergentes para co-construir experiências digitais mais humanas e eficazes juntos!
Como a inteligência artificial pode ajudar nesse processo de inclusão digital?
A IA e os psicólogos podem trabalhar juntos com a ferramenta adequada
Uma coisa é certa e eu sempre gosto de repetir para que fique claro de uma vez por todas: a inteligência artificial não está aqui para substituir ninguém — muito menos profissionais da área de saúde!
A inteligência artificial está aqui para ser uma aliada nesse processo de ampliação da escuta clínica.
Ela é uma ferramenta que vai ajudar psicológos e psiquiatras a refinar os métodos de intervenção e os diagnósticos de adultos e clianças. Assim como, a adaptação das interfaces dessas ferramentas e sites para os profissionais de outras áreas que desejarem implementar um modo de navegação mais inclusiva para todos os clientes.
A inteligência artificial chegou para mudar o mundo e as nossas vidas. Ela pode facilitar caminhos que sempre foram muito obscuros para pessoas neurodivergentes.
A Braine utiliza IA com o objetivo de tornar os diagnósticos mais acessíveis e para a modernização do tratamento de pessoas neurodivergentes. Como por exemplo o já citado Aura-T que tem como uma das capacidades primordiais a redução do tempo de investigação de meses para semanas. Diminuindo os gastos – que originalmente seria de mais de 5 mil reais – para poucas dezenas de reais.
Com supervisão ética e responsabilidade, a IA atua como uma ponte que vai aproximar as pessoas dos profissionais de todas as áreas.
Ela será a responsável pela criação do principal elo para tornar o mundo – físico e digital- em um lugar mais acessível para todos os olhos e mentes.
Menos glamour, mais impacto
Até aqui já ficou óbvio para todos – e espero que para os diretores de grandes marcas que prestam serviços ao público – que nós NÃO precisamos SÓ de sites bonitos que chamam a atenção, mas precisamos também de interfaces que funcionem e se adaptem para todas as pessoas.
Para isso, e acima de tudo, precisamos entender como diferentes mentes operam.
Neurodesign não é tendência, é compromisso com a diversidade cognitiva. É compromisso com crianças e adultos neurodivergentes que lutam todos os dias por um mundo mais inclusivo.
Como eu posso mudar minha atitude?
Quer ver na prática como o neurodesign pode transformar a experiência de quem vive com TDAH e TEA?
Conheça a Braine.
Somos uma startup de tecnologia e saúde mental que desenvolve soluções com inteligência artificial voltadas para a neurodiversidade.
Entre nossos projetos em desenvolvimento, estão o Aura-T, um sistema de triagem inteligente para apoiar diagnósticos de diferentes neurodivergências em todas as idades, e o Bruna uma IA que vai auxiliar no gerenciamento e prevenção de crises com uma linguagem simplificada voltada ao acolhimento de pessoas neurodivergentes.
A gente acredita que IA de verdade precisa ouvir e respeitar as diferenças.
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