Dia do Trabalho: Políticas de Trabalho Assíncrono

Neste Dia do Trabalho, aprenda como políticas de trabalho assíncrono podem beneficiar profissionais neurotípicos e atípicos, promovendo a melhora na produtividade, qualidade do trabalho, bem-estar e inclusão de diferentes perfis de profissionais.

Conflitos no trabalho são inevitáveis, mas com as estratégias certas e adaptações adequadas de rotinas síncronas e assíncronas, é possível transformas os problemas em oportunidades de crescimento e inovação.​

Guy working or studying in coworking office space
o trabalho assíncrono propõe uma nova lógica: produzir em seu próprio ritmo, com autonomia para entregar resultados dentro de prazos previamente combinados.

Desafios que pessoas neurodivergentes ainda encontram no mercado do trabalho

Hoje mais do que celebrar as conquistas dos trabalhadores de todo o país, precisamos encarar um problema urgente que trava a vida de muitas pessoas: o mercado de trabalho ainda é excludente para uma grande parcela da população.

Pessoas neurodivergentes, como aquelas com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), TEA (Transtorno do Espectro Autista) ou dislexia, seguem sendo marginalizadas por processos seletivos que privilegiam um padrão ultrapassado de pensar e produzir.

Confira o post do blog da Braine sobre: Neurodiversidade e Mercado de Trabalho: Desafios da Inclusão – Blog da Braine

Ainda é comum encontrar entrevistas baseadas na pressão, no improviso, em respostas corretas e comportamentos esperados.

As perguntas abertas, a exposição a ruídos e interrupções, o julgamento interpessoal e a avaliação de performance em dinâmicas de grupo colocam em desvantagem quem processa o mundo de forma diferente.

Não é que falte competência, é que o modelo de seleção foi moldado para excluir quem não se encaixa em uma caixinha.

Como o trabalho assíncrono pode melhorar a produtividade?

Diferente das jornadas fixas de 8 horas diárias, geralmente começando no período da manhã e finalizando no início da noite, recheadas de reuniões que poderiam ser e-mails e barulhos excessivos do ambiente, o trabalho assíncrono propõe uma nova lógica: produzir em seu próprio ritmo, com autonomia para entregar resultados dentro de prazos previamente combinados.

A interação entre diretores e colaboradores não precisa acontecer ao mesmo tempo e o tempo todo.

E como isso pode melhorar de fato a produtividade?

O trabalho assíncrono para alguns perfis profissionais pode melhorar a produtividade em 100%.

Uma vez que, para quem lida com sobrecarga sensorial, distrações frequentes, picos de hiperfoco ou dificuldades de regulação emocional, essa é uma porta aberta para contribuir com excelência, sem adoecer no processo.

Por isso é importante que o gestor saiba o perfil profissional de cada colaborador, para assim poder adaptar as rotinas de trabalho para que façam sentido para cada um.

E você pode apostar comigo: quando um(a) gestor(a) compreende seus colaboradores e como eles trabalham da maneira mais confortável, ele(a) vê o seu negócio disparar.

Por que o modelo tradicional não serve para todos?

O modelo linear e padronizado de trabalho foi desenhado para uma ideia de “funcionário ideal” que quase desumaniza esse trabalhador e não contempla a diversidade neurológica de quem não segue o padrão.

Ele parte da premissa de que todas as pessoas conseguem manter o mesmo nível de energia, atenção e interação durante oito horas seguidas em um mesmo local.

Ignorando totalmente os diferentes funcionamentos cognitivos, emocionais e sensoriais que existem.

Você nunca parou para pensar sobre isso?

Então agora é a hora.

Entenda: para pessoas com TDAH, por exemplo, é comum ter picos de produtividade intercalados com momentos de distração intensa dependendo do ambiente em que ela está.

Para autistas, ambientes barulhentos e abertos, luzes fluorescentes e pressão por interações sociais podem ser altamente desreguladores de suas emoções, o que atinge de forma significativa a produção deles.

Você sempre foi obrigado a trabalhar em um modelo repressivo de trabalho, e por isso você acredita que esse é o modelo correto para atingir metas. Mas isso é uma visão ultrapassada que já mostrou não dar frutos que não sejam as custas da saúde física e mental de seus colaboradores.

E em um mundo em constante evolução para ser mais empático, não é isso que queremos dentro do mercado de trabalho.

Quando não há espaço para pausa ou adaptação, a alternativa vira o adoecimento ou a exclusão.

Three multicultural coworkers in casualwear using mobile gadgets
Um modelo não precisa excluir o outro, eles precisam existir em comum acordo para atender a todos aqueles que precisam

Benefícios do trabalho assíncrono para profissionais neuroatípicos – e típicos também

1. Menos sobrecarga sensorial

Trabalhar em casa, em um ambiente controlado, com fones de ouvido, luz natural e pausas programadas não é luxo. É o que permite que muitas pessoas neurodivergentes consigam manter seu rendimento e atingir além das metas.

2. Autonomia para explorar seus próprios momentos de foco

O trabalho assíncrono permite que cada pessoa organize sua rotina de acordo com seus momentos mais produtivos.

Quem tem TDAH muitas vezes entra em estados de hiperfoco em horários não convencionais e o modelo tradicional, que exige produtividade estável durante todo o expediente acaba desperdiçando esse potencial.

3. Redução de interações exaustivas

Não sejamos hipócritas: muitas vezes as interações sociais no trabalho são baseadas em normas não ditas e performances que buscam uma socialização forçadas.

Para pessoas com TEA, esse tipo de interação pode ser extremamente desgastante. Dessa forma, o trabalho assíncrono permite mais comunicação escrita e objetiva, aliviando o peso das interações presenciais ou por vídeo.

4. Mais tempo para processar informações

Nem todo mundo tem a mesma velocidade de raciocínio e responde de forma rápida em uma reunião ao vivo. Pessoas neurodivergentes podem precisar de mais tempo para organizar o raciocínio, entender demandas e formular respostas.

A comunicação assíncrona respeita esse tempo.

Por que ainda não adotamos amplamente esse modelo?

Principalmente porque exige uma mudança de cultura e pensamento de gestores do mundo todo.

A necessidade pelo controle de cada passo dos colaboradores, a cobrança por tempo em frente ao computador, a valorização de quem participa ativamente em reuniões e eventos presenciais são traços profundamente enraizados em gestões baseadas em métricas antigas e repressivas.

Mas se quisermos ambientes mais inovadores, diversos e saudáveis, precisamos aprender a atualizar diferentes sistemas dentro de um mesmo.

Trabalho assíncrono não é falta de compromisso

Existe um mito de que, se não houver pressão constante e vigilância, o trabalho não acontece. Mas produtividade e entrega não são uma questão de tempo online, mas de clareza de objetivos e de ambiente favorável.

O trabalho presencial e síncrono não precisa acabar, isso não seria agradável e útil para ninguém – até porque seria uma outra forma de excluir pessoas que lidam melhor com a rotina dessa maneira.

Um modelo não precisa excluir o outro, eles precisam existir em comum acordo para atender a todos aqueles que precisam. Dessa forma o mercado de trabalho caminhará para tornar-se inclusivo para todos os diferentes perfis neurológicos.

Como implementar o trabalho assíncrono de forma eficaz

1. Estabeleça objetivos claros

Nada funciona se não houver alinhamento de expectativas. Estabelecer metas bem definidas é essencial.

2. Use ferramentas colaborativas

Plataformas como Notion, Trello, Slack (em modo assíncrono), Loom e Google Docs permitem que as pessoas colaborem mesmo em tempos diferentes.

3. Crie espaços de interação não obrigatória

O trabalho remoto pode ser solitário. Ter momentos opcionais de troca, como cafés virtuais ou grupos de afinidade, ajuda a manter o senso de pertencimento sem impor uma socialização forçada.

4. Documente tudo

Para que o trabalho assíncrono funcione, é importante documentar decisões, conversas e processos. Isso evita ruídos e garante que ninguém fique perdido.

5. Promova formação sobre neurodiversidade

Não adianta flexibilizar a jornada se a cultura da empresa ainda discrimina quem pensa diferente. Falar sobre neurodivergência, capacitismo e acessibilidade é essencial para um ambiente inclusivo de verdade.

Successful coworkers celebrating news in conference room
Transformar seu ambiente de trabalho em um espaço mais acessível para todos é o primeiro passo para alavancar seu negócio.

A Braine e o futuro do trabalho inclusivo

Na Braine, acreditamos que o futuro do trabalho passa por inteligência emocional, inclusão real e uso de tecnologias de forma responsável.

E por isso possibilitamos que o trabalho assíncrono seja feito pelos colaboradores que se sentirem a vontade com o modo. Pessoas neurodivergentes precisam estar dentro de diferentes frentes de trabalho e é necessário preciso criar espaços onde elas possam prosperar como todos os outros colaboradores.

Quer ser um líder que inova?

Transformar seu ambiente de trabalho em um espaço mais acessível para todos é o primeiro passo para alavancar seu negócio.

Neste dia do trabalho, escolha um futuro onde todos tenham espaço para contribuir em seu próprio ritmo.

Acesse o site da Braine, conheça nossos projetos e descubra como nossos produtos estão sendo desenvolvidos com o objetivo de auxiliar no diagnóstico e tratamento de pessoas neurodivergentes por todo o mundo.

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5 Dicas Para Mediar Conflitos Cognitivos no Trabalho

Descubra como mediar conflitos cognitivos no ambiente de trabalho com estratégias e práticas que contribuem para uma melhora nas relações e na produtividade dos colaboradores da sua empresa.

Logo de cara preciso deixar uma coisa clara: conflitos no trabalho são inevitáveis.

Mas as vezes eles surgem pelo desentendimento de mentes que trabalham de forma diferentes uma das outras. Com as estratégias certas, é possível transformar os desentendimentos em oportunidades de crescimento e inovação.​

Leader Planning With Coworkers At Coworking Workplace
Se você lidera e não está confortável com a ideia de gerir conflitos cognitivos
— talvez seja hora de se capacitar. Ou de dar espaço para quem esteja.

Pensar diferente não é um problema – é a solução

Num mundo ideal de conto de fadas, todo mundo se entenderia no trabalho só com um bom café e um papo na copa.

Mas no mundo real as divergências entre colaboradores de uma empresa são mais comuns do que nós imaginamos. Isso porque muitas vezes essas pessoas escolhem não falar sobre isso por medo do conflito maior que pode ser gerado e envolver mais pessoas do convívio.

Porém esses conflitos podem nos ensinam sobre os diferentes modos de realizar uma mesma tarefa, e esse conflito existe justamente pelos diferentes modos de pensar que as pessoas podem ter. Então quando esse conflito se trata de uma divergência cognitiva entre os colaboradores, os gestores devem ser avisados para que uma transformação possa ser feita.

Ninguém precisa mudar. O ambiente precisa se adaptar para que o respeito seja a base daquele local para que todos se sintam a vontade para argumentar e apresentar ideia, sem ferir os direitos uns dos outros.

Conflitos cognitivos não surgem de brigas pessoais ou vaidades infladas, mas de formas distintas de ver o mundo. E sim, isso pode gerar atrito, mas também pode ser o combustível para inovar nos espaços de trabalho e criar soluções para os problemas que nascem dentro do ambiente de trabalho

A diferença está em como o gestor media esses atritos.

O que são conflitos cognitivos (e por que você não deveria evitá-los)

Conflitos cognitivos nada mais é do que os embates de ideias, percepções ou maneiras de resolver problemas que nascem em ambientes que uma vasta diversidade de pessoas habitam e trabalham juntas.

Ou seja, são inevitáveis pois se trata do mundo todo!

Eles nascem da diversidade de pensamento — uma qualidade fundamental em equipes que querem fazer diferente e melhor.

Diferente do conflito relacional, que envolve choques de personalidade, o cognitivo é sobre “modo de pensar”.

A chave não está em eliminar esses conflitos, mas em saber mediá-los com inteligência, sensibilidade e empatia.

E vamos combinar: ignorar ou suprimir essas tensões é receita para o caos. Ao contrário do que muitos gestores acreditam, evitar conflito não é sinal de harmonia — é sinal de silenciamento.

A criatividade morre onde não há fricção.

O que está por trás dos conflitos cognitivos?

Conflitos desse tipo surgem quando duas ou mais pessoas tentam resolver o mesmo problema com rotas mentais muito diferentes.

Vamos ao seguinte caso: imagine uma equipe multidisciplinar com designers, engenheiros, redatores e etc. Dentre essas pessoas, algumas são neurodivergentes, como alguém com TDAH ou autismo de suporte 1.

Enquanto uns enxergam o projeto como um quebra-cabeça linear, outros encaram como um organismo vivo e mutável.

Se ninguém estiver preparado para lidar com essa colisão de mundos mentais, o ruído irá virar um conflito.

Essas diferenças também podem ser influenciadas por:

  • Experiências de vida diversas – idades diferentes
  • Perfis neurodivergentes não compreendidos ou não diagnosticados
  • Falta de espaços seguros para comunicar desconfortos
  • Lideranças que confundem conformidade com alinhamento

Resultado? Comunicação truncada, produtividade comprometida e um clima organizacional que mais parece uma panela de pressão.

Five Women Coworking Top View
A rebeldia consciente precisa ser praticada e alimentada pelos gestores que querem ver suas empresas crescendo cada vez mais

5 estratégias para mediar conflitos de trabalho de forma inteligente

1. Escute de verdade (sem já pensar em responder)

A tão famosa escuta ativa que lemos tanto no Linkedin nos últimos meses se trata mais do que somente ouvir — é se dispor a entender verdadeiramente.

Isso significa prestar atenção ao que está sendo dito e ao que não está, fazendo perguntas e acolhendo o que vem do outro sem interromper ou julgar.

Essa postura reduz as resistências e cria um ambiente onde as pessoas se sentem seguras para expressar o que realmente pensam.

É aí que o conflito começa a se dissolver, porque as pessoas finalmente se sentem vistas.

2. Use a comunicação assertiva como ferramenta de cultura

Se o conflito é inevitável, que ele aconteça com respeito então.

O incentivo de uma comunicação assertiva e empática dentro das organizações ajuda a colocar as cartas na mesa sem ofender ninguém. Incentive e ajude seus colaboradores a falarem sobre suas opiniões e percepções sem projetar culpa nos outros.

Troque o clássico “Você nunca me ouve!” por “Me senti ignorado na última reunião e queria conversar sobre isso.”

Parece detalhe, mas muda tudo.

3. Vá além do que está sendo dito

Os conflitos que nascem sobre os prazos e metas estabelecidos, muitas vezes estão ligado a insegurança que os colaboradores podem ter em relação a esse ambiente de trabalho que não pratica uma escuta empática. Por trás de uma resistência a mudanças, medo de perder o controle. Bons mediadores leem além do óbvio.

Em vez de apagar incêndio, investigue: qual é a verdadeira necessidade não atendida ali?

4. Traga mediação externa quando o clima pesar

Alguns conflitos exigem a presença de alguém neutro para equilibrar o jogo emocional.

Pode ser um mediador profissional, alguém do RH ou uma liderança preparada para atuar sem tomar partido. O papel dessa figura é facilitar o diálogo, organizar o caos emocional, afastar os apontamentos agressivos e direcionar para o único ponto que importa: a resolução do problema.

A rebeldia de ideias pode e deve existir, ela alimenta o ambiente de trabalho, o desafio, o desejo de atingir metas e conquistar reconhecimento. Quando um colaborador se sente seguro para apresentar suas ideias ele entende que faz parte daquele organismo que produz algo para o mercado.

A rebeldia consciente precisa ser praticada e alimentada pelos gestores que querem ver suas empresas crescendo cada vez mais.

5. Construa pactos de convivência com base na pluralidade

Como vocês já entenderam, os conflitos nascem das diferenças, e isso nunca vai mudar. E ainda bem que a nossa sociedade é diversa e mutável.

O que você pode (e deve) fazer é criar acordos de convivência onde as múltiplas formas de pensar não sejam um problema, mas parte do sistema.

Ações práticas:

  • Criar um manual de convivência e comunicação assertiva
  • Mapear estilos de trabalho da equipe com ferramentas como MBTI, DISC ou mapeamentos cognitivos

O que as lideranças precisam entender (urgentemente)

Liderar em tempos de diversidade cognitiva exige bem mais do que saber usar o Clickup ou delegar tarefas no Trello.

Ser um bom líder em 2025 exige consciência emocional, repertório cultural e coragem para escutar o que não é dito com palavras.

Líderes eficazes:

  • Canalizam os conflitos cognitivos visando o melhor aproveitamento de todas as ideias
  • Promovem a inclusão em todos os âmbitos do trabalho
  • Sabem que produtividade e bem-estar não se excluem

Se você lidera e não está confortável com a ideia de gerir diferenças — talvez seja hora de se capacitar. Ou de dar espaço para quem esteja.

Cybersecurity Concept: System Administrator Enhancing Network Protection
O problema não é o atrito, mas o que se faz com ele. Ignorar não resolve. Reprimir só adia. A resposta é: mediar, entender e agir.

Prevenção é mais barata do que gestão de crise

Quer reduzir a incidência de conflitos cognitivos? Invista em:

  • Capacitação em inteligência emocional: Entender as próprias emoções é o primeiro passo para acolher as dos outros.
  • Workshops sobre diversidade neurocognitiva: Entenda como TDAH, autismo, ansiedade e outros perfis trabalham.
  • Rituais de feedback contínuos: Um canal aberto de conversa previne explosões acumuladas.
  • Ferramentas acessíveis: Um mural visual pode ser mais eficaz para quem pensa de forma não-linear.

A tecnologia também entra no jogo

E aqui entra a IA.

Na Braine, estamos desenvolvendo soluções que não substituem o papel humano, mas o potencializam.

Com ferramentas como o Aura-T e o Bruna, conseguimos auxiliar profissionais da saúde mental na triagem e organização de dados para diagnósticos mais rápidos e precisos. O que pode ser muito útil para gestores que desejam entender os perfis cognitivos de seus colaboradores para poder criar um plano de produção que faça sentido para a equipe como um todo.

Tecnologia não é milagre, porém quando ela é usada com ética e propósito, ela é capaz de transformar rotinas, estilos de vida e é capaz de criar ambientes de trabalho onde a diferença consegue dar fruto.

Conflito é sinal de vida (mas precisa de mediação)

Se a sua empresa tem conflitos, parabéns: vocês estão pensando, sentindo e buscando caminhos que agora se divergem, mas que com preparação, no futuro vocês verão os resultados positivos que surgirão desses conflitos.

Conheça a Braine — onde a diversidade cognitiva se transforma em inovação

Na Braine, não falamos de inclusão como tendência: ela é a base do que construímos todos os dias. Nossos projetos combinam ciência, tecnologia e empatia para criar soluções reais para pessoas neurodivergentes e para os ambientes onde elas vivem, aprendem e trabalham.

Por isso convidamos você para participar do no nosso Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade 2025 nos dias 2 a 6 de junho e a conhecer o nosso blog que está cheio de conteúdos sobre o tema:

Se você acredita num mundo do trabalho onde todas as mentes tem espaço, vem com a gente.

Referências:

GUASCO, Isabela. As relações entre inclusão de pessoas autistas no mercado de trabalho e o capacitismo. 2023. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Gestão de Políticas Públicas) – Universidade de São Paulo, Escola de Artes, Ciências e Humanidades, São Paulo, 2023. Disponível em:https://bdta.abcd.usp.br/directbitstream/f537adac-144b-4232-8873-c89fd9764754/tc4350-isabela-gasco-relacoes.pdf. Acesso em: 28 abr. 2025.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA (IBGC). IBGC publica cartilha sobre diversidade e inclusão. 2022. Disponível em: : Orgibgc.org.br/blog/ibgc-publica-cartilha-diversidade-inclusaoOrgibgc.org.br/blog/ibgc-publica-cartilha-diversidade-inclusao. Acesso em: 28 abr. 2025.

KLINE, Nancy. The Power of Listening in Helping People Change. Harvard Business Review, 01 maio 2018. Disponível em: https://hbr.org/2018/05/the-power-of-listening-in-helping-people-change. Acesso em: 28 abr. 2025.

Diferenças entre deficiência, transtorno e variação neurológica

Entenda as diferenças entre deficiência, transtorno e variação neurológica e por que usar os termos corretos é importante para o processo de inclusão real de pessoas neurodivergentes na sociedade

Palavras moldam mundos — literalmente.

A maneira como nomeamos algo diz muito sobre como lidamos com isso.

Não é só uma questão de semântica, é uma questão de dignidade.

Por isso, entender a diferença entre deficiência, transtorno e variação neurológica é importantíssimo se a gente quiser levar a inclusão a sério de fato.

A deficiência não é o problema. O problema é a estrutura de uma sociedade que não acolhe, não adapta, não escuta.

O que é deficiência?

A definição da Organização das Nações Unidas, adotada também pelo Governo Brasileiro diz que a deficiência é o resultado da interação entre impedimentos físicos, mentais, intelectuais ou sensoriais de longo prazo e barreiras sociais que limitam a participação plena e efetiva dessas pessoas na sociedade.

Pessoas com deficiência enfrentam barreiras arquitetônicas, tecnológicas, comunicacionais e atitudinais diariamente por toda a sociedade.

Rampas ausentes, sites inacessíveis, conteúdos sem audiodescrição, ou até o simples despreparo das equipes de RH para entender um currículo diverso são exemplos claros disso.

E é aí que entra a importância de políticas públicas e iniciativas privadas, elas devem trabalhar em ações que reconheçam as necessidades de pessoas deficientes e atuem na criação de ambientes e regras favoráveis para adaptação de locais públicos e privados. 

Muitas pessoas ainda acreditam que essas mudanças ocasionarão em uma “vantagem” para as pessoas deficientes. Mas como pode ser vantagem se nós estamos falando de direitos básicos  para um existência digna

Essas pessoas estão em desvantagem faz muito tempo!

A adaptação de espaços e a criação de leis que garantem o cumprimento dos direitos dessas pessoas não se trata de vantagem, e sim de equilibrar o jogo.

ADCH concept with human mind and brain
Transtornos como TDAH e o transtorno do espectro autista não são “modinha”

O que é transtorno?

Segundo o EduCapes, transtornos são condições clínicas diagnosticadas por especialistas com base em critérios técnicos.

São padrões de funcionamento mental que impactam a vida da pessoa e que geralmente exigem acompanhamento especializado.

Alguns exemplos incluem:

  • Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)
  • Transtorno do Espectro Autista (TEA)
  • Transtornos de Ansiedade Generalizada
  • Transtornos Depressivos
  • Transtornos de Aprendizagem, como dislexia e discalculia

Essas condições podem afetar a concentração, a memória, o processamento de informações, a regulação emocional e a comunicação.

Em muitos casos, essas condições não são visíveis e, por isso, acabam sendo muito incompreendidas pelos neurotípicos. 

Transtornos como TDAH, Transtorno do Espectro Autista ou transtornos de ansiedade não são “modinha” — são reais e muita pessoas vivem as dificuldade desses transtornos na pele diariamente.

Um diagnóstico pode virar a vida de uma pessoa da cabeça aos pés (de uma forma positiva).

A partir desse momento, a pessoa começa a compreender suas vontades e a respeitar os seus próprios limites, melhorando (e muito) na sua qualidade de vida.

Além disso, o diagnóstico correto é fundamental para garantir o direito ao tratamento adequado e para fortalecer a autoestima das pessoas que, muitas vezes, cresceram se sentindo “erradas” em um mundo que não foi feito para elas. 

Leia mais sobre e sobre diagnóstico tardio e como lidar com essas questões em nosso blog  

Hand reveal gold infinity symbol on puzzle.
O respeito começa quando paramos de tratar a neurodiversidade como frescura ou drama.

O que é variação neurológica?

Segundo o boletim Diversidade em Pauta, variação neurológica é um jeito técnico e respeitoso de dizer que existe mais de uma forma de o cérebro humano funcionar — e nenhuma delas deveria ser considerada errada por padrão.

É o conceito-base da neurodiversidade, que reconhece que pessoas autistas, com TDAH, dislexia, discalculia ou outras configurações neurológicas fazem parte da biodiversidade humana.

Esse entendimento parte da ideia de que não existe um único modo de pensar, sentir ou perceber o mundo. Há múltiplas formas de processar estímulos, comunicar ideias, organizar pensamentos — e isso é, acima de tudo, uma riqueza.

E aqui, eu reforço mais uma vez: precisamos entender que o padrão de comportamento é uma invenção social. Pessoas neurodivergentes não precisam ser consertadas, nós precisamos ser entendidos. 

A ideia de neurodiversidade nos convida a ir além do olhar clínico.

Ela propõe a construção de ambientes mais flexíveis e humanos — onde as diferenças são vistas como potencialidades e não como falhas.

Leia mais sobre o uso de inteligência artificial como meio de modernização e humanização do cuidado no nosso blog!

Por que separar esses conceitos importa?

Porque misturar tudo é confortável só pra quem nunca teve que brigar pelos seus direitos ou um mínimo de compreensão.

Quando usamos os termos de forma equivocada, criamos ruído na comunicação e reforçamos estigmas que já nos assola: 

  • Deficiência é um recorte jurídico-social que garante acesso a políticas públicas.
  • Transtorno é uma condição clínica que requer diagnóstico profissional, intervenção adequada e acesso a políticas inclusivas.
  • Variação neurológica é uma lente que amplia o entendimento sobre a diversidade cognitiva humana e combate o capacitismo estrutural que insiste em reduzir todo mundo à mesma régua.

Saber diferenciar é o mínimo. Agir a partir disso é o próximo passo.

Só a partir dessa distinção é que conseguimos lutar por políticas específicas, criar ambientes acessíveis de verdade e combater o preconceito com conhecimento.

Cada palavra certa é um passo na direção da equidade.

Não dá mais pra errar por ignorância

Se você chegou até aqui, parabéns! — você está um passo à frente da maioria.

Agora, a pergunta que fica é: o que você vai fazer com essa informação?

  • Vai revisar a forma como fala sobre esses temas?
  • Vai corrigir quando ouvir alguém confundindo os termos?
  • Vai lutar por mais acessibilidade no seu ambiente de trabalho ou estudo?

Na Braine, a gente acredita que a mudança começa pela linguagem, mas não para por aí.

Por isso te convidamos a conhecer nosso blog e ler alguns dos nossos últimos artigos:

Saúde 5.0: A Revolução Humana e Tecnológica no Cuidado – Braine Digital

Por que só agora? O diagnóstico de autismo na vida adulta – Braine Digital

8 expressões capacitistas que você deveria para de usar agora

Descubra 8 expressões capacitistas comuns no dia a dia, por que elas são problemáticas e como substituí-las para construir uma comunicação mais respeitosa

A forma como a gente fala é muito importante e algumas expressões que parecem “inofensivas”, na realidade, carregam diversos preconceitos e esteriótipos sobre pessoas neurodivergentes ou com deficiência.

Fill the world with your voice
Se a ideia é construir um mundo mais inclusivo, a mudança deve começar pelas nossas palavras.

Aqui vão expressões capacitistas que você precisa aposentar:

  1. Retardado

Essa palavra carrega décadas de desrespeito e estigmatização. O termo até nasceu no campo médico, mas foi sequestrado pelo senso comum e transformado em insulto.

Hoje, ele não diz nada sobre a condição da pessoa — só sobre o preconceito de quem o usa.

2. “Você não parece ser neurodivergente”

    Essa frase tem cara de ser elogio, ela tenta ser elogio, mas na verdade não passa de ignorância.

    Neurodivergência não tem “cara” e nem todos os sintomas são visíveis.

    Existem diversas condições invisíveis ao olhar externo: autismo nível 1, TDAH, dislexia e outras tantas não seguem um padrão visual ou comportamental fixo.

    3. “Eu sou normal”

      Se você é “normal”, quem não é igual a você é o quê? “Anormal”?

      Esse tipo de comparação é o núcleo do problema que enfrentamos todos os dias.

      O que é “normal”?

      O mundo está em constante mudança, a medicina, a ciência e a tecnologia evoluindo cada vez mais e nos mostrando que nossa sociedade é diversa e nenhuma pessoa é igual a outra — e que a única constante é a diversidade humana.

      Negar isso e escolher acreditar que existem pessoas “normais” e “anormais” é escolher viver num mundo que já não existe mais.

      4. “Ele é especial”

        Parece gentil, mas muitas vezes é só um disfarce para não lidar com a realidade.

        “Especial” virou um jeitinho confortável de não dizer “ele é uma pessoa com deficiência”.

        E quando a gente não nomeia o que existe, a gente ajuda um processo de apagamento que reprime inúmeras pessoas por uma vida toda.

        Não se combate capacitismo com palavras genéricas — se combate com verdade e com coragem pra mudar o discurso.

        5. “Falta um parafuso nele”

          Usada para descrever comportamentos considerados “estranhos” ou “fora do padrão”, essa expressão desumaniza e patologiza pessoas neurodivergentes, reduzindo sua complexidade a uma metáfora mecânica e depreciativa.

          Pessoas não são máquinas — e esse tipo de comparação só reforça a exclusão.

          6. “É louco de pedra” / “É doido varrido”

            Essas expressões que reforçam o estigma da saúde mental, tratando pessoas com sofrimento psíquico como motivo de piada ou exclusão.

            7. “Está se fazendo de doente”

              Essa frase invalida a experiência de pessoas com deficiências invisíveis ou condições crônicas.

              Ela reforça a ideia de que só quem “parece doente” está legitimamente sofrendo — o que é falso e cruel.

              Muitas pessoas com fibromialgia, lúpus, transtornos mentais e outros quadros clínicos convivem diariamente com a dor e ainda precisam lidar com a desconfiança de quem não vê o sofrimento.

              8. “Tem que ser internado” (dito em tom de desprezo)

                É comum ver isso como forma de punição ou exclusão, como se os serviços de saúde mental fossem um “castigo” para quem precisa de cuidados específicos.

                Isso perpetua o medo e o preconceito sobre internações psiquiátricas, que deveriam ser cuidadosas, humanas e necessárias em alguns casos, nunca um rótulo de exclusão.

                Essas expressões não são apenas palavrões ou xingamentos, elas são as responsáveis pelo amedrontamento e pelo isolamento de muitas pessoas.

                Elas reforçam o silenciamento, invalidam e afastam pessoas com deficiência e neurodivergência de todos os espaços que deveriam servir para a socialização.

                Three rubber ducks stand in front of one blue rubber duck. The concept of rejection.
                Essas expressões capacitistas reforçam o silenciamento e invalidam as pessoas com deficiência e neurodivergência

                Por que isso é importante?

                Mais um vez reafirmo: a comunicação é o início de tudo.

                Ela abre caminhos ou fecha portas. Quando você escolhe não usar termos ofensivos, você está aprendendo sobre respeito e está participando da construção de um mundo menos hostil para milhões de pessoas.

                O que é capacitismo, afinal?

                Capacitismo é a discriminação ou o preconceito contra pessoas com deficiência ou neurodivergência.

                Ele aparece tanto em atitudes explícitas quanto em comportamentos sutis, como os comentários que parecem inofensivos.

                A raiz do capacitismo está na ideia de que pessoas com deficiência são inferiores ou menos capazes.

                Muita vezes isso parte de um conceito pré existente nas pessoas que sempre ouviram essas mesmas expressões e nunca questionaram se havia algo de errado com isso.

                E por isso essas falas devem ser corrigidas.

                E você pode escutar isso em qualquer lugar! Em casa, no escritório, na copa tomando um cafézinho, na escola, no restaurante e até mesmo em consultórios médicos por pessoas despreparadas.

                O capacitismo dificulta a valorização da luta neurodivergente pelo seus direitos, limitando essas pessoas a uma vida de dificuldades e exclusão social.

                E é por isso que precisamos nomeá-lo, entender como ele funciona e combate-lo com o conhecimento.

                Não se trata de “mimimi”

                Muita gente ainda reage mal a essas reflexões com frases como “não pode mais dizer nada” ou “estão exagerando”.

                Mas mudar a forma de se comunicar é reconhecer que o mundo mudou e que precisamos acompanhar essa mudança com sensibilidade.

                Trocar palavras não apaga o problema, mas é um primeiro passo para enfrentá-lo. E esse passo pode ser dado por qualquer pessoa, em qualquer lugar, começando hoje.

                O capacitismo está em piadas que menosprezam, em expressões do dia a dia, em comentários sobre comportamento de alguém (ou até mesmo os próprios), em julgamentos silenciosos.

                Ele se disfarça de “brincadeira”, “opinião” ou “jeito de falar”, mas pra quem escuta, o efeito é o mesmo: humilhar

                Como posso ter atitudes mais ativamente inclusivas?

                Se essa pergunta mexeu com você, ótimo! Quer dizer que você está pronto pra sair do discurso e partir pra prática.

                Aqui vão alguns caminhos:

                • Acompanhe as redes sociais de influencers neurodivergentes e com deficiência.
                • Reflita sobre seu jeito de falar: tem alguma expressão que você usava e agora percebe como ela pode ser ofensiva? Se sim, se corrija, isso já é um grande passo.
                • Transforme o seu redor: converse com seus amigos sobre o assunto, explique que certos termos reforçam preconceitos contra pessoas deficientes e neurodivergentes e que isso atrapalha a vida delas

                Quer saber mais sobre tudo isso?

                Acompanhe nosso blog e confira nosso post sobre “7 mitos que te contaram sobre a neurodivergência”

                Participe do nosso Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade 2025 nos dias 2 a 6 de junho.

                Lá realizaremos um espaço de troca de experiências, conhecimentos sobre neurodiversidade e como a inteligência artificial pode ajudar no diagnóstico e cuidado de pessoas neuroatípicas.

                Guia Rápido: Primeiros Sinais de Autismo em Crianças​

                Descubra os primeiros sinais de autismo em crianças, aprenda a identificá-los e saiba quando buscar apoio especializado.

                O diagnóstico precoce do Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode ser um divisor de águas na vida de uma criança. Quanto antes os sinais forem identificados, maiores são as chances de a criança receber intervenções adequadas que favoreçam seu desenvolvimento.

                É importante lembrar-nos que o autismo não se manifesta somente de uma forma ou igualmente para todas as crianças, os sinais podem variar de pessoa para pessoa.

                Porém, há alguns comportamentos comuns que podem servir como indicadores precoce para pais e profissionais ficarem atentos e começarem a mudança de rotina da criança.

                Vamos ver a seguir os principais sinais de alerta para autismo segundo o Ministério da Saúde e quais primeiros passso devemos tomar ao observá-los.

                Children hold pieces of puzzles in palms as sign of support and solidarity with people with autism
                O autismo não se manifesta somente de uma forma ou igualmente para todas as crianças

                Principais Sinais de Alerta

                Comportamento

                • Dificuldade em manter o contato visual: muitas crianças com autismo evitam o contato visual durante interações sociais. Isso pode ser um sinal de que a criança não está processando as informações sociais da mesma forma que outras.
                • Falta de resposta ao nome: embora crianças típicas geralmente respondam ao serem chamadas pelo nome por volta dos 6 a 12 meses, uma criança com TEA pode não responder ou reagir de forma inconsistente.
                • Pouca ou nenhuma interação social: ao invés de brincar com outras crianças, muitas vezes as crianças autistas não demonstram interesse em interagir com os outros e preferem brincar sozinhas.
                • Movimentos repetitivos: balançar o corpo ou bater as mãos são comuns em crianças com TEA. Esses comportamentos repetitivos podem ocorrer como uma forma de autorregulação ou para expressar emoções.
                • Foco intenso e restrito em certos objetos ou atividades: muitas crianças com autismo demonstram interesse fixo em determinados objetos ou áreas de conhecimento (hiperfoco). Por exemplo, elas podem se concentrar apenas em um tipo de brinquedo ou tema, enquanto ignoram outras atividades.
                • Resistência a mudanças: a preferência por rotinas rígidas e a resistência a mudanças no ambiente ou na sequência de atividades também são sinais típicos do TEA. Crianças com autismo podem ficar extremamente frustradas quando tem a sua rotina alterada.
                • Hipersensibilidade ou insensibilidade sensorial: muitas crianças com TEA apresentam reações extremas a estímulos sensoriais, como luzes, sons, cheiros ou texturas. Elas podem se tornar muito sensíveis a certos sons ou, por outro lado, demonstrar pouca reação a estímulos que seriam desconfortáveis para outras crianças.

                Comunicação

                • Atraso no desenvolvimento da fala: uma criança com autismo pode não começar a balbuciar até mais tarde do que outras crianças ou pode ter um atraso no desenvolvimento da linguagem verbal. Isso pode ser um dos primeiros sinais de que a comunicação está sendo afetada.
                • Dificuldade em iniciar ou manter conversas: crianças com autismo podem ter dificuldades em iniciar qualquer interação verbal ou simplesmente manter uma conversa fluida, mesmo que já possuam algum vocabulário.
                • Entonação ou ritmo incomum na fala: outra característica de crianças com TEA é a fala monótona ou com entonação estranha, o que pode dificultar a compreensão do que estão tentando comunicar.

                Importância da Identificação Precoce

                Identificar os sinais de autismo precocemente, geralmente entre 12 e 18 meses, é crucial. Estudos mostram que as crianças diagnosticadas de maneira precoce tem mais chances de desenvolver habilidades sociais, de comunicação e cognitivas adequadas com a ajuda de intervenções especializadas.

                A estimulação precoce através de terapias comportamentais, fonoaudiológicas e ocupacionais pode fazer uma grande diferença no desenvolvimento da criança e na sua integração social.

                O que fazer ao perceber os sinais?

                Caso você perceba algum desses sinais em seu filho ou em uma criança próxima, a primeira atitude deve ser consultar um pediatra.

                O médico poderá direcionar para uma avaliação especializada, como um neuropediatra, psicólogo ou fonoaudiólogo, que irá realizar uma avaliação detalhada para confirmar ou descartar o diagnóstico de TEA.

                É importante entender que, até os dias atuais, o diagnóstico de autismo é baseado em uma avaliação clínica feita por profissionais qualificados.

                Não é possível afirmar, com base apenas em alguns comportamentos, que uma criança tem autismo, mas é fundamental que a família esteja atenta a qualquer sinal e busque ajuda se necessário.

                World Autism awareness and pride day or month with Puzzle pattern ribbon on white background
                Embora a IA não substitua o trabalho de psicólogos ou médicos, ela pode complementar o processo terapêutico de diversas maneiras.

                Como a Inteligência Artificial pode trabalhar em conjunto com psicólogos no tratamento de pessoas neurodivergentes

                A inteligência artificial (IA) tem se apresentado cada vez mais como uma ferramenta poderosa na personalização do tratamento de pessoas neurodivergentes.

                Embora a IA não substitua o trabalho de psicólogos ou médicos, ela pode complementar o processo terapêutico de diversas maneiras.

                A Braine, por exemplo, desenvolve soluções baseadas em inteligência artificial voltadas para o diagnóstico e tratamento de pessoas neurodivergentes, com o objetivo de oferecer ferramentas que auxiliem profissionais da saúde a compreender melhor o comportamento e as necessidades de seus pacientes.

                A IA pode ajudar na análise de dados comportamentais, identificar padrões e sugerir abordagens terapêuticas personalizadas, sempre sob a supervisão de profissionais capacitados.

                Ao combinar a expertise de psicólogos com a capacidade da IA de processar grandes volumes de dados e realizar análises detalhadas, é possível oferecer intervenções rápidas e eficazes.

                Isso resulta em uma abordagem com mais foco nas necessidades individuais de cada paciente, contribuindo para um tratamento mais moderno e uma melhora na qualidade de vida de crianças e adultos neurodivergentes.

                Você sabia que muitas vezes o diagnóstico dos filhos revela o dos pais?

                Se você nunca ouviu falar disso, ou tem dúvidas que além do seu filho, você também pode ter alguma neurodivergência, confira noss último post no blbog da Braine!

                Preschool development of children with autism spectrum disorder.
                Se você percebe sinais de TEA em seu filho ou em si mesmo, procure sempre a ajuda de um profissional de saúde qualificado para garantir o tratamento e apoio necessários para um desenvolvimento saudável e uma qualidade de vida plena.

                É importante destacar que, embora a inteligência artificial possa ser uma ferramenta valiosa no auxílio à compreensão de sinais e sintomas, ela não substitui a orientação e o diagnóstico profissional.

                A avaliação de um médico especializado em conjunto a IA, é essencial para um diagnóstico preciso e para a personalização do tratamento e acompanhamento adequado que auxiliará no desenvolvimento da criança ou do adulto com suspeita de autismo.

                Se você percebe sinais de TEA em seu filho ou em si mesmo, procure sempre a ajuda de um profissional de saúde qualificado para garantir o tratamento e apoio necessários para um desenvolvimento saudável e uma qualidade de vida plena.

                E o que eu posso fazer agora?

                Identificar o autismo precocemente é uma questão de oferecer as melhores chances para a criança.

                Se você notou algum dos sinais descritos neste guia, não hesite em procurar ajuda profissional e a conhecer a Braine.

                Participe do nosso próximo Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade nos dias 2 a de junho! Lá você poderá conhecer diferentes profissionais que vem trabalhando nos últimos anos com a tecnologia alinhada ao diagnóstico e tratamento de pessoas neuruodivergentes.

                Referências Bibliográficas:

                BRASIL. Ministério da Saúde. Transtorno do Espectro Autista: entenda os sinais. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/agosto/transtorno-do-espectro-autista-entenda-os-sinais. Acesso em: 25 abr. 2025.

                PARANÁ. Secretaria de Estado da Saúde. Transtorno do Espectro Autista (TEA). Curitiba: SESA, [s.d.]. Disponível em: https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Transtorno-do-Espectro-Autista-TEA. Acesso em: 25 abr. 2025.

                ZANON, Regina Basso; BACKES, Bárbara; BOSA, Cleonice Alves. Identificação dos primeiros sintomas do autismo pelos pais. Psicologia: teoria e pesquisa, v. 30, p. 25-33, 2014.

                Família na Escola: Fortalecendo o Respeito

                Como a família e a escola podem trabalhar lado a lado na construção do respeito entre os alunos

                Uma criança que se entende e se respeita, também ensina sobre respeito para os amigos e professores.

                Você sabe como a dinâmica familiar de crianças neuroatípicas impactam no desenvolvimento escolar delas?

                Como já estou acostumado a dizer: neurodivergência não é sinônimo de limitação — é uma maneira diferente e única de estar no mundo e se apresentar à ele.

                Autismo, TDAH, dislexia e outras condições são variações naturais do cérebro humano que resultam em diferentes jeitos de aprender, interagir e sentir.

                E no meio desse processo todo, o papel da família é um dos mais influentes na vidas dessas crianças que no futuro se tornarão adultos dentro de uma sociedade que ainda vem se acostumando com as diferenças.

                A forma como uma criança é acolhida dentro de casa reflete diretamente nas atitudes dela dentro da escola, e quando família e escola conseguem trabalhar juntos, essa criança encontra um espaço seguro para se abrir e se desenvolver sem amarras.

                O papel da família

                Muitos pais acreditam que a educação de seus filhos se limita aos bens materiais que eles tem obrigação de entregar. “Eu trabalho muito pra por comida no seu prato! Não preciso me preocupar com sua educação.” é o que muitas crianças, infelizmente, acabam ouvindo de seus próprios pais.

                O prato de comida todos os dias é importante sim para o desenvolvimento de uma criança.

                Porém o carinho no trato, o acolhimento no dia a dia, a escuta dos problemas e o abraço de quem diz “eu estou aqui por você”, “eu te entendo” também são muito importantes para uma criança se sentir realmente em casa.

                Quando o responsável de uma criança está presente de corpo e coração, essa criança se sente segura para ser quem ela é, para contar seus segredos e medos.

                E isso sim, a torna mais confiante para ser quem ela é na escola e em todos os lugares.

                Parents and son with Down syndrome drawing on digital tablet
                A presença na vida de uma criança é uma das coisas mais valiosas que um pai pode oferecer

                A influência da família dentro da sala de aula

                No Dia da Família na Escola, precisamos lembrar sobre como é importante esse papel ativo dos pais na vida dos alunos, porque é essa relação que reflete o comportamentos deles dentro da sala de aula e de todos os outros espaços que esse aluno frequenta.

                É mais do que uma data comemorativa, é a chance de mudar suas atitudes.

                Essa mudança de atitute pode transformar até mesmo o ambiente escolar, uma vez que a direção e os professores entendem as neurodiversidades dos alunos e comos eles são acolhidos em casa, podendo adaptar o ambiente escolar e a rotina desses alunos para que eles também se sintam acolhidos na escola.

                Quando pais, responsáveis e educadores se unem com um objetivo comum — entender e apoiar cada criança como ela é — a inclusão deixa de ser um ideal distante e vira prática diária.

                O que a escola aprende ao escutar

                Famílias que compartilham com a escola as necessidades, os desafios e as conquistas de seus filhos estão ajudando a construir um ambiente onde cada aluno tem voz.

                E mais do que isso, elas ajudam a fortalecer uma cultura escolar que visa o respeito a individualidade de cada um.

                Com esse diálogo entre pais e alunos é possível:

                • Ajustar práticas pedagógicas
                • Acolher da forma correta comportamentos atípicos
                • Alterar rotinas e as dinâmicas de ensino para conseguir mais resultados
                • Criar momentos que os professores e crianças podem conversar sobre diversidade e respeito

                Young school kids running on a walkway in their school
                A escola precisa deixar de ser um molde rígido para se tornar um organismo vivo

                A escola precisa deixar de ser um molde rígido para se tornar um organismo vivo, que aprende com quem está dentro dela.

                O impacto da neurodiversidade na construção de uma escola mais humana

                Incluir é adaptar e mudar a mentalidade.

                Quando a escola entende a necessidade disso e que a neurodiversidade está presente na rotina escolar, ela naturalmente desafia os padrões impostos por uma educação retrógada que ainda se integra em muitas escolas.

                E convida todos a pensarem como podemos lidar com um novo processo de aprendizagem que crie relações mais humanas.

                É nessa convivência pautada no respeito entre diferentes estilos cognitivos e emocionais que nascem futuros adultos mais empáticos, mais atentos ao outro e mais preparados para um mundo que exige colaboração.

                E agora? 3 passos possíveis para começar a mudança hoje

                1. Incentive a empatia dentro de casa:

                Fale sobre respeito às diferenças de forma natural no dia a dia.

                Assista filmes, leia livros com protagonismo neurodivergenteconvide seu filho a refletir sobre como ele se sente e como os colegas também se sentem.

                (Confira a lista que fizemos de 5 livros infantis que falam sobre neurodiversidade e respeito

                2. Participe ativamente das atividades escolares:

                  Seja presente no dia a dia do seu filho, se engaje nas decisões escolares, participe das reuniões e apoie os professores.

                  3. Exija uma escola que valorize a diversidade:

                    Como responsável você tem o poder (e o dever) de cobrar posicionamento.

                    Pergunte quais são as práticas de inclusão da escola, questione se há formação continuada dos professores sobre neurodivergência e peça por adaptações reais no ensino.

                    redhead schoolboy showing laptop to african american teacher near classmates, back to school concept
                    O Dia da Família na Escola é um lembrete de que educação não se constrói sozinha.

                    Quando há parceria entre escola e casa, a mudança fica aparente não só nos boletins, mas na própria crianças, nas amizades que ela constrói e no seu senso de pertencimento.

                    A Braine nasceu justamente com esse propósito: unir ciência, educação e afeto para repensar como lidamos com a neurodiversidade.

                    Criada na maior universidade da América Latina, a USP, carregamos em nosso DNA o compromisso com um futuro mais humano, informado e inclusivo.

                    Por isso convidamos você para participar do no nosso Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade 2025 nos dias 2 a 6 de junho e a conferir nosso último post: Quando o diagnóstico do filho revela o dos pais.

                    Como os animais podem ajudar no cuidado de pessoas neurodivergentes?

                    Ter um animalzinho de estimação por si só já é capaz de transformar toda a nossa vida e rotina — e quando falamos sobre pessoas neurodivergentes essa conexão vai além.

                    Estudos clínicos mostram que os animais ajudam na regulação emocional e fortalecem a autonomia de pessoas neuroatípicas.

                    Além do amor sem precedentes, um animal de assistência é capaz de auxiliar na melhora da qualidade de vida de inúmeras pessoas.

                    O apoio emocional que acalma e acolhe pessoas neurodivergentes

                    Para pessoas com autismo, TDAH e outras condições do neurodesenvolvimento, o mundo pode ser excessivamente barulhento e hostil.

                    A presença de um animal de assistência pode servir como uma âncora sensorial e emocional.

                    Interações simples — como um cachorro deitado ao lado, o som rítmico de um gato ronronando, ou o toque do pelo durante uma crise de sobrecarga sensorial — são capazes de reduzir o cortisol (hormônio do estresse) e aumentar a produção de ocitocina, o hormônio associado ao bem-estar e à confiança.

                    Isso não é intuição — é ciência.

                    Estudos como este publicado na Frontiers in Psychology confirmam os benefícios da interação entre pessoas neurodivergentes e animais.

                    Woman with White Horse in Stables
                    Atualmente a equoterapia como forma de tratamento de pessoas neurodivergentes tem tomado cada vez mais espaço

                    Cães de serviço e suporte emocional

                    Animais de suporte emocional e cães de serviço são treinados especificamente para acompanhar pessoas neurodivergentes.

                    Eles ajudam na prevenção de crises em locais públicos, dão suporte físico e emocional, contribuem com rotinas estruturadas e, principalmente, proporcionam um senso de segurança constante.

                    Em crianças, especialmente, o vínculo com o animal pode ser o primeiro canal real de comunicação com o mundo exterior.

                    Se comunicar com o animal para se comunicar com o mundo

                    Uma das maiores dificuldades relatadas por pessoas neurodivergentes é a sensação de não ser compreendido. Com os animais, essa barreira cai. Eles não cobram respostas verbais, não julgam, não exigem performance.

                    Esse espaço de aceitação total é terapêutico e para muitas crianças isso representa a primeira possibilidade real de experimentar afeto sem condicionamentos.

                    A comunicação não-verbal, que muitas vezes é o ponto forte de pessoas neurodivergentes, é respeitada e valorizada nesses vínculos.

                    Woman with Dog by Lake
                    O vínculo com o animal pode ser o primeiro canal real de comunicação com o mundo exterior

                    Autonomia e rotina

                    Para as crianças, ter um animal de estimação pode ser o ponto de partida para desenvolver habilidades de organização e responsabilidade.
                    A autonomia dada por essas responsabilidades auxilia no desenvolvimento de habilidades que acompanham as necessidades do animal:

                    • Cuidados com higiene
                    • Necessidade de atenção
                    • Saúde e alimentação
                    • Adestramento
                    • Olhar atento às mudanças comportamentais

                    Para pessoas com TDAH, por exemplo, a repetição e o vínculo afetivo com o animal ajudam a estabelecer rotinas — algo que em muitos casos é difícil de manter com base apenas em obrigações sociais.

                    Terapias assistidas por animais: o que diz a prática clínica?

                    Técnicas como a equoterapia (com cavalos) e a zooterapia (com cães e outros animais) vêm ganhando cada vez mais espaço em instituições de saúde e educação.

                    No Hospital Albert Einstein, por exemplo, a Terapia Assistida por Animais (TAA) já é parte dos protocolos complementares de cuidado.

                    A convivência com animais durante a infância é capaz de transformar a rotina de uma criança

                    A relação entre humanos e animais nunca foi só sobre companhia

                    Você ja deve ter ouvido a expressão “o cachorro é o melhor amigo do homem”, certo?

                    Hoje os animais de estimação já são considerados parte da família por muitas pessoas, e isso não é por acaso. Os laços criados entre humanos e animais são verdadeiros, é amor como qualquer outro tipo de amor!

                    Se esse carinho é capaz de curar tantas dores internas, por que não utilizar desse companheiro como parceiro de tratamento de pessoas neuroatípicas?

                    Em um mundo que ainda mede a funcionalidade humana por métricas produtivas, os animais ensinam — e sem dizer uma palavra — que resultados também são construídos com o acolhimento e a presença.

                    Vamos aprofundar essa conversa?

                    Leia mais curiosidades sobre neurodiversidade e a influência da inteligência artificial nos estudos hoje em dia no blog da Braine.

                    Participe do próximo Encontro sobre Diversidade e Inclusão nos dias 2 a 6 de junho, vamos falar também sobre o papel da tecnologia e das práticas integrativas no cuidado de pessoas neurodivergentes.

                    Legado de Empatia: Papa Francisco e seu Apoio à Neurodiversidade e Inclusão

                    Com o falecimento do Papa Francisco, recordamos seu legado marcante de compaixão e defesa incansável pela inclusão das pessoas neurodivergentes, especialmente crianças autistas.

                    Gestos que valem mais que palavras: O Papa Francisco e a inclusão na prática

                    O pontificado do Papa Francisco (2013-2025) ficou conhecido por sua empatia genuína e por suas atitudes de acolhimento com todos, mas principalmente com minorias sociais e crianças neurodivergentes.

                    Um momento inesquecível ocorreu durante uma audiência pública, quando uma criança autista subiu espontaneamente ao palco, e ao invés de afastá-la, o Papa interrompeu seu discurso e acolheu-a com um sorriso caloroso, permitindo que permanecesse ao seu lado durante todo o evento.

                    Este gesto demonstrou ao mundo inteiro o valor da inclusão espontânea, genuína e humana.

                    Confira o vídeo do momento no canal da Tv Brasil

                    Papa Francisco acolhendo criança com autismo durante audiência pública, simbolizando seu compromisso real com a inclusão.

                    Uma metáfora poderosa: cada pessoa como uma flor única

                    Em setembro de 2020, durante um encontro com crianças do Centro para o Autismo “Sonnenschein” na Áustria, o Papa Francisco compartilhou a seguinte mensagem:

                    “Deus criou o mundo com uma grande variedade de flores, de todas as cores. Cada flor tem sua própria beleza, que é única. Cada um de nós também é belo aos olhos de Deus, e Ele ama-nos.”

                    Essa metáfora feita pelo líder religioso lembrou à todos sobre a singularidade de cada pessoa e como há beleza nas diferenças, principalmente na neurodiversidade.

                    Papa Francisco visita o Centro Sonnenschein para o Autismo, reforçando seu compromisso com a valorização da neurodiversidade.

                    Combatendo o isolamento e promovendo redes de apoio

                    Um dos aspectos mais marcantes da atuação do Papa Francisco foi sua consistente defesa da criação de redes de apoio para pessoas autistas e suas famílias.

                    Reconhecendo o impacto devastador do isolamento social, Francisco apelou repetidamente à importância da integração comunitária, envolvendo os familiares, educadores, profissionais de saúde e comunidades religiosas.

                    Ele frequentemente ressaltava que abraçar a neurodiversidade é uma responsabilidade ética e uma oportunidade de crescimento para todo o coletivo, pois isso gera aprendizado mútuo.

                    Uma inspiração para a Braine e a sociedade

                    A visão do Papa Francisco sobre a neurodiversidade inspira continuamente nossos esforços dentro da Braine para transformar a sociedade em um lugar mais inclusivo.

                    Seguimos comprometidos em criar espaços sociais, educacionais e profissionais onde cada indivíduo possa expressar plenamente seu potencial, independentemente das diferenças neurobiológicas.

                    Ao refletirmos sobre a herança deixada por Francisco, torna-se ainda mais clara a responsabilidade de continuar esta trajetória que prega o respeito e a inclusão de todos.

                    Que a memória e o legado do Papa Francisco nos estimulem diariamente a lutar por um mundo onde a neurodiversidade não seja apenas aceita, mas valorizada e respeitada.

                    Quer saber mais sobre o trabalho da Braine?

                    Acesse o nosso blog e confira os últimos conteúdos sobre neurodiversidade tanto em crianças quanto em adultos!

                    Quando o diagnóstico do filho revela o dos pais

                    Quando o olhar para o outro vira um espelho para dentro

                    O diagnóstico de uma criança neurodivergente — seja com autismo, TDAH ou dislexia — costuma ser um marco na vida da família.

                    É nesse momento que muitos pais se veem, pela primeira vez, diante de um espelho quando olham para os filhos e reconhecem padrões, comportamentos e dificuldades que eles também identificam em si mesmos.

                    A partir desse momento, se inicia uma nova e tardia caminhada de autodescoberta. Emocionalmente densa, mas profundamente libertadora.

                    Smiling girl with parents and dog at wooden wall
                    diagnóstico de pais e filhos

                    Por que isso acontece?

                    Por muito tempo, os diagnósticos de condições neurodivergentes foram baseados em estereótipos, voltados principalmente para crianças — e em especial, meninos.

                    Isso fez com que muitos diagnósticos fossem mal compreendidos, especialmente no caso da chamada síndrome de Asperger, que levou a diversos diagnósticos errôneos em pessoas que tinham autismo – e o contrário também acontecia.

                    Muitas gerações cresceram mascarando seus sintomas e lidando com as frustações da rotina. Esses adultos quando recebem o diagnóstico de seus filhos, enxergam aquilo que sempre esteve ali.

                    Como esse ciclo pode transformar famílias?

                    Para esses pais, a descoberta da neurodivergência vem acompanhada de um misto de alívio e dor. Alívio por entender o que antes era vivido como inadequação. Dor por não terem sido vistos ou acolhidos em sua infância.

                    Mais do que um diagnóstico, esse processo é um convite para escrever um novo caminho, se perdoar, se conhecer e, principalmente, se enxergar com mais amor e empatia.

                    • Relação entre pais e filhos mais compreensiva e menos punitivista
                    • Busca por tratamento que melhoram a qualidade de vida
                    • Adaptação de atividades que antes não se adequavam a família
                    • Entendimento interpessoal e coletivo
                    Happy asian parents with son and daughter preparing breakfast in kitchen
                    crianças e pais

                    Os desafios sempre vão existir, mas…

                    Nenhuma jornada é igual, pais que descobrem sua neurodivergência a partir dos filhos não estão atrasados: estão exatamente onde precisam estar. Porque muitas vezes, é no ato de cuidar que a gente finalmente aprende a se cuidar também.

                    Vamos continuar essa reflexão?

                    Participe do Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade, que acontece de 2 a 6 de junho. Vamos juntos construir um futuro mais empático, com informação de verdade.

                    7 mitos que te contaram sobre a neurodivergência

                    A neurodivergência é um tema que tem ganhado cada vez mais holofotes, e com isso, a desinformação também tem crescido.

                    O que muitas vezes é entendido erroneamente, precisa ser desmistificado para que possamos construir uma sociedade que preza pela inclusão de pessoas neurodivergentes.

                    Neste texto vamos abordar 7 mitos que ainda persistem sobre a neurodiversidade e como eles impactam a maneira como vemos as pessoas neurodivergentes.

                    Sunflower lanyard, symbol of people with invisible or hidden disabilities.
                    colar neurodiversidade

                    1. Neurodivergência é só autismo e TDAH

                    A neurodiversidade abrange uma ampla gama de condições, incluindo TDAH, dislexia, transtornos de aprendizagem e outras condições neurológicas. O autismo e o TDAH são somente duas das formas de neurodivergência que existem, contudo são as que mais se popularizaram nas redes.

                    2. Pessoas neurodivergentes são menos inteligentes

                    Ser uma pessoa neuroatípica não te faz menos inteligente. Pelo contrário, alguns neurodivergentes são considerados superdotados e muitos possuem habilidades extraordinárias como: uma memória excepcional, capacidade de foco em detalhes específicos ou habilidades únicas em atividades técnicas e criativas.

                    Acreditar que a condição neurológica limita a inteligência de uma pessoa não passa de preconceito.

                    3. Ser neurodivergente é ser doente

                    A neurodivergência é uma variação natural do funcionamento do cérebro humano que se difere do que é considerado típicamente esperado ou normal.

                    Não se trata de uma doença, nem de algo que precisa ser “consertado” é apenas uma maneira diferente de processar e interagir com o mundo.

                    Encarar a neurodivergência como um erro a ser corrigido desumaniza pessoas que simplesmente vivenciam a realidade de forma distinta das normas neurotípicas.

                    4. Pessoas neurodivergentes não podem ter uma vida profissional bem-sucedida

                    Com as adaptações certas no ambiente de trabalho, pessoas neurodivergentes podem ser altamente produtivas e alcançar toda as suas metas profissionais.

                    A chave está em criar espaços inclusivos que permitam que essas pessoas se destaquem de acordo com suas habilidades únicas. Muitos profissionais neurodivergentes, especialmente no campo da tecnologia, tem apresentado habilidades incríveis na atuação com a inovação devido a sua criatividade.

                    5. Autismo é sempre acompanhado de deficiência intelectual

                    O autismo é um espectro, portanto, varia amplamente de pessoa para pessoa. Muitas pessoas no espectro autista tem inteligência dentro da média ou até acima da média, mas podem ter desafios em áreas como comunicação social e comportamentos repetitivos.

                    A ideia de que todo autista tem deficiência intelectual é uma visão restrita e prejudicial.

                    6. Pessoas neurodivergentes são incapazes de ter empatia ou de se conectar com os outros

                    A capacidade de empatia não está ligada à neurodivergência, por isso não podemos generalizar.

                    Muitas pessoas neurodivergentes tem uma compreensão profunda das emoções e das necessidades dos outros, ao mesmo tempo que enfrentam grandes dificuldades em expressar as suas próprias.

                    Contudo, algumas pessoas apresentam sim falta de empatia como sinal da neurodivergência, mas isso não faz dela uma pessoa ruim.

                    Entenda sobre isso lendo nosso post sobre variações de humor em pessoas neurodivergentes.

                    7. A neurodivergência é algo raro e pouco comum

                    De acordo com o CDC (Centers for Disease Control and Prevention) dos Estados Unidos, cerca de 1 em cada 36 crianças foi identificada com transtorno do espectro autista (TEA) . Essa estimativa representa um aumento em relação a dados anteriores, refletindo a necessidade de uma maior conscientização e melhorias nos métodos de diagnóstico.​

                    Segundo a OMS, 15% da população mundial é considerada neurodivergente, ou seja, no Brasil somos mais de 30 milhões.

                    O conceito de neurodiversidade é muito mais amplo do que ouvimos por aí

                    Como lidar com os mitos sobre neurodivergência?

                    Desmistificar esses mitos é importantíssimo para criar um ambiente saudável para todas as pessoas.

                    A educação é um dos principais caminhos para combater fake news sobre a neurodiversidade, tanto em escolas quanto no local de trabalho e na sociedade como um todo.

                    Precisamos questionar as convenções e criar espaços onde todas as diferenças possam ser reconhecidas e respeitadas.

                    Foi com esse compromisso que a Braine nasceu dentro da USP — a maior universidade da América Latina. Nossa base é científica, sólida e comprometida com a transformação real do estudo da saúde mental no Brasil.

                    A mudança começa com o conhecimento

                    Se você quer entender mais sobre como a neurodiversidade está mudando o panorama social e profissional, participe do Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade, que acontece entre os dias 2 e 6 de junho.

                    Vamos juntos construir um futuro mais inclusivo para todos!

                    Quer saber mais sobre como tecnologia e saúde podem caminhar juntas?

                    Acesse: Quando o adolescente descobre que é neurodivergente – Braine Digital